Foi de tal ordem o juízo de Deus determinado sobre
a idolatria de Salomão, que ele não visitou com juízos terríveis a idolatria
dos bezerros de ouro instituída por Jeroboão em Dã e em Betel, pondo termo logo
na origem a tudo o que se haveria de seguir naquele reino, pois além do culto
aos bezerros Jeroboão instituiu sacerdotes para o seu culto, que não eram
levitas, para queimarem incenso e oferecerem sacrifícios, não somente onde se
encontravam os bezerros, mas em todos os altares que mandou erigir em Israel
(v. 26 a 33).
Com isto, Deus os deixou entregues a si mesmos, por
um bom período, para que bebessem da
água amarga da idolatria e recebessem a paga da nulidade que há em servir
outros deuses, porque não podem livrar no dia da angústia, e como de fato
ocorreu com eles durante todo o período de existência daquele reino até 722
a.C., quando foram desterrados por todas as nações pelos assírios.
Não houve, em todo o período da história do Reino
do Norte, um só rei que andasse nos caminhos do Senhor, e que fizesse o povo
retornar da sua idolatria para o seu Deus.
Nem mesmo os profetas que o Senhor enviou a eles,
como Amós com sua dura mensagem contra o pecado, e nem os milagres poderosos
realizados por Elias e Eliseu, assim como os juízos que o Senhor estabeleceu
sobre os profetas e sacerdotes de Baal, conseguiu arrancar a idolatria que
havia se arraigado no coração deles.
É muito triste pensar que tudo isto começou, não
com Jeroboão, que foi quem deu seguimento ao culto aos falsos deuses, mas com
Salomão, que reintroduziu e espalhou por todo Israel altares para satisfazer o
desejo de suas mulheres pagãs.
Um grande líder que tenha sido usado pelo Senhor,
por um grande período para abençoar o seu povo, pode ser o mesmo que venha a
conduzi-lo à ruína, por se afastar dos caminhos de Deus, e passar a ensinar o
erro em vez da verdade do evangelho.
Aqueles que seguiram o mau exemplo de Salomão no
final de sua vida foram arruinados espiritualmente tal como ele.
Mas aqueles que perseveram em sua fidelidade ao
Senhor fizeram a única e melhor escolha, não seguindo os passos de Salomão.
Jeroboão estava agindo por motivos políticos e não
religiosos, quando instituiu o culto aos bezerros, e disseminou altares para
sacrifícios por todo o Reino do Norte, porque temia que o povo o abandonasse
unindo-se a Roboão, caso continuassem se dirigindo a Jerusalém para celebrarem
as três festas anuais.
Na verdade, ele transgrediu mais o segundo
mandamento (“não farás para ti imagens de escultura”) do que o primeiro (“não
terás outros deuses diante de mim”), porque alegava que tanto os bezerros de
ouro de Dã e Betel, quanto os altares que levantara tinham em mira o culto ao
Deus de Israel.
No entanto, quando o culto ao Senhor transgride as
normas que foram por ele determinadas, este culto não pode de modo nenhum ser
dito que é feito para o Deus único e verdadeiro, senão torna-se num culto a
outros deuses, porque são inspirados por demônios e dirigidos pela própria
vontade e imaginação dos homens.
Tanto é assim, que o Senhor havia visitado com
juízos terríveis o culto do bezerro que os israelitas haviam promovido, quando
haviam saído do Egito, sob a alegação de que aquele bezerro era o Deus que lhes
havia libertado da dura servidão.
O culto a outros deuses está pois também associado
ao culto e adoração de imagens de escultura, ainda que seja sob a alegação de
que elas se referem ao Deus verdadeiro.
Deus sabia que não poderia achar coisas boas em
Israel para dar continuidade com eles na história de redenção, e assim, os separou
providencialmente dos de Judá, de modo que preservasse um remanescente fiel
entre eles, para que depois de terem retornado do cativeiro em Babilônia,
pudesse reconstruir com eles a vida religiosa da nação, de maneira que pudesse
trazer através deles o Messias prometido.
E o meio que foi utilizado para esta separação foi
a falta de sabedoria política de Roboão, que apesar de contar com quarenta e um
anos de idade, quando começou a reinar (14.21), não era dotado da mesma
sabedoria que Deus havia dado ao seu pai, e no desejo de manter a mesma
grandeza do reino que havia herdado, e que era sustentada por elevados
impostos, não deu ouvido ao clamor do povo que pedia a redução destes, e
deixando de dar ouvido ao sábio conselho que lhes deram os anciãos do reino,
seguiu o conselho que agradava aquilo que estava no seu coração, que era manter
e até aumentar todo o fausto da corte imperial, e por isso disse ao povo que
não reduziria a carga de impostos, que eram cobrados pelo seu pai, e ainda a
aumentaria em muito.
O texto bíblico diz que isto vinha da parte do
Senhor, para que ocorresse a cisão, tanto que quando Roboão tentou fazer
prevalecer a sua vontade, pelo uso da força, arregimentando um exército de
180.000 mil homens de Judá e de Benjamim, para combater os demais israelitas,
Deus lhe enviou o profeta Semaías (v. 22), que disse que aquela separação vinha
dEle, e portanto seria inútil qualquer revolução para a retomada do poder.
“1 Foi então Roboão para Siquém, porque todo o
Israel se congregara ali para fazê-lo rei.
2 E Jeroboão, filho de Nebate, que estava ainda no
Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do
Egito.
3 E mandaram chamá-lo; Jeroboão e toda a
congregação de Israel vieram, e falaram a Roboão, dizendo:
4 Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia
a dura servidão e o pesado jugo que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.
