Para
vários propósitos, Deus ordenou a Moisés que fizesse o censo de Israel pelas
diversas tribos, e que contasse somente o número de homens prontos para a
guerra, ou seja, de vinte anos para cima, exceto os da tribo de Levi, que
seriam contados separadamente sob outro critério, pois eles não seriam
empenhados nas batalhas de Israel em Canaã, pois tinham a seu cargo os serviços
do tabernáculo, e não receberiam também terras como herança na terra prometida.
A rigorosa
contagem das tribos, segundo as respectivas linhagens, tinha principalmente o
propósito de manter Israel como uma unidade confederada de estados tribais, de
forma que poder-se-ia ter um efetivo controle da descendência de cada tribo nas
várias gerações, de modo a permitir a localização e identificação do
cumprimento das profecias, especialmente a relativa ao Messias, que descenderia
da tribo de Judá.
Esta
contagem das tribos, da qual foi retirado o título deste livro (Números), com o
intuito de manter cada tribo debaixo do governo dos respectivos príncipes,
seria uma forma de se preservar a verdade em Israel, pois a apostasia de uma
das tribos poderia ser combatida pelas demais, e foi esta diversidade que
permitiu que durante vários séculos, Israel não perdesse a sua identidade de
povo separado das demais nações, para servir o Senhor.
A
ordem de Deus a Moisés, para realizar esta contagem, foi expedida no primeiro
dia do segundo mês, no segundo ano,
depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, quando estes ainda se
encontravam no Sinai (Números 1.1).
Conforme
vemos no livro de Êxodo, o tabernáculo havia sido levantado no primeiro dia do
primeiro mês, deste mesmo segundo ano, isto é, um ano depois deles terem saído
do Egito.
Eles
haviam saído do cativeiro no primeiro mês do primeiro ano, e agora seriam
contados no segundo mês do segundo ano, isto é, um mês depois de ter sido
levantado o tabernáculo.
Esta
contagem exclusiva de pessoas do sexo masculino, em idade adulta, e em
condições plenas de compor o exército de Israel, não configurava uma forma de
discriminação às mulheres, crianças e aos velhos, mas tinha o propósito de
servir de figura da igreja de Cristo, que independente de sexo, idade e
condição social, é composta por pessoas que são reputadas por Deus como
verdadeiros soldados de Cristo, em condições de estarem preparados para a
batalha permanente que terão que enfrentar contra as hostes espirituais do mal,
enquanto estiverem neste mundo, assim, como os israelitas tiverem que lutar em
Canaã, para conquistar a posse da terra.
Para
a construção do tabernáculo, os mesmos homens, de
vinte anos para cima, tinham sido taxados, e o número deles
era de seiscentos e três mil, quinhentos e cinquenta
(Êx 38.26).
No
entanto, eles não foram registrados naquela ocasião, pelas respectivas casas de
seus pais, segundo a sua genealogia, e a ordem expedida pelo Senhor tinha
exatamente este propósito na contagem que fora ordenada a Moisés.
Como
os dois eventos aconteceram muito próximos, o número de israelitas citado em Êx
38.26, é o mesmo da contagem citada em Nm 1.46, isto é, 603.550.
Um
dos motivos desta contagem e seu registro na Bíblia tinha por objetivo revelar
o cumprimento da promessa feita a Abraão, de
que Deus multiplicaria a sua descendência e que o faria excessivamente fecundo,
promessa esta que foi renovada com Jacó (Gên 28.14), de quem descenderiam todos
os israelitas.
Esta
contagem nominal nos faz lembrar as palavras do apóstolo em II Tim 2.19, de
que Deus conhece aqueles que são seus.
Os
eleitos estão contados e são como que jóias preciosas para o Senhor.
O
nome de cada um deles está registrado como um memorial para sempre na Sua santa
presença (Is 56.5; Mal 3.16; Fp 4.3).
A
tribo de Judá era a mais numerosa, com 74.600 homens (v. 27), mais do que o
dobro da população das tribos de Benjamim ou de Manassés;
tinha mais de 12.000 homens do que qualquer outra tribo.
Deus
engrandeceu esta tribo em relação às demais porque seria dela que o Messias
descenderia (Hb 7.14), e a profecia dada a Jacó afirmava que os irmãos de Judá
o louvariam.
Dã
teve apenas um filho (Gên 46.23), e Benjamim teve dez filhos, no entanto, nos
dias de Moisés, a tribo de Dã contava com 62.700 homens (v.39), e Benjamim com
35.400 (v. 37).
A
profecia de Jacó de que o filho primogênito de José, Manassés seria menor do
que o seu irmão mais novo, Efraim, tem o seu cumprimento revelado nesta
contagem, porque o número de homens de Manassés chegou a 32.200 (v. 35),
enquanto o de Efraim a 40.500 (v. 33).
Quando
as tribos de Israel ocupassem os seus respectivos territórios em Canaã, a tribo
de Levi deveria receber 48 cidades, dentre as quais 6 seriam cidades de
refúgio, cidades estas que estariam
distribuídas nos territórios das diversas tribos.
A
guerra dos levitas seria diferente da guerra que as demais tribos empreenderiam
em Canaã. A guerra deles seria contra o pecado e em prol de que as coisas
santas não fossem profanadas.
Eles
deveriam guardar o tabernáculo de todo tipo de ataque à sua integridade e
serviços, assim como os ministros que são separados para guardar o bom depósito
da fé, sendo arregimentados especialmente para isto, não devem se envolver com
os negócios deste mundo, para que possam agradar plenamente Àquele
que os alistou para a guerra (II Tim 2.4).
