Fora
designado, nos capítulos anteriores a este 21º de Levítico, que
estaremos comentando, aquilo que os sacerdotes deveriam ensinar ao
povo sobre a distinção entre coisas limpas e imundas constantes dos estatutos
de Deus.
Agora
é dito neste capítulo 21º que os próprios sacerdotes
deveriam se guardar das mesmas coisas, e são lembrados que não deveriam
profanar o nome de Deus, já que eram eles que ofereciam as ofertas queimadas do
Senhor (v. 6), sendo os homens principais entre o povo (v. 4).
Os
sacerdotes deveriam evitar se contaminar com o contato com
algum morto, uma vez que seria considerado imundo, e
não poderia realizar os seus serviços (v.1).
Ele
poderia se contaminar somente com aqueles que fossem seus parentes mais
próximos, e estes são listados: mãe, pai, filho, filha, irmão e irmã solteira
(v. 2 e 3).
A
imundície cerimonial constante da Lei pelo contato com um cadáver indica que
Deus é Deus de vivos e não de mortos.
Indica
que a morte entrou no mundo por causa do pecado, e assim, o contato com
um morto era considerado pela lei como uma contaminação do pecado, já que a
morte é consequência, pois que se não tivesse entrado o
pecado no mundo, não haveria morte.
Jesus
se manifestou para destruir a morte.
Ele
disse que veio dar vida e vida em abundância. E, que se deve deixar aos mortos
sepultarem os seus mortos quanto há uma chamada urgente para se pregar o
evangelho para dar vida aos que estão mortos em seus pecados.
Então
a Lei ensinava em figura aos sacerdotes, que
a sua ministração era para a vida, e deveria ser feita no poder dAquele que é
espírito vivificante.
Jesus
não é, portanto sacerdote daqueles que estão mortos, mas daqueles que estão
vivos para Deus, por meio da fé nEle.
Os
sacerdotes também não deveriam se entregar às superstições pagãs de raspar a
cabeça, cortar as extremidades da barba e ferirem os seus corpos, pensando que
com isso estariam agradando a Deus, para acrescentarem o seu
próprio sangue aos sacrifícios que seriam oferecidos no altar, conforme era
costume dos pagãos em suas oferendas aos demônios (v. 5).
Os
sacerdotes deveriam mostrar a alta honra e estima que Deus atribui ao
matrimônio, constituindo lares santos e sólidos.
Esta
honra do matrimônio é confirmada no Novo Testamento, como se lê em Hb 13.4:
“Honrado
seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e
adúlteros, Deus os julgará.”
Os
sacerdotes não deveriam degradar o matrimônio, e para este propósito foram
estabelecidos por Deus os seguintes mandamentos para eles neste capítulo:
· não poderiam casar com mulher que fosse prostituta, desonrada ou
divorciada (v. 7).
· A filha de um sacerdote que se prostituísse deveria ser queimada com
fogo (v.9). No Novo Testamento está removida a pena, mas os filhos de um
ministro devem ser trazidos por seu pai no temor do Senhor (I Tim 3.4; Tt 1.6).
No
caso do sumo sacerdote, este deveria se casar com mulher virgem (v. 13); e
também não poderia se casar com viúva (v. 14); além das prescrições para os demais
sacerdotes citadas em “a)” (v. 7).
Deus
esperava mais de um sacerdote do que das demais pessoas, e muito mais do sumo
sacerdote, porque sobre a sua cabeça havia sido derramado o óleo da unção
(v.10).
Como
se lê em Lc 12.48b:
“Daquele
a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais
ainda se lhe pedirá.”
Em Sua infinita misericórdia, Deus tolera e
suporta de muitos cristãos, ainda inexperientes em Sua
Palavra e vontade, coisas que não deixa passar em branco naqueles a quem tem
confiado a responsabilidade de guiar e instruir a Igreja.
Aqueles
que receberam uma unção especial do Espírito Santo para fazerem a obra de Deus,
prestarão contas a Ele por a terem feito relaxadamente.
Se
aos sacerdotes era permitido somente o contato com cadáver de familiares
próximos, para que não fossem considerados contaminados, de modo que não
pudessem exercer suas funções, quanto ao sumo sacerdote, nem sequer o contato
com o cadáver de seu próprio pai ou mãe lhe era permitido (v. 11).
