Antes
de qualquer comentário, é importante lembrar que o cerco de Jerusalém pelos
babilônios começou em meados do nono ano de reinado do rei Zedequias de Judá, o
qual correspondia também ao nono ano de cativeiro do reio Joaquim em Babilônia,
porque Zedequias foi colocado por Nabucodonosor no lugar de Joaquim, tão logo o
levara em cativeiro.
Então a
referência ao sétimo ano no início deste capitulo de Ezequiel, coloca esta
profecia, como as citadas nos capítulos precedentes, num período anterior ao do
citado sítio de Jerusalém.
Aqui,
no caso, estavam há cerca de dois anos antes do início do citado cerco. Por
isso, os judeus em Babilônia ainda tinham expectativas de que nenhum mal
sucederia a Jerusalém, porque nenhum mal estava sendo feito contra o rei
Zedequias e o povo que com ele se encontrava em Judá, já há sete anos do seu
reinado em Jerusalém, que duraria até o quarto mês do décimo primeiro ano de
tal reinado, porque passados então quatro anos desde a narrativa deste
capitulo, Jerusalém e o templo seriam queimados, as casas seriam destruídas, os
filhos de Zedequias seriam mortos pelo rei de Babilônia, seus soldados e muito
povo também seriam mortos à espada, e somente os muito pobres que não tinham
propriedades seriam deixados em Jerusalém, porque os demais seriam levados para
o cativeiro.
Conhecendo
perfeitamente o que há no coração do homem, especialmente daqueles judeus
rebeldes à Sua vontade, dos dias de Ezequiel, o Senhor disse ao profeta que
lhes dissesse, quando vieram alegando ao profeta que queriam consultar ao
Senhor, que não se deixaria ser consultado por eles.
Deus
havia mostrado em visões ao profeta todas as abominações que estavam sendo
feitas em Jerusalém, e especialmente no Seu templo, então o próprio profeta
teria condições de julgá-los, porque poderia lhes dizer todas as abominações de
seus pais, e como poderiam esperar uma boa promessa de Deus em relação às
condições presentes que eles estavam vivendo, enquanto não faziam outra coisa
senão transgredir os Seus mandamentos deliberadamente?
Como
poderiam escapar do terrível juízo de morte que estaria vindo sobre eles na
forma de espada, peste e fome, se não deram a devida consideração ao Senhor e
aos Seus mandamentos?
Além
disso, não Lhe deram ouvidos quando repreendidos pelos Seus profetas, que
insistentemente lhes convocaram ao arrependimento. Antes, perseguiram,
prenderam e até mataram Seus profetas para continuarem praticando suas
abominações. Então que resposta favorável Deus poderia lhes dar quando vieram
Lhe consultar?
Desde
que lhes havia livrado do cativeiro no Egito, nos dias de Moisés, para lhes dar
por herança uma terra que manava leite e mel, o Senhor lhes ordenou que
lançassem fora, cada um deles, todas as coisas abomináveis que encantavam os
seus olhos, e que não se contaminassem com os ídolos do Egito.
Todavia,
o que eles fizeram? Rebelaram-se contra o Senhor, e não lançaram fora as suas
coisas abomináveis e nem os seus ídolos, e então o Senhor disse que derramaria
o Seu furor sobre eles.
Mas o
que fizera foi por amor do Seu grande nome, para que não fosse profanado à
vista das nações, porque Israel carregava o Seu nome sobre eles, sendo
conhecidos como o povo de Jeová, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
E
livrando-os do cativeiro do Egito, entrou em aliança com eles, dando-lhes os
Seus estatutos e ordenanças, pelos quais eles viveriam, como se afirma no verso
11:
“E
dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei as minhas ordenanças, pelas quais o
homem viverá, se as cumprir.”
Esta citação é extraída de Lev
18.5:
“Portanto, os meus estatutos e os meus juízos
guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.” (Lev 18.5)
O apóstolo Paulo fez
uma abordagem desta citação em Gál 3.12:
“Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que
observar os seus preceitos por eles viverá.” (Gál 3.12)
Aqui se afirma que a
vida que procede da lei não é a vida que procede da fé, a saber, a vida eterna,
porque o que a lei diz é que aquele que observar os seus preceitos, por eles
viverá, ou seja, quando eles vivessem de acordo com os preceitos da Lei, não
seria trazido nenhuma destruição de morte como o Senhor estava trazendo sobre
os judeus nos dias de Ezequiel, nos quais vigorava a Antiga Aliança, porque
estavam todos sob a Lei, porque era por meio dela que estavam aliançados com
Deus.
