O
início deste capitulo nos ajuda a entender melhor e a confirmar o caráter desta
profecia de Ezequiel, que abrange os capítulos 40 a 48, como sendo uma mensagem
de chamada à santificação do povo de Deus, e da reorganização da sua vida
religiosa e espiritual, abrangendo tanto os judeus no período da Antiga Aliança
que duraria ainda por cerca de 600 anos, quanto da Igreja de Cristo, pela
revelação feita a Ezequiel destas realidades que sendo espirituais e
celestiais, como é toda a Lei de Deus, da qual se diz em Romanos, ser boa,
santa, espiritual e perfeita, podem ser vistas tanto no céu quanto na terra.
Havia e
há um trabalho do Espírito Santo, tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento.
Evidentemente, muito mais abundante no Novo, tanto em extensão (em todas as
nações), quanto em profundidade (pelo batismo do Espírito).
Então
nós vemos neste capítulo a referência de águas vivas saindo por debaixo do
limiar do templo, para o oriente, e que desciam pelo lado sul do templo.
Seria
improdutivo, tentar abrir um debate se o templo aqui referido está no céu, ou
na terra, porque Deus havia prometido em capítulos anteriores habitar no meio
do Seu povo, e Ele afirmou que Ele próprio seria o santuário deles, e então,
podemos concluir que a mensagem espiritual que o Senhor pretendia passar com
esta passagem é a de que haveria este trabalho do Espírito Santo na terra, para
dar vida ao que estava morto, conforme foi visto no capitulo 37 em relação ao
vale de ossos secos, quando o Espírito deu vida àqueles ossos.
Por
isso Jesus disse ainda na terra, o que ocorreria depois da Sua morte e
ressurreição:
“37
Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou,
dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38 Quem
crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva.
39 Ora,
isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido
glorificado.” (Jo 7.37-39)
Nesta
passagem do evangelho de João é bem provável que nosso Senhor tenha recorrido a
este texto de Ezequiel 47, quando disse que “Quem crê em mim, como diz a
Escritura, do seu interior correrão rios de água viva.” (v. 38). E Ele estava
se referindo ao Espírito Santo que seria derramado na terra a partir do dia de
Pentecostes.
Com
este ponto de partida da afirmação de nosso Senhor, podemos seguir adiante com
o que foi mostrado em visão e dito por Deus a Ezequiel, na continuação deste
capítulo, porque se afirma que um anjo lhe fez passar por estas águas vivas, e
que no início elas lhe davam ao nível da altura dos artelhos dos pés, numa
distância de mil côvados (cerca de 500 metros), e que nos mil côvados adiante,
estas águas haviam aumentado de volume ao nível dos seus joelhos; e tendo o
anjo medido mais mil côvados, as águas lhe davam agora na altura da cintura, e
que por fim, depois de medidos mais mil côvados, elas se transformaram num rio
que não se podia atravessar a pé, senão somente a nado (v. 3 a 5).
Ora isto se refere tanto ao trabalho do
Espírito Santo, considerado individualmente numa pessoa aumentando cada vez
mais o grau da sua santificação, por um enchimento progressivo do Espírito,
como quem anda num rio de águas vivas desde a sua nascente até o ponto em que
se torna um rio volumoso.
Assim,
o Espírito Santo não somente restauraria a vida religiosa de Israel na Antiga
Aliança, como, principalmente, faria um trabalho de avivamento em todas as
nações da terra nos dias do Novo Testamento.
É
preciso entender a mensagem espiritual da visão, em vez de tentar identificar
as localidades da terra às quais elas se referem, especialmente quanto ao
cumprimento do que é prometido, como por exemplo que as águas saem desde a sua
nascente para o oriente, descendo pelo Arabá, e que entrando no Mar Morto,
transformarão suas águas salgadas em águas saudáveis.
Sabemos
que o Mar Morto se encontra encravado bem no centro de Israel, e que a noroeste
e próximo do mesmo fica situada a cidade de Jerusalém, onde ocorreu o Pentecostes,
mas seria temerário fazer uma afirmação final que a visão se limita a
identificar somente tal evento histórico.
