sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EZEQUIEL 27



Este capítulo é uma continuação do precedente, no qual prosseguem os juízos do Senhor contra Tiro.
Neste, são descritas particularmente em detalhes, as transações comerciais que Tiro estabelecia com muitas nações.
Deus fez com que Ezequiel se demorasse nestas descrições, relativas a Tiro, mais do que a qualquer outra nação, porque havia uma razão especial para isto, ou seja, para revelar que o poder atuante por detrás de todas aquelas ações comerciais, que se tornaram o fim mesmo e o objetivo último dos habitantes de Tiro, era o do grande mercador deste mundo, inclusive de almas, chamado, Satanás, o diabo, que será desmascarado no capitulo seguinte na pessoa do rei de Tiro, não que o rei de Tiro fosse o diabo, mas que era alguém que estava inteiramente debaixo da sua influência, quanto todos os demais reis daquela nação que haviam reinado antes dele, para fazer da expansão comercial o grande e maior negócio da terra, porque não há caminho mais rápido para a corrupção dos povos e nações.
E o diabo sabendo muito bem disto, havia elegido aquela nação para ser um dos braços da grande rede que ele pretendia estabelecer no mundo daquela época.
Todavia, o Senhor lhe frustrou os  planos, porque não era chegada ainda a hora disto acontecer, como tem permitido em nossos próprios dias, em que não se fala em outra coisa a não ser em mercado, e fala-se de mercado calmo, mercado agitado, mercado nervoso, como se falasse de uma pessoa viva.
Aqui está sendo permitido porque o fim do mundo se aproxima, e esta será uma das vias de acesso para a iniquidade desenfreada dos últimos dias que precipitará o derramar dos juízos de Deus sobre toda a terra, porque os homens não se aplicaram em buscar o tesouro do céu, senão apenas o tesouro terreno, no qual têm colocado cada vez mais os seus corações, caindo assim no laço que o diabo lhes tem preparado, e que pretendia expandir antes do tempo determinado, através de Babilônia, Tiro, Pérsia, Grécia, Roma e outros reinos da terra, que foram todos submetidos ao juízo do Senhor para que perdessem toda a sua glória e grandeza terrena.
O desenvolvimento tecnológico é necessário, e foi concedido ao homem, por Deus, ter o conhecimento necessário para expandir a produção de bens de consumo. Todavia, isto não  deveria servir de pretexto para colocar a Deus e a Sua vontade e mandamentos,
Então é pela misericórdia de Deus que temos tais profecias registradas em Sua Palavra como um farol de alerta, para que não colidamos em tais recifes com os barcos de nossas vidas, de modo que não venham a naufragar.
Além disso, podemos ver, pelo relato deste capitulo de Ezequiel, que o comércio de Tiro estava voltado para artigos de luxo e supérfluos, para alimentar a vanglória e a soberba da vida. Não estava voltado especialmente para bens de consumo de primeira necessidade, para a manutenção da vida. 
Então tinham por alvo, alimentar o orgulho e a prepotência. E sabemos o quanto isto vai contra os sentimentos que Deus espera ver implantados no coração e no caráter dos homens.
     



“1 De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Tu pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro;
3 e dize a Tiro, que habita na entrada do mar, e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Deus: ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura.
4 No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura.
5 De ciprestes de Senir fizeram todas as tuas tábuas; trouxeram cedros do Líbano para fazerem um mastro para ti.
6 Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; os teus bancos fizeram-nos de marfim engastado em buxo das ilhas de Quitim.
7 Linho fino bordado do Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de azul, e púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura.
8 Os habitantes de Sidom e de Arvade eram os teus remadores; os teus peritos, ó Tiro, que em ti se achavam, esses eram os teus pilotos.
9 Os anciãos de Gebal e seus peritos eram em ti os teus calafates; todos os navios do mar e os seus marinheiros se achavam em ti, para tratarem dos teus negócios.
10 Os persas, e os lídios, e os de Pute eram no teu exército os teus soldados; penduravam em ti o escudo e o capacete; aumentavam o teu esplendor.
11 Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas nas tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; aperfeiçoavam a tua formosura.
12 Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda a casta de riquezas; seus negociantes trocavam pelas tuas mercadorias prata, ferro, estanho, e chumbo.
13 Javã, Tubál e Meseque eram teus mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam as pessoas de homens e vasos de bronze.
14 Os da casa de Togarma trocavam pelas tuas mercadorias cavalos e ginetes e machos;
15 os homens de Dedã eram teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da tua mão; tornavam a trazer-te em troca de dentes de marfim e pau de ébano.
16 A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas manufaturas; pelas tuas mercadorias trocavam granadas, púrpura, obras bordadas, linho fino, corais e rubis.
17 Judá e a terra de Israel eram teus mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam o trigo de Minite, cera, mel, azeite e bálsamo.
18 Por causa da multidão das tuas manufaturas, por causa da multidão de toda a sorte de riquezas, Damasco negociava contigo em vinho de Helbom e lã branca.
19 Vedã e Javã de Uzal trocavam lã fiada pelas tuas manufaturas; ferro polido, cássia e cálamo aromático achavam-se entre as tuas mercadorias.
20 Dedã negociava contigo em suadouros para cavalgar.
21 Arábia e todos os príncipes de Quedar também eram os mercadores ao teu serviço; em cordeiros, carneiros e bodes, nestas coisas negociavam contigo.
22 Os mercadores de Sabá e Raamá igualmente negociavam contigo; pelas tuas mercadorias trocavam as melhores de todas as especiarias e toda a pedra preciosa e ouro.
23 Harã, e Cané e Edem os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade eram teus mercadores.
24 Estes negociavam contigo em roupas escolhidas, em agasalho de azul e de obra bordada, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de cedro.
25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas para a tua mercadoria; e te encheste, e te glorificaste muito no meio dos mares.
26 Os teus remadores te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no meio dos mares.
27 As tuas riquezas, os teus bens, as tuas mercadorias, os teus marinheiros e os teus pilotos, os teus calafates, e os que faziam os teus negócios, e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua companhia, que está no meio de ti, se submergirão no meio dos mares no dia da tua queda.
28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes.
29 E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios, e pararão em terra,
30 e farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente; lançarão pó sobre as cabeças, e na cinza se revolverão;
31 e se farão calvos por tua causa, e se cingirão de sacos, e chorarão sobre ti com amargura de alma, com amarga lamentação.
32 No seu pranto farão uma lamentação sobre ti, na qual dirão: Quem foi como Tiro, como a que está reduzida ao silêncio no meio do mar?
33 Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão das tuas riquezas e das tuas mercadorias, enriqueceste os reis da terra.
34 No tempo em que foste quebrantada pelos mares, nas profundezas das águas, caíram no meio de ti todas as tuas mercadorias e toda a tua companhia.
35 Todos os moradores das ilhas estão a teu respeito cheios de espanto; e os seus reis temem em grande maneira, e estão de semblante perturbado.
36 Os mercadores dentre os povos te dão vaias; tu te tornaste em grande espanto, e não mais existiras.” (Ezequiel 27)

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