Então a vida referida em Lev
18.5, e Ez 20.11, não é de modo algum a vida eterna que é obtida somente por
graça, mediante a fé, porque sabemos que pelas obras da Lei nenhuma carne pode
ser justificada diante de Deus:
“porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante
dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado.” (Rom 3.20)
“concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da
lei.” (Rom 3.28)
“sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas
sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos
justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por [obras da lei]
nenhuma carne será justificada.” (Gál 2.16)
“Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição;
porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas
que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” (Gál 3.10)
Paulo não estava incentivando ninguém a viver contrariamente à lei
moral de Deus, que é santa, justa e perfeita, mas a não tentar ser justificado
por meio da Lei, porque não é possível haver justificação por tal meio, senão
somente pela fé, tal como Abraão havia sido justificado no passado. E a vida
eterna só pode ser obtida pela justificação, e não pelas obras da Lei.
Todo cristão deve ter portanto cuidado ao abordar o assunto das obras
da Lei, para que não desconsidere a importância das obras na sua santificação,
mas que nunca incorra no erro de ensinar a outros que serão justificados por
tais obras, e não simplesmente pela fé.
Não é correto portanto afirmar que na Antiga Aliança o modo de
salvação era por se fazer as obras da Lei, e que agora na Nova Aliança, o modo
é pela graça mediante a fé.
Deus nunca intentou salvar a ninguém pelas obras da Lei. Não foi para
tal propósito que Ele deu a Lei através de Moisés, ou seja, para que a própria
Lei fosse o instrumento da salvação dos pecadores.
Então nunca seria possível que alguém tivesse a salvação que dá a vida
eterna, por cumprir a Lei, porque para tanto, seria necessário cumprir a Lei
perfeitamente e não ter nenhum pecado, e isto, somente um único homem perfeito
conseguiu fazer, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo, não para que fosse salvo,
mas para que pudesse nos salvar morrendo por nós depois de ter cumprido
perfeitamente toda a Lei de Moisés, e por não ter, diferentemente de nós,
nenhum pecado na Sua natureza santa e perfeita.
Logo, Deus jamais ensinaria ao pecador um caminho de salvação
impossível, a saber, o de obter a justificação (salvação) por meio das obras da
Lei, porque, para tanto seria necessário perfeição no cumprimento de todos os
mandamentos.
Então, o que quer dizer o texto de Levítico 18.5 e Ez 20.11? Afinal
não está falando em se cumprir os estatutos e os juízos de Deus, para se viver
por tal obediência?
Primeiro, já deixamos claro que o que está sendo prometido não é vida
eterna, mas preservação da vida física, para não ser destruída tal como estava
ocorrendo com os israelitas ao longo de toda a história daquela nação debaixo
do Velho Testamento, quando descumpriam os mandamentos de Deus, desviando-se
dEle, para adorarem falsos deuses.
Todavia, certamente, tal como ocorre com o cristão na Nova Aliança,
Deus tem considerado a intenção sincera do coração em cumprir Seus mandamentos,
como o próprio fato realizado.
Se o cristão odiar o pecado, enquanto busca se aperfeiçoar na
santificação, será tido por Deus na conta de alguém que possui um coração puro,
porque considerará o seu esforço para vencer o mal e viver na prática do bem,
andando pela fé no Espírito, como até mesmo se não tivesse qualquer pecado,
porque o verá sob a cobertura do sangue e da justiça de Cristo, ainda que não
desconsiderará o pecado de tal cristão, para fim de disciplina, de mortificação
do pecado, e de seu aperfeiçoamento na fé.