É dito
também que na nascente do rio, de um e de outro lado de suas margens, há
árvores em grande número (v. 7), significando isto que sua nascente não se
situa numa região árida, mas num oásis cheio de vida. Deus é de vivos e não de
mortos. Ele é a fonte de toda vida. É um manancial eterno cheio de vida, pronto
para encher de vida a todos os que beberem das Suas águas vivas.
Deus
não criou morte, mas vida. O autor da morte é o diabo e o pecado. Mas Jesus não
é somente o autor da vida, mas a própria vida.
Por
isso se diz ainda na visão de Ezequiel no verso 9 que:
“E por
onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente que vive em enxames, e
haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, para que as águas do
mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.” (v. 9).
O
significado deste verso é que aquele em quem o Espírito Santo entrar para habitar
nele, este viverá.
Como
quem vive em rio é peixe, então a visão fala de enxame de peixes, mas a
referência se aplica a homens e não a peixes, porque este rio certamente não é
um rio literal, mas o próprio Espírito Santo, que não é pescador de peixes, mas
de homens.
Por
isso se diz que os pescadores (os pregadores, evangelistas, os ministros de
Deus) estarão junto do rio, porque sem este rio de águas vivas não se pode
pescar nenhum homem (v. 10).
É dito
que tais pescadores estariam junto ao rio desde En-Gedi até En-Eglaim, e que
seria grande a quantidade e a qualidade da espécie de peixes desta região seria
feita, por causa deste rio de águas vivas, como o peixe do Mar Mediterrâneo, ou
seja, peixes grandes e bons.
Ora,
não há qualquer dúvida que isto é uma referência ao trabalho de regeneração e
santificação do Espírito, transformando os pecadores em pessoas santas de Deus.
A visão
é tão real na sua aplicação espiritual, das coisas relativas ao trabalho do
Espírito nos corações, que se diz, que os charcos e os pântanos das localidades
referidas não seriam sarados pelas águas do rio de Deus, mas seriam deixados
para produzir sal.
Isto
pode ser uma referência às vidas daqueles que decidem permanecer atolados no
pecado, nos quais o Espírito não pode realizar o Seu trabalho de cura
espiritual, porque é necessário arrependimento para que Ele possa habitar em
nossos corações.
No
verso 12 encontramos uma referência ao fruto do Espírito, que é variado (amor,
paz, alegria, bondade, longanimidade, domínio próprio, fé etc), e que está
representado na visão como as várias árvores que nascem às margens deste rio,
porque suas raízes se alimentam de suas águas vivas, as quais na estação
própria de cada uma destas árvores, produz tal fruto, que serve de alimento, e suas
folhas de remédio.
O fruto
do Espírito Santo é quem alimenta o nosso espírito, e estas árvores que são os
cristãos produzirão também, pelo Espírito, folhas saudáveis que servirão para a
cura da alma e do corpo.
Esta é
a árvore plantada junto às águas, referida no Salmo primeiro, ou seja, o varão
que é bem-aventurado.
E como
os que são bem-aventurados herdarão a terra, é citado a partir do verso 13 até
o final deste capítulo, e no próximo, qual seria a divisão da terra pelas doze
tribos de Israel.
Isto
teve o propósito de reanimar o povo que se encontrava no cativeiro em
Babilônia, e que teria que aguardar ainda alguns anos para retornarem à sua
própria terra, para se disporem a voltar para Israel, uma vez cumprido o tempo
de 70 anos determinado para o seu cativeiro.
A
descrição da repartição da terra pelas tribos foi feita nos mesmos moldes dos
dias de Josué, quando Israel entrou na herança da terra que lhe havia sido dada
pelo Senhor, para que eles soubessem que a partir do retorno de Babilônia, Deus
lhes trataria tal como havia feito no princípio da história de Israel.
Ele
queria lhes demonstrar que seria com eles para remover todo tipo de oposição
para que pudessem entrar na posse definitiva da herança que lhes havia
dado.
Por
isso as duas partes que haviam sido dadas a José nas pessoas de seus filhos
Efraim e Manassés, seria feita novamente, tal como no princípio, e assim
sucessivamente.
