A palavra nazireu no hebraico é nazir, que
significa separado, consagrado.
Esta
mesma palavra é usada em Gên 49.26, na bênção profética de Jacó dirigida a
José, referindo-se a este como aquele que foi distinguido, separado, entre os
seus irmãos.
A
devoção de José a Deus era de tal caráter e tão notável, que
lhe foi aplicada a palavra nazir, como indicação desta sua separação para o
Senhor.
Deus
mesmo o havia separado e ele correspondeu plenamente a esta separação.
Não
no sentido de isolamento, mas no sentido de se destacar espiritualmente na
comunhão e intimidade com Deus, por meio da consagração de sua vida a Ele.
Sansão
(Jz 13.5) e João Batista (Lc 1.15) foram nazireus por designação divina, e
outros pelo voto dos seus pais, como Samuel (I Sam 1.11).
Outros
fizeram votos de serem nazireus por um determinado tempo, e neste caso estavam
sujeitos às regras estabelecidas nesta lei, que foram criadas para os casos de
consagração voluntária.
Todo
verdadeiro cristão é um nazireu espiritual, separado por voto
voluntário a Deus.
Um cristão fiel
terá que renunciar a muitas coisas, para
manter um testemunho santo, num mundo de trevas.
Estas
renúncias estavam representadas em figura na lei do nazireado, pelas coisas que
eram vedadas por Deus a eles, tais como o fruto da videira, nem qualquer tipo
de bebida forte ou de vinho, e não deveria raspar a cabeça durante os dias do
seu voto, e ainda lhe era vedado se aproximar de qualquer cadáver.
A
proibição de comer qualquer produto da videira, mesmo o fruto in natura, tinha
a ver possivelmente com o fato de revelar o nível da consagração a Deus, porque
o consumo de uva era muito generalizado e apreciado, e a abstinência seria uma
forma de mostrar que o amor a Deus pode superar qualquer outro tipo de desejo e
afeto natural.
Deus
destaca no capítulo 35 de Jeremias a obediência estrita dos recabitas a seu
pai, que não tomavam vinho porque ele lhes havia dado tal ordem, e destaca esta
obediência como exemplo da que esperava receber Ele próprio dos israelitas.
Todos
aqueles que pretenderem se consagrar a Deus deverão aprender juntamente com o
apóstolo a trazer o próprio corpo em sujeição (I Cor 9.27).
O
cabelo longo dos nazireus era um sinal de sujeição a Deus, tal como no caso das
mulheres a seus maridos, conforme o dizer do apóstolo em I Cor 11.5,
14,15.
A
proibição de se aproximar de cadáveres simbolizava o esforço para evitar
contato com qualquer tipo de pecado, porque a consequência
do pecado é a morte.
A
consagração do nazireu deveria apontar para a vida, a qual é fruto da
santidade.
As
prescrições para a purificação do nazireu, caso se contaminasse eventualmente
com algum morto, apontavam para a restauração da consagração pela via do
arrependimento, pela confissão do pecado e confiança no
sacrifício que deveria ser apresentado.
Isto
apontava em figura, para a restauração da comunhão quebrada
pelo pecado, no caso de cristãos na Igreja de Cristo, que
devem seguir diariamente a mesma prescrição do arrependimento, confissão e
confiança no sacrifício do Senhor, para serem restaurados à comunhão, quando
eventualmente a quebrarem por causa do pecado.
O
apóstolo Paulo, por sugestão dos apóstolos de Jerusalém, quando acusado pelos
judeus, de estar quebrando a lei de Moisés, foi orientado a fazer um voto de
nazireado de sete dias (At 21.24-27), para lhes demonstrar que não pregava
contra os preceitos da lei de Moisés.
Ao
findar o tempo do seu voto, o nazireu deveria apresentar sacrifícios pelo
pecado, e como oferta pacífica, no tabernáculo.
Ora,
isto ensina claramente que a nossa consagração ao Senhor é aceita por causa do
sacrifício de Jesus, que possibilita que sejamos aceitos assim como os nossos
serviços para Deus, que de outro modo jamais poderiam ser aceitos.
É um
grande privilégio poder servir e ser aceito pelo Senhor, e então somos nós que
sempre teremos uma grande dívida para com Ele, que jamais poderemos pagar,
senão demonstrar toda a nossa gratidão e louvor, com os nossos serviços e
consagração.
Deus
não nos deve coisa alguma.
Tudo
o que temos recebido dEle é pela Sua exclusiva graça, misericórdia e bondade.
Portanto,
não é uma atitude sábia fazer algo para Deus, pensando que se merece
receber em troca o pagamento correspondente.
Isto
é uma barganha espiritual abominável para o Senhor, que espera ações
voluntárias, amorosas e desinteressadas de todos os seus filhos.
