Ao
tempo em que estas profecias eram dadas a Ezequiel, relativas ao sítio e à
queda de Jerusalém, em Babilônia, Jeremias ainda profetizava em Judá.
Certamente,
chegou aos judeus, tanto de uma quanto de outra parte, o teor destas profecias
de ambos, que eram uma só revelação em essência, e nem com isso eles se
arrependeram de suas más obras.
É
possível pregar tudo que se refira à sã doutrina sobre santificação e nem assim
muitos cristãos virem a se santificar.
É
possível pregar com exatidão sobre a segurança da salvação por causa da
justificação, e ainda assim muitos cristãos viverem angustiados pelo temor da
perda da salvação.
Deste
modo, não é nenhuma garantia de que haverá obediência dos cristãos, caso a
Palavra seja pregada e ensinada como convém, isto é, estando a vida em acordo
com a verdade pelos que pregam e ensinam, e por uma exposição correta da
doutrina da graça e da verdade que estão em Cristo Jesus.
É
necessário tomar uma posição em relação ao que se ouve, e colocá-lo em prática.
Daí a ordenança bíblica de que não sejamos meros ouvintes da Palavra, mas
praticantes.
O fato
de saber a doutrina correta não é uma garantia de que estamos salvos ou
santificados. Apesar de ser fundamental o conhecimento da verdade para que haja
salvação e santificação. Mas somente o conhecimento intelectual da verdade não
é por si só, uma garantia de conversão, como podemos ver na atitude de Israel
na recepção da Palavra que lhe foi enviada da parte de Deus pelos Seus
profetas.
O
próprio Senhor Jesus disse que aquele que ouve a Palavra e não a pratica é como
um insensato que construiu sua casa sobre a areia.
Nenhum
pastor deveria se iludir portanto, pensando que tudo o que deve fazer é
simplesmente aprender e ensinar a doutrina correta, porque conduzir a si mesmo
e o povo de Deus à santificação é tarefa para quem é diligente não apenas no
aprendizado da verdade, mas também na busca de Deus, no enchimento do Espírito
e revestimento do Seu poder, de uma vida de oração e de renúncias, uma vez
estabelecida a comunhão com nosso Senhor, que nos trará o Seu governo sobre o
nosso espírito.
Por
isso Deus havia alertado a Ezequiel de antemão que Ele não seria ouvido pelos
judeus, apesar de tudo o que lhes dissesse proviesse dEle, e fosse a pura
verdade. Porque Deus sabe que para haver arrependimento e conversão é
necessário muito mais do que simplesmente ouvir a verdade, é necessário ter um
coração contrito perante Ele, que odeie o pecado, e que trema da Sua presença,
pelo Seu temor e da Sua Palavra, de maneira que Ele ache um caminho para poder
se revelar aos nossos corações.
Como os judeus poderiam se converter ao Senhor
enquanto seus corações estavam apegados às riquezas que eles haviam acumulado?
Estava apegado de tal forma, que nem sequer no sítio que estavam sofrendo,
viram que ouro e prata não matam a fome, em tais circunstâncias, porque nada se
pode comprar com eles, e nem sequer servir para pagar tributos a nações que
pudessem lhes socorrer, porque estavam em aperto e incomunicáveis, de maneira
que toda a fortuna que haviam juntado de nada lhes serviria, e não somente
isto, passaria para as mãos de outros.
Por
causa dessa riqueza do mundo eles haviam desprezado a celestial, e afastando-se
dos caminhos retos do Senhor, vieram a viver na iniquidade. Então o dinheiro se
lhes tornou em tentação e laço, que endureceu seus corações, preparando-lhes
para a destruição (v. 19).
Até
mesmo os adornos que usavam foi convertido em soberba, lhes tornando
orgulhosos, e fizeram deles imagens de esculturas para adorá-las (v. 20).
Então o
Senhor permitiria que caíssem nas mãos de ímpios, e também que o Seu próprio
templo fosse profanado, porque eles haviam se tornado indignos de entrarem na
Sua casa e adorá-lO.
Nos
dias da sua destruição eles buscariam a paz, mas não a paz que o Senhor dá, e
por isso não achariam nenhuma paz (v. 25).
O
Senhor agrada-se em dar a Sua paz, porque é um dos Seus atributos, é parte do
fruto do Seu Espírito, mas não pode dar tal paz a quem vive na iniquidade, e
que se recusa a se arrepender de seus pecados.
Jesus é
o Príncipe da paz, e nos dá a Sua paz não conforme é dada pelo mundo, ou seja,
pela ausência de dificuldades e tribulações. Ele nos dá paz em meio às
aflições, quando O buscamos de todo o nosso coração, dispostos a tomar sobre
nós o jugo da obediência que Lhe é devida.