A realidade prática dos que têm caminhado com Deus, e sido realmente
usados por Ele, é exatamente esta a que nos temos referido, porque o Senhor
sabe, que enquanto estivermos neste mundo, sempre haverá, em algum grau, a luta
entre a carne e o Espírito, entre a nova natureza e a velha natureza, ainda
que, à medida que crescermos espiritualmente, sendo aperfeiçoados na
santificação, a velha natureza ficará cada vez mais fraca, enquanto a nova
ficará cada vez mais forte.
Voltando ao texto de Ezequiel
neste capitulo, o Senhor lhes disse também no verso 12 o seguinte:
“Demais
lhes dei também os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles; a fim
de que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.”
Isto
significa que Israel, tal como a Igreja de Cristo, deveria viver de um modo
separado da prática dos ímpios que não conhecem ao Senhor, porque não são do
mundo, mas herança de Deus, cuja pátria é celestial.
Todavia
o verdadeiro israelita que habitará no céu é aquele que tem sido santificado
pelo Senhor, porque é somente ela a evidência de que fora verdadeiramente
justificado pela fé.
Contudo,
toda a nação de Israel se rebelou contra o Senhor no deserto, já nos dias de
Moisés, e comprovaram tal rebelião pelo fato de não andarem segundo os
estatutos do Senhor, e por rejeitarem as Suas ordenanças, pelas quais seriam
mantidos em vida, sem receberem os juízos de morte que Ele trouxe não raras
vezes sobre eles, revelando o quanto Lhe desagrada que o Seu povo viva no
pecado. Quanto a isto, esta regra vale tanto para nós quanto para eles, porque
até mesmo cristãos na Nova Aliança estão sujeitos a um juízo extremo da parte
do Senhor, de morte física, quando andam em rebelião consumada contra Ele,
porque são entregues a Satanás para a destruição da carne, para que se
arrependam, tal como se dera com o cristão incestuoso da Igreja de Corinto (I
Cor 5).
O
versículo 13 de Ezequiel bem comprova tudo o que comentamos anteriormente em
relação ao verso 11, porque nele se afirma o mesmo que está contido no verso
11, e além disso, o Senhor, mostra a que tipo de vida estava se referindo ao
falar no cumprimento dos estatutos e ordenanças da Lei, como vemos na parte
final do citado versículo:
“e
rejeitando as minhas ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as cumprir; e
profanaram grandemente os meus sábados; então eu disse que derramaria sobre
eles o meu furor no deserto, para os consumir.” (v. 13b). Veja que se fala em
furor derramado sobre os judeus no deserto para serem consumidos, como de fato
o foram, especialmente aquela geração incrédula cujos corpos tombaram no
deserto durante os quarenta anos de peregrinação com Moisés.
Os
versos 14 a 16 são uma reafirmação destes juízos que o Senhor trouxe sobre os
israelitas nos dias de Moisés.
Todavia,
tal como estava fazendo nos dias de Ezequiel, Deus também fizera nos dias de
Moisés, bem como em toda a história da nação de Israel, porque sempre deixou um
remanescente entre eles, para que estes andassem nos Seus caminhos.
E por
isso advertiu a geração que se seguiu à de Moisés, e que entraria com Josué em
Canaã, que não andassem nas mesmas pegadas de seus pais, praticando a sua
idolatria e abominações, e que se recusavam a guardar os mandamentos de Deus.
Todavia,
as gerações seguintes de Israel andaram nos mesmos caminhos de seus pais,
motivo porque o Senhor derramou o seu furor sobre eles, especialmente com
juízos de morte sob a espada de povos inimigos, de morte pela peste, e também
por falta de alimentos e água, com as secas que fez com que viessem sobre a
terra deles, tal como prometera fazer na aliança que fizera com eles, deixando
registrado na Lei, que lhes traria tais juízos quando eles lhes virassem as
costas.
Ainda
assim, o Senhor sempre lhes deixou um remanescente.
Todavia,
eles viveram em idolatrias e abominações cada vez maiores, de modo que o juízo
do cativeiro prometido na Lei de Moisés, de serem arrancados de sua própria
terra, seria trazido sobre eles, tal como estava sendo executado sobre Judá nos
dias de Ezequiel, e como havia sido executado sobre o Reino do Norte (Israel)
cerca de 100 anos antes.