Nos
versículos 24 a 26 nós temos a fórmula com a qual os sacerdotes deveriam
abençoar os israelitas, conforme ordem dada pelo Senhor a Moisés:
“O
Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti,
e tenha misericórdia de ti; o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a
paz.”
Os sacerdotes haviam sido separados por Deus
para também abençoarem o Seu povo em Seu nome (Dt 21.5).
Esta
bênção era um prenúncio da bênção que é dada pelo Sumo Sacerdote da nossa fé,
Jesus (At 3.26), pois é somente nEle e por meio dEle que podemos ter
paz com Deus, e viver de modo abençoado.
O
nome Jeová (traduzido por Senhor) é proferido três vezes na bênção sacerdotal.
O
nome sagrado do Deus da aliança com Israel é o que é usado aqui (YHWH), como
forma de demonstração que a bênção não seria propriamente do sacerdote, mas do
Senhor.
Deus
definiu o resultado de sua bênção em nossas vidas como proteção (guardar), como
alegria e agrado relativos ao nosso viver, como misericórdia para perdão dos
nossos pecados e livramento do mal, como aprovação dEle por estarmos diante da
Sua face e como paz espiritual em nossas almas, e na relação com o nosso
próximo.
“1 Disse
mais o Senhor a Moisés:
2
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém, seja homem, seja mulher,
fizer voto especial de nazireu, a fim de se separar para o Senhor,
3
abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá, vinagre de vinho, nem vinagre
de bebida forte, nem bebida alguma feita de uvas, nem comerá uvas frescas nem
secas.
4 Por
todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma que se faz da uva,
desde os caroços até as cascas.
5 Por
todos os dias do seu voto de nazireado, navalha não passará sobre a sua cabeça;
até que se cumpram os dias pelos quais ele se tenha separado para o Senhor,
será santo; deixará crescer as guedelhas do cabelo da sua cabeça.
6 Por
todos os dias da sua separação para o Senhor, não se aproximará de cadáver
algum.
7 Não
se contaminará nem por seu pai, nem por sua mãe, nem por seu irmão, nem por sua
irmã, quando estes morrerem; porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua
cabeça:
8 Por
todos os dias do seu nazireado será santo ao Senhor.
9 Se
alguém morrer subitamente junto dele, contaminando-se assim a cabeça do seu
nazireado, rapará a sua cabera no dia da sua purificação, ao sétimo dia a
rapará.
10 Ao
oitavo dia trará duas rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda
da revelação;
11 e
o sacerdote oferecerá um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto, e
fará expiação por esse que pecou no tocante ao morto; assim naquele mesmo dia
santificará a sua cabeça.
12
Então separará ao Senhor os dias do seu nazireado, e para oferta pela culpa
trará um cordeiro de um ano; mas os dias antecedentes serão perdidos, porquanto
o seu nazireado foi contaminado.
13
Esta, pois, é a lei do nazireu: no dia em que se cumprirem os dias do seu
nazireado ele será trazido à porta da tenda da revelação,
14 e
oferecerá a sua oferta ao Senhor: um cordeiro de um ano, sem defeito, como
holocausto, e uma cordeira de um ano, sem defeito, como oferta pelo pecado, e
um carneiro sem defeito como oferta pacífica;
15 e
um cesto de pães ázimos, bolos de flor de farinha amassados com azeite como
também as respectivas ofertas de cereais e de libação.
16 E
o sacerdote os apresentará perante o Senhor, e oferecerá a oferta pelo pecado,
e o holocausto;
17
também oferecerá o carneiro em sacrifício de oferta pacífica ao Senhor, com o
cesto de pães ázimos e as respectivas ofertas de cereais e de libação.
18
Então o nazireu, à porta da tenda da revelação, rapará o cabelo do seu
nazireado, tomá-lo-á e o porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício das
ofertas pacíficas.
19
Depois o sacerdote tomará a espádua cozida do carneiro, e um pão ázimo do
cesto, e um coscorão ázimo, e os porá nas mãos do nazireu, depois de haver este
rapado o cabelo do seu nazireado;
20 e
o sacerdote os moverá como oferta de movimento perante o Senhor; isto é santo
para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento, e com a
espádua da oferta alçada; e depois o nazireu poderá beber vinho.
21
Esta é a lei do que fizer voto de nazireu, e da sua oferta ao Senhor pelo seu
nazireado, afora qualquer outra coisa que as suas posses lhe permitirem
oferecer; segundo o seu voto, que fizer, assim fará conforme a lei o seu
nazireado.
22
Disse mais o Senhor a Moisés:
23
Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel;
dir-lhes-eis:
24 O
Senhor te abençoe e te guarde;
25 o
Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
26 o
Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz.
27
Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei..” (Nm
6.1-27).
Paranens pelo ensino e explicação Q Deus o abençoe 🙏🙏🙏
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