5 Ele lhes respondeu: Ide-vos até o terceiro dia, e
então voltai a mim. E o povo se foi.
6 Teve o rei Roboão conselho com os anciãos que
tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e
perguntou-lhes: como aconselhais vós que eu responda a este povo?
7 Eles lhe disseram: Se hoje te tornares servo
deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, eles
serão para sempre teus servos.
8 Ele, porém, deixou o conselho que os anciãos lhe
deram, e teve conselho com os mancebos que haviam crescido com ele, e que
assistiam diante dele,
9 perguntando-lhes: Que aconselhais vós que
respondamos a este povo, que me disse: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10 E os mancebos que haviam crescido com ele
responderam-lhe: A este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso
jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais
grosso do que os lombos de meu pai.
11 Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo
pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu,
porém, vos castigarei com escorpiões.
12 Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a Roboão ao
terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
13 E o rei respondeu ao povo asperamente e,
deixando o conselho que os anciãos lhe haviam dado,
14 falou-lhe conforme o conselho dos mancebos,
dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda o aumentarei; meu pai vos
castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
15 O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque
esta mudança vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor dissera por
intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
16 Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe
dava ouvidos, respondeu-lhe, dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos
herança no filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó
Davi! Então Israel se foi para as suas tendas.
17 (Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam
nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.)
18 Então o rei Roboão enviou-lhes Adorão, que
estava sobre a leva de tributários servis; e todo o Israel o apedrejou, e ele
morreu. Pelo que o rei Roboão se apressou a subir ao seu carro e fugiu para
Jerusalém.
19 Assim Israel se rebelou contra a casa de Davi
até o dia de hoje.
20 Sucedeu então que, ouvindo todo o Israel que
Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a congregação, e o fizeram rei
sobre todo o Israel; e não houve ninguém que seguisse a casa de Davi, senão
somente a tribo de Judá.
21 Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou toda
a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta mil homens escolhidos,
destros para a guerra, para pelejarem contra a casa de Israel a fim de
restituírem o reino a Roboão, filho de Salomão.
22 Veio, porém, a palavra de Deus a Semaías, homem
de Deus, dizendo:
23 Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e
a toda a casa de Judá e de Benjamim, e ao resto do povo, dizendo:
24 Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis
contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa,
porque de mim proveio isto. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo o
seu mandado.
25 Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa
de Efraim, e habitou ali; depois, saindo dali, edificou Penuel.
26 Disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o
reino para a casa de Davi.
27 Se este povo subir para fazer sacrifícios na
casa do Senhor, em Jerusalém, o seu coração se tornará para o seu senhor,
Roboão, rei de Judá; e, matando-me, voltarão para Roboão, rei de Judá.
28 Pelo que o rei, tendo tomado conselho, fez dois
bezerros de ouro, e disse ao povo: Basta de subires a Jerusalém; eis aqui teus
deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.
29 E pôs um em Betel, e o outro em Dã.
30 Ora, isto se tornou em pecado; pois que o povo
ia até Dã para adorar o ídolo.
31 Também fez casas nos altos, e constituiu
sacerdotes dentre o povo, que não eram dos filhos de Levi.
32 E Jeroboão ordenou uma festa no oitavo mês, no
dia décimo quinto do mês, como a festa que se celebrava em Judá, e sacrificou
no altar. Semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que tinha
feito; também em Betel estabeleceu os sacerdotes dos altos que fizera.
33 Sacrificou, pois, no altar, que fizera em Betel,
no dia décimo quinto do oitavo mês, mês que ele tinha escolhido a seu bel
prazer; assim ordenou uma festa para os filhos de Israel, e sacrificou no
altar, queimando incenso.” (I Rs 12.1-33).
Interessante o seu estudo pastor Silvio. Mas gostaria de contribuir com mais alguns detalhes: Jeroboão começou com a idolatria, quando ele sentiu medo de perder o reinado e ser morto por Roboão. E por causa disso ele fez dois bezerros de ouro para manter o povo em sua cidade e não deixar o povo ir até Jerusalém adorar. Ele incentivou o povo a ser idolatra. Sendo que se ele tivesse fé, ele pensaria: foi o profeta Aías que profetizou, sobre o meu reinado. Então é por causa da vontade de Deus que eu estou neste oficio. Então, que seja feita a sua vontade. Isto sim, seria confiar em Deus e ter fé. E não fazer um bezerro de ouro para resolver as coisas. Hoje quando ficamos com medo e ao invéz de confiar em Deus e buscá-lo com fé, queremos resolver a nossa maneira. Exemplo: consumindo, comendo com gula, etc. Estas coisas são bezerros de ouro. São idolatrias. O profeta Elias experimentou grande idolatria de Israel no reinado de Acabe, foi fruto da idolatria de Jereboão. Ele disse ao povo no Monte Carmelo. Por que voces ficam coxeando entre dois pensamentos?Se o Senhor é Deus servio-o... Porque o povo fazia um culto misto. Ora acreditavam em Deus, ora acreditavam em outros deuses.Eu penso que idolatria é muito mais do que fazer imagens para adorar. Jesus nos instigou a pensar sobre os verdadeiros adoradores. Que estes adorariam o Pai em espírito e em verdade. Adorar não é só cantar, louvar. E viver a confiança em Deus, quando sentimos medo. E buscar Ele em Espírito, quando estamos em conflitos. Não é ter preferência de local (Igreja), como Jesus ensinou a mulher samaritana. É necessário transpor uma ponte entre o que é lido no A.T e o que acontece hoje em nossos dias. Porque hoje não temos os deuses com os nomes antigos, mas temos outros deuses como consumismo, e outros que devemos pesquisar.
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