Para
comprovar que cumpriria a boa promessa que havia feito aos israelitas no
capítulo anterior, de lhes dar uma nova vida através do Espírito Santo, o
Senhor tomou a Ezequiel pelo mesmo Espírito, como vemos neste presente
capítulo, e o conduziu ao meio de um vale que estava cheio de ossos muito
secos, e lhe fez andar em redor deles (v. 1,2), e lhe perguntou se por acaso
poderiam aqueles ossos reviverem.
Se o
profeta tivesse vivido nos dias dos apóstolos ele responderia rapidamente que
sim, porque quando Jesus morreu na cruz, muitos corpos de santos saíram de seus
túmulos, e andavam pelas ruas de Jerusalém, e apareceram a muitos.
“50 De
novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.
51 E
eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu,
as pedras se fenderam,
52 os
sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram
ressuscitados;
53 e,
saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e
apareceram a muitos.” (Mt 27.50-53).
Como
não havia ainda testemunhado um tal feito, Ezequiel se limitou a responder ao
Senhor que somente Ele sabia se aqueles ossos de mortos poderiam reviver ou não
(v. 3).
Mas
como o Senhor queria que ele mesmo fosse testemunha que é o Espírito Santo que
dá vida, conforme havia prometido no capitulo anterior, ordenou ao profeta que
ele mesmo profetizasse sobre os ossos e lhes dissesse numa palavra de ordem que
eles deveriam ouvir a palavra do Senhor dirigida a eles que era a seguinte:
“5 Assim
diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o espírito, e
vivereis.
6 E
porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei
pele, e porei em vós o espírito, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor.”
Então
sucedeu como resultado que cada osso se achegou ao demais ossos que lhe
correspondiam em cada um daqueles esqueletos humanos, e começaram a surgir
nervos e a crescer carne e pele, mas não tinham o espírito (v. 7,8).
Eles
eram seres humanos inanimados, e por isso o Senhor voltou a ordenar a Ezequiel
que profetizasse ao espírito, e dissesse que o espírito viesse dos quatro
ventos, e que assoprasse sobre aqueles mortos para que vivessem, porque é o
espírito que vivifica, a carne, por si só, para nada aproveita (v. 9).
Então o
espírito entrou em cada um deles, certamente o próprio espírito deles, que lhes
havia deixado na morte, e eles reviveram, e se puseram de pé como um grande
exército (v. 10).
Deus
mostrou ao profeta o Seu poder para ressuscitar os mortos.
Todavia,
Ele faria mais do que uma ressurreição física, porque faria uma ressurreição
espiritual, dando vida àqueles que se encontravam mortos espiritualmente, e o
modo pelo qual faria isto, seria mediante a pregação da Sua Palavra, a do
evangelho pela Igreja de Cristo, especialmente a partir do dia de Pentecostes,
quando o Espírito Santo passou a ser derramado em todas as nações.
Os
judeus que haviam sido espalhados pelas nações, e os que se encontravam no
cativeiro nos dias de Ezequiel, diziam que se sentiam como que se os seus ossos
se tivessem secado e perecido toda a sua esperança, porque se diziam cortados
da presença de Deus (v. 11).
Assim,
o Senhor ordenou mais uma vez ao profeta que profetizasse sobre aqueles ossos
secos que eram os judeus no exílio, nos quais não havia a vida de Deus, que Ele
lhes abriria as suas sepulturas, e lhes faria sair com vida, para serem
trazidos à terra de Israel.
E o
Senhor lhes faria sair de suas sepulturas nas quais se encontravam mortos
espiritualmente, e lhes daria a vida prometida do Espírito Santo, pela qual
seus corações de pedra seriam transformados em corações de carne, conforme
afirmado no verso 14:
“E
porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis
que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.” (v. 14);
Nos
versos 15 a 28 deste capítulo de Ezequiel, Deus fez a promessa de tornar a
reunir as casas de Israel e de Judá numa única nação, como eles eram antes dEle
ter dividido o reino por causa da idolatria de Salomão.
Para
servir de ilustração desta realidade prometida, ordenou a Ezequiel que
escrevesse num pedaço de madeira a expressão por Judá e pelos filhos de Israel,
seus companheiros, e num outro, as palavras por José, vara de Efraim, e por
toda a casa de Israel, seus companheiros, e que os ajuntassem um ao outro para
que ficassem unidos na mão do profeta.
Isto
simbolizava que a descendência deles seria reunida novamente como uma só nação, pela mão do
Senhor.
Isto
seria feito nos dias do Messias, no qual se proveria de uma nação israelita que
o amasse verdadeiramente, porque não somente os congregaria de todas as nações
para onde lhes havia espalhado, para estarem com seus corações unidos ao do
Messias, que é chamado de Davi, na profecia, porque seria descendente, segundo
a carne, de Davi, e Ele é rei de todo Israel, tal como Davi havia sido no
passado, e Ele purificaria os seus corações das suas contaminações com os seus
ídolos, e das suas abominações e transgressões, e assim seriam livrados de
todas as suas apostasias com que haviam pecado. Assim, seriam verdadeiramente
filhos de Deus, e Ele seria verdadeiramente o Deus deles (v. 23).