Evidentemente,
que na prática não seria mais como no passado, até porque as doze tribos do
Norte estavam praticamente dissolvidas, mas havia ainda descendentes destas
tribos espalhados pelo mundo, e a visão queria portanto encorajá-los a voltarem
para Israel e para o Senhor, porque tinha feito uma aliança com todos eles
desde Moisés, e havia prometido ser o Deus deles a Abraão, de quem haviam sido
formados.
Esta
visão se aplica também aos cristãos da Igreja de Cristo, que independentemente
da sua nacionalidade são tidos por verdadeiros israelitas, pertencentes ao
Israel de Deus, por terem sido enxertados na Oliveira Santa que é Jesus
Cristo.
Então,
eles também entrarão na posse definitiva da terra, depois de terem sido
derrotados todos os inimigos de Deus, que se opõem a que eles entrem na posse
da herança que lhes foi garantida pelo Senhor, por direito perpétuo.
Este
capítulo descreve quais seriam os limites da terra que Israel receberia por
herança, e no capítulo seguinte é descrita a forma pela qual a distribuição
seria feita pelas tribo de Israel, capítulo este que não estaremos comentando.
“1 Depois
disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo
do limiar do templo, para o oriente; pois a frente do templo dava para o
oriente; e as águas desciam pelo lado meridional do templo ao sul do altar.
2 Então
me levou para fora pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo
caminho de fora até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis que
corriam umas águas pelo lado meridional.
3
Saindo o homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir, mediu mil
côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
4 De
novo mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos;
outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos
lombos.
5 Ainda
mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham
crescido, águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a vau.
6 E me
perguntou: Viste, filho do homem? Então me levou, e me fez voltar à margem do
rio.
7 Tendo
eu voltado, eis que à margem do rio havia árvores em grande número, de uma e de
outra banda.
8 Então
me disse: Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá,
entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se tornarão
saudáveis.
9 E por
onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente que vive em enxames, e
haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, para que as águas do
mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.
10 Os
pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para
estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua espécie, como o peixe do Mar
Grande, em multidão excessiva.
11 Mas
os seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados para sal.
12 E junto
do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que
dá fruto para se comer. Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos
seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O
seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.
13
Assim diz o Senhor Deus: Este será o termo conforme o qual repartireis a terra
em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas partes.
14 E
vós a herdareis, tanto um como o outro; pois sobre ela levantei a minha mão,
jurando que a daria a vossos pais; assim esta terra vos cairá a vós em herança.
15 E
este será o termo da terra: da banda do norte, desde o Mar Grande, pelo caminho
de Hetlom, até a entrada de Zedade;
16
Hamate, Berota, Sibraim, que está entre o termo de Damasco e o termo de Hamate;
Hazer-Haticom, que está junto ao termo de Haurã.
17 O
termo irá do mar até Hazar-Enom, junto ao termo setentrional de Damasco, tendo
ao norte o termo de Hamate. Essa será a fronteira do norte.
18 E a
fronteira do oriente, entre Haurã, e Damasco, e Gileade, e a terra de Israel,
será o Jordão; desde o termo do norte até o mar do oriente medireis. Essa será
a fronteira do oriente.
19 E a
fronteira meridional será desde Tamar até as águas de Meribote-Cades, ao longo
do Ribeiro do Egito até o Mar Grande. Essa será a fronteira meridional.
20 E a
fronteira do ocidente será o Mar Grande, desde o termo do sul até a entrada de
Hamate. Essa será a fronteira do ocidente.
21
Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel.
22
Reparti-la-eis em herança por sortes entre vós e entre os estrangeiros que
habitam no meio de vós e que têm gerado filhos no meio de vós; e vós os tereis
como naturais entre os filhos de Israel; convosco terão herança, no meio das tribos
de Israel.
23 E
será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali lhe dareis a sua
herança, diz o Senhor Deus.” (Ezequiel 47)
forte hein esta palavra!!!
ResponderExcluirPr. Fábio
Jesuuuus que ensino....👏👏👏👏👏
ResponderExcluirJesuuuus que ensino....👏👏👏👏👏
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