Como o
Senhor conhecia a rebelião que havia na nação de Israel, por isto lhes deu
estatutos que Ele chama no verso 25, que “não eram bons”, ou seja, que
continham juízos de morte e cativeiro em caso de desobediência da Lei, como os
que se veem em Lev 26.14-42; Dt 11.26-28; 27.26; 28.15-68, que contêm as
promessas de maldições da Lei, que de fato não podem ser chamadas de boas
promessas, as quais eram previstas na Antiga Aliança, que foi revogada por
Jesus, ao inaugurar a Nova Aliança no Seu sangue.
Por
isso lemos em Hb 8.6 a seguinte referência a Jesus e as promessas da Nova
Aliança feita no Seu sangue:
“Mas
agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma
melhor aliança, a qual está firmada sobre melhores promessas.” (Hb 8.6)
Isto
indica que aqueles estatutos da Antiga Aliança que o próprio Deus diz que não
eram bons (maldições prevista no caso de desobediência da Lei) foram revogados
por Jesus, e por isso é dito que temos na Nova Aliança melhores promessas do
que as da Antiga.
Deus
sabia que Israel idolatraria, que lhe voltaria as costas, que praticaria as
mesmas coisas das nações pagãs, apesar de ter sido separado das demais nações
para ser uma bênção para elas, vivendo em santidade perante Ele.
Então
este verso 25 reforça ainda mais o entendimento da verdadeira interpretação das
citações do verso 11 e de outros versos deste texto nos quais se faz uma
referência a Lev 18.5, porque afirma expressamente que estas maldições da Lei
eram estatutos e ordenanças que tinham por alvo não permitirem que os
israelitas continuassem vivendo normalmente, sem receberem qualquer juízo de
morte da parte de Deus, por causa da quebra da aliança.
“Também
lhes dei estatutos que não eram bons, e ordenanças pelas quais não poderiam
viver;” (v. 25).
Conhecendo
a obstinação e rebelião de seus corações, Deus não lhes concedeu graça para
arrependimento, e os deixou entregues a si mesmos, para que se contaminassem
com suas práticas abomináveis, como a de passarem seus recém-nascidos pelo
fogo, porque os ofereciam como sacrifícios a falsos deuses (v. 26).
Depois
de reafirmar nos versos 27 a 31 todas as verdades relativas à maldade de Israel,
o Senhor protestou contra aqueles que Lhe vieram consultar através de Ezequiel,
que se acaso eles eram diferentes de seus antepassados, e se porventura não
andavam nas mesmas más obras em que eles haviam andado? E como se permitiria
então ser consultado por eles?
Como
poderiam esperar ouvir boas promessas da parte do Senhor andando do modo como
eles andavam?
Cristãos
que vão às suas igrejas só para receberem bênçãos materiais, ou algo que se
relacione sempre ao próprio interesse egoísta deles, e que não se importam em
fazer a vontade do Senhor, como podem esperar serem ouvidos por Deus enquanto
vivem de tal forma?
“2
Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo
combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis
e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4
Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto
qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg
4.2-4)
Então,
o Senhor entregaria Israel aos juízos que já estavam determinados e eles
permaneceriam no cativeiro, e seriam espalhados pelas nações, de onde o Senhor
os congregaria no futuro, porque haveria de reinar sobre aqueles que não fossem
rebeldes no meio do Seu povo, e que se voltassem para Ele.
Então
para comprovar que aqueles homens que vieram lhe consultar através de Ezequiel
tinham um coração perverso e endurecido, o Senhor ordenou-lhe que profetizasse
contra o sul, porque Jerusalém ficava ao Sul de Babilônia, onde eles se
encontravam, e com isto aqueles homens seriam colocados à prova quanto à
obediência e respeito que tinham ou não quanto à Palavra do Senhor.
Então
Ezequiel profetizou que fossem queimados pelo fogo os campos e os bosques do
sul, e isto produziu naqueles homens um efeito de zombaria, porque começaram a
ridicularizar o profeta chamando-o de “fazedor de alegorias”. Eles o chamaram
deste modo porque Deus vinha usando a pessoa de Ezequiel para servir de símile
(paralelo) para os juízos que traria sobre Jerusalém. Assim eles revelaram o
que havia em seus corações em relação ao próprio Ezequiel: tinham-no na conta
de um artista, de um representante que procurava assustá-los com as alegorias
que vinha fazendo até então.