O
resultado de terem a Jesus como rei e pastor deles, seria o de serem capacitados por Ele a andarem nos juízos de Deus, e a guardarem os Seus estatutos.
Especialmente
para consolar os judeus que se encontravam cativos em Babilônia, o Senhor lhes
prometeu que tornariam a habita na terra que havia dado ao patriarca deles,
Jacó, e pelo Messias, poderiam permanecer na sua terra para sempre, porque Ele
será o Rei deles eternamente (v. 25).
Tudo
isto seria possível, especialmente para os judeus que estavam aliançados com
Deus na Antiga Aliança, com as ameaças de maldições da Lei, porque tais ameaças
seriam removidas pelo Messias, no qual seria feita uma Nova Aliança, que seria
uma aliança de paz, e eterna (v. 26).
O
Senhor prometeu aos judeus que nestes dias da Nova Aliança o Seu santuário, ou
seja, o Seu templo, permaneceria com o Seu povo para sempre e todas as nações saberiam que quando isto
ocorresse, o motivo seria porque o Senhor é Aquele que santifica o Seu povo (v.
27, 28).
Tabernáculo (v. 27) significa habitação. O verdadeiro santuário dos cristãos é o próprio Cristo,
porque é Ele o seu habitat, sem o qual eles não podem viver. É permanecendo
nEle que se tem a vida eterna. Não é possível ter vida eterna separado do
santuário que é Cristo. E fora da comunhão íntima e vital com Ele, não é
possível ter qualquer verdadeira santificação, porque isto é afirmado na profecia,
que quando os cristãos estiverem no santuário que é o Senhor, eles serão
consequentemente santificados.
“1 Veio
sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do Senhor, e me pôs no
meio do vale que estava cheio de ossos;
2 e me
fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale;
e eis que estavam sequíssimos.
3 Ele
me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus,
tu o sabes.
4 Então
me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra
do Senhor.
5 Assim
diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o espírito, e
vivereis.
6 E
porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei
pele, e porei em vós o espírito, e vivereis. Então sabereis que eu sou o
Senhor.
7
Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um
ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
8 E
olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a
pele sobre eles por cima; mas não havia neles o espírito.
9 Então
ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito:
Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre
estes mortos, para que vivam.
10
Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o espírito entrou neles e
viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.
11
Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que
eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de
todo cortados.
12
Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos
abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo
meu, e vos trarei à terra de Israel.
13 E
quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis
que eu sou o Senhor.
14 E
porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis
que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.
15 A
palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
16 Tu,
pois, ó filho do homem, toma um pau, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de
Israel, seus companheiros. Depois toma outro pau, e escreve nele: Por José,
vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros;
17 e
ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem um só na tua mão.
18 E
quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo: Porventura não nos declararás
o que queres dizer com estas coisas?
19 Tu
lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei a vara de José, que
esteve na mão de Efraim, e as das tribos de Israel, suas companheiras, e lhes
ajuntarei a vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na
minha mão.
20 E os
paus, sobre que houveres escrito, estarão na tua mão, perante os olhos deles.
21
Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel
dentre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todos os lados, e os
introduzirei na sua terra;
22 e
deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de
todos eles; e nunca mais serão duas nações, nem de maneira alguma se dividirão
para o futuro em dois reinos;
23 nem
se contaminarão mais com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com
qualquer uma das suas transgressões; mas eu os livrarei de todas as suas
apostasias com que pecaram, e os purificarei. Assim eles serão o meu povo, e eu
serei o seu Deus.
24
Também meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor só;
andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão.
25
Ainda habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos
pais; nela habitarão, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para
sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.
26
Farei com eles uma aliança de paz, que será uma aliança eterna. E os
estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para
sempre.
27 Meu
tabernáculo permanecerá com eles; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo.
28 E as
nações saberão que eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando estiver o meu
santuário no meio deles para sempre.”
Nesse caso eu prefiro a interpretação literal, ao invés de divagações. David é David mesmo, como está escrito e não será rei, mas príncipe, verso 25; Jesus será o Rei.
ResponderExcluirOs versículos 12 e 13 trata-se de sepultura mesmo. Vamos nos deparar com Romanos capítulo 11:
Em Romanos 11:15 o escritor confirma essa profecia. Essa "vida dentre os mortos" não poderá ser na dispensação da graça, pois como indica o verso 25, o endurecimento de Israel irá até que o último gentio seja salvo. A "vida dentre os mortos" não pode ser dentro da dispensação da graça, por quê? O verso 28 responde que o plano de salvação de Israel é diferente.
Não há nenhum judeu convertido no seu Messias sem que tenha largado de ir pela sua Lei, conforme o verso 6. Os judeus Messiânicos não são convertidos na plena graça, pois não tiraram o véu de seus rosto.
barramento@yahoo.com.br