Isto
não somente simbolizava em figura que Jesus como nosso sumo sacerdote não tem
nenhuma relação com a morte senão com a vida, e vida em abundância, como também
indicava que Deus espera renúncias e responsabilidades muito maiores daqueles
que tem chamado a ocupar posições destacadas de liderança no meio do Seu povo.
Assim,
era vedado ao sacerdote deixar os serviços do santuário (.12) para atender
qualquer emergência, mesmo se referisse à morte de seus próprios pais.
Isto
nos faz lembrar, das palavras proferidas por Jesus em Mt 12.47-50:
“Disse-lhe
alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.
Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? e quem são meus
irmãos? E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e
meus irmãos. Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus,
esse é meu irmão, irmã e mãe.”. E em Mt 10.37: “Quem ama o pai ou a mãe mais do
que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim
não é digno de mim.”
Como o sacerdócio era hereditário, contado
nas famílias que descenderiam dos filhos de Arão, certamente alguns deles
nasceriam com deformidades físicas.
E as
que são enumeradas nos versos 16 a 23 inabilitariam tais pessoas ao exercício
do ofício sacerdotal.
Entretanto
eles poderiam permanecer no tabernáculo e serem sustentados pelas ofertas que
eram ali apresentadas como os demais sacerdotes (v. 22).
A
incapacidade deles para o trabalho não significaria que deveriam passar fome.
Deus
proveu assim um meio para o seu sustento.
Em
Cristo foi abolida esta disposição cerimonial da lei, como todas as demais,
mas, daí se retira o princípio de que aqueles que servem como ministros na
presença do Senhor devem cuidar da sua aparência pessoal e saúde.
“1
Depois disse o senhor a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e
dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa dum morto entre o seu povo,
2
salvo por um seu parente mais chegado: por sua mãe ou por seu pai, por seu
filho ou por sua filha, por seu irmão,
3 ou
por sua irmã virgem, que lhe é chegada, que ainda não tem marido; por ela
também pode contaminar-se.
4 O
sacerdote, sendo homem principal entre o seu povo, não se profanará, assim
contaminando-se.
5 Não
farão os sacerdotes calva na cabeça, e não raparão os cantos da barba, nem
farão lacerações na sua carne.
6
santos serão para seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus; porque
oferecem as ofertas queimadas do senhor, que são o pão do seu Deus; portanto
serão santos.
7 Não
tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu
marido; pois o sacerdote é santo para seu Deus.
8
Portanto o santificarás; porquanto oferece o pão do teu Deus, santo te será;
pois eu, o Senhor, que vos santifico, sou santo.
9 E
se a filha dum sacerdote se profanar, tornando-se prostituta, profana a seu
pai; no fogo será queimada.
10
Aquele que é sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado
o óleo da unção, e que foi consagrado para vestir as vestes sagradas, não
descobrirá a cabeça nem rasgará a sua vestidura;
11 e
não se chegará a cadáver algum; nem sequer por causa de seu pai ou de sua, mãe
se contaminará;
12
não sairá do santuário, nem profanará o santuário do seu Deus; pois a coroa do
óleo da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o Senhor.
13 E
ele tomará por esposa uma mulher na sua virgindade.
14
Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, destas não tomará; mas virgem
do seu povo tomará por mulher.
15 E
não profanará a sua descendência entre o seu povo; porque eu sou o Senhor que o
santifico.
16
Disse mais o Senhor a Moisés:
17
Fala a Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus descendentes, por todas as suas
gerações, que tiver defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus.
18
Pois nenhum homem que tiver algum defeito se chegará: como homem cego, ou coxo,
ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos,
19 ou
homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada,
20 ou
for corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna, ou impigens, ou que tiver
testículo lesado;
21
nenhum homem dentre os descendentes de Arão, o sacerdote, que tiver algum
defeito, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem
defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.
22
Comerá do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo;
23
contudo, não entrará até o véu, nem se chegará ao altar, porquanto tem defeito;
para que não profane os meus santuários; porque eu sou o Senhor que os
santifico.
24
Moisés, pois, assim falou a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de
Israel.” (Lev 21.1-24).
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