Deus
ainda hoje, fala e age de uma maneira que parece estranha a muitos, geralmente
por meio de homens simples, e então, aqueles que deveriam dar atenção às Suas
palavras se escandalizam, porque não estão acostumados a não ser com suas
práticas religiosas e ritos exteriores, sem permitirem ser tocados pelo
Espírito em seus corações, e deste modo, não conseguem reconhecer o modo como o
Espírito age em Sua liberdade, soprando onde quer e como quer, e assim deixam
de receber a Sua visitação e bênçãos, porque endurecem seus corações.
“1 Ora
aconteceu, no sétimo ano, no mês quinto, aos dez do mês, que vieram alguns dos
anciãos de Israel, para consultarem o Senhor; e assentaram-se diante de mim.
2 Então
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
3 Filho
do homem, fala aos anciãos de Israel, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Vós
vindes consultar-me, mas tão certo como eu vivo, não me deixarei ser consultado
de vós, diz o Senhor Deus.
4 Julgá-los-ias
tu, ó filho do homem, julga-los-ias? Faze-lhes saber as abominações de seus
pais; e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: No dia em que escolhi a Israel,
levantei a minha mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a
eles na terra do Egito, quando levantei a minha mão para eles, dizendo: Eu sou
o Senhor vosso Deus.
6
Naquele dia levantei a minha mão para eles, jurando que os tiraria da terra do
Egito para uma terra que lhes tinha designado, que mana leite e mel, a qual é a
glória de todas as terras.
7 Então
lhes disse: Lançai de vós, cada um, as coisas abomináveis que encantam os seus olhos,
e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus.
8 Mas
rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir; não lançaram de si, cada um,
as coisas abomináveis que encantavam os seus olhos, nem deixaram os ídolos do
Egito; então eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a
minha ira contra eles no meio da terra do Egito.
9 O que
fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado à vista das
nações, no meio das quais eles estavam, a cujos olhos eu me dei a conhecer a
eles, tirando-os da terra do Egito.
10
Assim os tirei da terra do Egito, e os levei ao deserto.
11 E
dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei as minhas ordenanças, pelas quais o
homem viverá, se as cumprir.
12
Demais lhes dei também os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e
eles; a fim de que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.
13 Mas
a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto, não andando nos meus
estatutos, e rejeitando as minhas ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as
cumprir; e profanaram grandemente os meus sábados; então eu disse que
derramaria sobre eles o meu furor no deserto, para os consumir.
14 O
que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado à vista
das nações perante as quais os fiz sair.
15 E,
contudo, eu levantei a minha mão para eles no deserto, jurando que não os
introduziria na terra que lhes tinha dado, que mana leite e mel, a qual é a
glória de todas as terras;
16
porque rejeitaram as minhas ordenanças, e não andaram nos meus estatutos, e
profanaram os meus sábados; pois o seu coração andava após os seus ídolos.
17 Não
obstante os meus olhos os pouparam e não os destruí nem os consumi de todo no
deserto.
18 Mas
disse eu a seus filhos no deserto: Não andeis nos estatutos de vossos pais, nem
guardeis as suas ordenanças, nem vos contamineis com os seus ídolos.
19 Eu
sou o Senhor vosso Deus; andai nos meus estatutos, e guardai as minhas
ordenanças, e executai-os
20 E
santificai os meus sábados; e eles servirão de sinal entre mim e vós para que
saibais que eu sou o Senhor vosso Deus.
21 Mas
também os filhos se rebelaram contra mim; não andaram nos meus estatutos nem
guardaram as minhas ordenanças para as praticarem, pelas quais o homem viverá,
se as cumprir; profanaram eles os meus sábados; por isso eu disse que
derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a minha ira no
deserto.
22
Todavia retive a minha mão, e procedi por amor do meu nome, para que não fosse
profanado à vista das nações, a cujos olhos os fiz sair.