Fazendo
assim, sendo Seus imitadores, por sermos mansos e humildes de coração tal como
Ele, acharemos por fim a Sua paz, porque agrada-se em dá-la aos que procedem de
tal forma.
Buscar
meramente alívio de aflições, tal como os judeus fariam na hora da destruição
que viria sobre eles, não significa buscar a paz de Deus, nem mesmo ao próprio
Deus, porque é possível achar conforto e alívio que nos seja dado por Ele, para
logo endurecer de novo o coração, pela falta de um verdadeiro arrependimento,
tal como a Bíblia está cheia de exemplos nas pessoas de Esaú, faraó, o rei
Acabe, Judas e tantos outros.
“1 Ainda
veio a palavra do Senhor a mim, dizendo:
2 E tu,
ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus à terra de Israel: Vem o fim, o fim
vem sobre os quatro cantos da terra.
3 Agora
vem o fim sobre ti, e enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os
teus caminhos; e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
4 E não
te pouparei, nem terei piedade de ti; mas eu te punirei por todos os teus
caminhos, enquanto as tuas abominações estiverem no meio de ti; e sabereis que
eu sou o Senhor.
5 Assim
diz o Senhor Deus: Mal sobre mal! eis que vem!
6 Vem o
fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem.
7 Vem a
tua ruína, ó habitante da terra! Vem o tempo; está perto o dia, o dia de
tumulto, e não de gritos alegres, sobre os montes.
8 Agora
depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e
te julgarei conforme os teus caminhos; e te punirei por todas as tuas
abominações.
9 E não
te pouparei, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim te punirei,
enquanto as tuas abominações estiverem no meio de ti; e sabereis que eu, o
Senhor, castigo.
10 Eis
o dia! Eis que vem! Veio a tua ruína; já floresceu a vara, já brotou a soberba.
11 A
violência se levantou em vara de iniquidade. Nada restará deles, nem da sua
multidão, nem dos seus bens. Não haverá eminência entre eles.
12 Vem
o tempo, é chegado o dia; não se alegre o comprador, e não se entristeça o
vendedor; pois a ira está sobre toda a multidão deles.
13 Na
verdade o vendedor não tornará a possuir o que vendeu, ainda que esteja por
longo tempo entre os viventes; pois a visão, no tocante a toda a multidão
deles, não voltará atrás; e ninguém fortalece a sua vida com a sua própria iniquidade.
14 Já
tocaram a trombeta, e tudo prepararam, mas não há quem vá à batalha; pois sobre
toda a multidão deles está a minha ira.
15 Fora
está a espada, e dentro a peste e a fome; o que estiver no campo morrerá à
espada; e o que estiver na cidade, a fome e a peste o consumirão.
16 E se
escaparem alguns sobreviventes, estarão sobre os montes, como pombas dos vales,
todos gemendo, cada um por causa da sua iniquidade.
17
Todas as mãos se enfraquecerão, e todos os joelhos se tornarão fracos como
água.
18 E se
cingirão de sacos, e o terror os cobrirá; e sobre todos os rostos haverá
vergonha e sobre todas as suas cabeças calva.
19 A
sua prata, lança-la-ão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a sua
prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; esses metais
não lhes poderão saciar a fome, nem lhes encher o estômago; pois serviram de
tropeço da sua iniquidade.
20
Converteram em soberba a formosura dos seus adornos, e deles fizeram as imagens
das suas abominações, e as suas coisas detestáveis; por isso eu a fiz para eles
como uma coisa imunda.
21 E
entrega-la-ei nas mãos dos estrangeiros por presa, e aos ímpios da terra por
despojo; e a profanarão.
22 E
desviarei deles o meu rosto, e profanarão o meu recesso; porque entrarão nele
saqueadores, e o profanarão.
23 Faze
uma cadeia, porque a terra está cheia de crimes de sangue, e a cidade está
cheia de violência.
24 Pelo
que trarei dentre as nações os piores, que possuirão as suas casas; e farei
cessar a soberba dos poderosos; e os seus lugares santos serão profanados.
25
Quando vier a destruição eles buscarão a paz, mas não haverá paz.
26
Miséria sobre miséria virá, e se levantará rumor sobre rumor; e buscarão do
profeta uma visão; mas do sacerdote perecerá a lei, e dos anciãos o conselho.
27 O
rei pranteará, e o príncipe se vestirá de desolação, e as mãos do povo da terra
tremerão de medo. Conforme o seu caminho lhes farei, e conforme os seus
merecimentos os julgarei; e saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 7)
Muito obrigado! Sinto -me muito grata de haver blogs que comentam a palavra de Deus. Orientando as pessoas que desejam se aproximar mais de Deus. Obrigado por seu trabalho. Que Deus o abençoe.
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