23
Também levantei a minha mão para eles no deserto, jurando que os espalharia
entre as nações, e os dispersaria entre os países;
24
porque não haviam executado as minhas ordenanças, mas rejeitaram os meus
estatutos, e profanaram os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos
de seus pais.
25
Também lhes dei estatutos que não eram bons, e ordenanças pelas quais não
poderiam viver;
26 e os
deixei contaminar-se em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo
todos os que abrem a madre, para os assolar, a fim de que soubessem que eu sou
o Senhor.
27
Portanto fala à casa de Israel, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o
Senhor Deus: Ainda nisto me blasfemaram vossos pais, que procederam
traiçoeiramente para comigo;
28 pois
quando eu os havia introduzido na terra a respeito da qual eu levantara a minha
mão, jurando que lha daria, então olharam para todo outeiro alto, e para toda
árvore frondosa, e ofereceram ali os seus sacrifícios, e apresentaram ali a
provocação das suas ofertas; puseram ali os seus cheiros suaves, e ali
derramaram as suas libações.
29 E eu
lhes disse: Que significa o alto a que vós ides? Assim o seu nome ficou sendo
Bamá, até o dia de hoje.
30
Portanto dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Acaso vós vos
contaminais a vós mesmos, à maneira de vossos pais? e vos prostituís com as
suas abominações?
31 E,
ao oferecerdes os vossos dons, quando fazeis passar os vossos filhos pelo fogo,
vós vos contaminais com todos os vossos ídolos, até hoje. E eu hei de ser consultado
por vós, ó casa de Israel? Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não serei consultado
de vós.
32 E o
que veio ao vosso espírito de maneira alguma sucederá, quando dizeis: Sejamos
como as nações, como as tribos dos países, servindo ao madeiro e à pedra.
33 Vivo
eu, diz o Senhor Deus, certamente com mão forte, e com braço estendido, e com
indignação derramada, hei de reinar sobre vós.
34 E
vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei dos países nos quais fostes
espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada;
35 e
vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco;
36 como
entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei
em juízo convosco, diz o Senhor Deus.
37
Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo do
pacto;
38 e
separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgridem contra mim; da terra das
suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis
que eu sou o Senhor.
39
Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus: Ide, sirva cada um os
seus ídolos; contudo mais tarde me ouvireis e não profanareis mais o meu santo
nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos.
40 Pois
no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor Deus, ali me servirá
toda a casa de Israel, toda ela, na terra; ali vos aceitarei, e ali requererei
as vossas ofertas, e as primícias das vossas oblações, com todas as vossas
coisas santas.
41 Como
cheiro suave vos aceitarei, quando eu vos tirar dentre os povos e vos congregar
dos países em que fostes espalhados; e serei santificado em vós à vista das
nações.
42 E
sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos introduzir na terra de Israel, no
país a respeito do qual levantei a minha mão, jurando que o daria a vossos
pais.
43 Ali
vos lembrareis de vossos caminhos, e de todos os vossos atos com que vos tendes
contaminado; e tereis nojo de vós mesmos, por causa de todas as vossas maldades
que tendes cometido.
44 E
sabereis que eu sou o Senhor, quando eu proceder para convosco por amor do meu
nome, não conforme os vossos maus caminhos, nem conforme os vossos atos
corruptos, ó casa de Israel, diz o senhor Deus.
45 E
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
46
Filho do homem, dirige o teu rosto para o caminho do sul, e derrama as tuas
palavras contra o sul, e profetiza contra o bosque do campo do sul.
47 E
dize ao bosque do sul: Ouve a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis
que acenderei em ti um fogo que em ti consumirá toda árvore verde e toda árvore
seca; não se apagará a chama flamejante, antes com ela se queimarão todos os
rostos, desde o sul até o norte.
48 E
verá toda a carne que eu, o Senhor, o acendi; não se apagará.
49
Então disse eu: Ah Senhor Deus! eles dizem de mim: Não é este um fazedor de
alegorias?” (Ezequiel 20)
Que Deus continue abençoando a sua vida!!!!
ResponderExcluirEu sempre fico Maravilhada primeiramente com a palavra de nosso pai e segundo pela interpretação do senhor. Obrigada eu sempre cresço em conhecimento contigo Silvio. Onrogads. Mila
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