“1
Falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, na tenda da revelação, no primeiro
dia do segundo mês, no segundo ano depois da saída dos filhos de Israel da
terra do Egito, dizendo:
2
Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas
famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes de todo
homem, cabeça por cabeça;
3 os
da idade de vinte anos para cima, isto é, todos os que em Israel podem sair à
guerra, a esses contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.
4
Estará convosco de cada tribo um homem que seja cabeça da casa de seus pais.
5
Estes, pois, são os nomes dos homens que vos assistirão: de Rúben Elizur, filho
de Sedeur;
6 de
Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;
7 de
Judá, Nasom, filho de Aminadabe;
8 de
Issacar, Netanel, filho de Zuar;
9 de
Zebulom, Eliabe, filho de Helom;
10
dos filhos de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde; de Manassés, Gamaliel,
filho de Pedazur;
11 de
Benjamim, Abidã, filho de Gideôni;
12 de
Dã, Aizer, filho de Amisadai;
13 de
Aser, Pagiel, filho de Ocrã;
14 de
Gade, Eliasafe, filho de o Deuel;
15 de
Naftali, Airá, Filho de Enã.
16
São esses os que foram chamados da congregação, os príncipes das tribos de seus
pais, os cabeças dos milhares de Israel.
17
Então tomaram Moisés e Arão a esses homens que são designados por nome;
18 e,
tendo ajuntado toda a congregação no primeiro dia do segundo mês, declararam a
linhagem deles segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais,
conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, cabeça por cabeça;
19
como o Senhor ordenara a Moisés, assim este os contou no deserto de Sinai.
20 Os
filhos de Rúben o primogênito de Israel, as suas gerações, pelas suas famílias,
segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por cabeça,
todo homem de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,
21 os
que foram contados deles, da tribo de Rúben eram quarenta e seis mil e
quinhentos.
22
Dos filhos de Simeão, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por cabeça, todo homem de
vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,
23 os
que foram contados deles, da tribo de Simeão, eram cinquenta
e nove mil e trezentos.
24
Dos filhos de Gade, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de
seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair a guerra,
25 os
que foram contados deles, da tribo de Gade, eram quarenta e cinco mil
seiscentos e cinquenta.
26 Dos
filhos de Judá, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus
pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que
podiam sair a guerra,
27 os
que foram contados deles, da tribo de Judá, eram setenta e quatro mil e
seiscentos.
28
Dos filhos de Issacar, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair a guerra,
29 os
que foram contados deles, da tribo de Issacar, eram cinquenta
e quatro mil e quatrocentos.
30
Dos filhos de Zebulom, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair a guerra,
31 os
que foram contados deles, da tribo de Zebulom, eram cinquenta
e sete mil e quatrocentos.
32
Dos filhos de José: dos filhos de Efraim, as suas gerações, pelas suas
famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de
vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,
33 os
que foram contados deles, da tribo de Efraim, eram quarenta mil e quinhentos;
34 e
dos filhos de Manassés, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair à guerra,
35 os
que foram contados deles, da tribo de Manassés, eram trinta e dois mil e
duzentos.
36
Dos filhos de Benjamim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair à guerra,
37 os
que foram contados deles, da tribo de Benjamim, eram trinta e cinco mil e
quatrocentos.
38
Dos filhos de Dã, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de
seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair à guerra,
39 os
que foram contados deles, da tribo de Dã, eram sessenta e dois mil e
setecentos.
40
Dos filhos de Aser, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de
seus pais, conforme o numero dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair à guerra,
41 os
que foram contados deles, da tribo de Aser, eram quarenta e um mil e
quinhentos.
42
Dos filhos de Naftali, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas
de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os
que podiam sair a guerra,
43 os
que foram contados deles, da tribo de Naftali, eram cinquenta
e três mil e quatrocentos,
44
São esses os que foram contados por Moisés e Arão, e pelos príncipes de Israel,
sendo estes doze homens e representando cada um a casa de seus pais.
45
Assim todos os que foram contados dos filhos de Israel, segundo as casas de
seus pais, de vinte anos para cima, todos os de Israel que podiam sair à
guerra,
46
sim, todos os que foram contados eram : seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta.
47
Mas os levitas, segundo a tribo de e seus pais, não foram contados entre eles;
48
porquanto o Senhor dissera a Moisés:
49
Somente não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos
de Israel;
50
mas tu põe os levitas sobre o tabernáculo do testemunho, sobre todos os seus
móveis, e sobre tudo o que lhe pertence. Eles levarão o tabernáculo e todos os
seus móveis, e o administrarão; e acampar-se-ão ao redor do tabernáculo.
51
Quando o tabernáculo houver de partir, os levitas o desarmarão; e quando o
tabernáculo se houver de assentar, os levitas o armarão; e o estranho que se
chegar será morto.
52 Os
filhos de Israel acampar-se-ão, cada um no seu arraial, e cada um junto ao seu
estandarte, segundo os seus exércitos.
53
Mas os levitas acampar-se-ão ao redor do tabernáculo do testemunho, para que
não suceda acender-se ira contra a congregação dos filhos de Israel; pelo que
os levitas terão o cuidado da guarda do tabernáculo do testemunho.
54
Assim fizeram os filhos de Israel; conforme tudo o que o Senhor ordenara a
Moisés, assim o fizeram.” (Nm 1.1-54)
muito interessante, estas informações são de grande valor. que o bom e gentil Deus lhe abençoe.
ResponderExcluirMuito bom o comentário!
ResponderExcluirPorque a contagem dos filhos de Israel em números capítulo (1) é diferente de números capítulo (2)
ResponderExcluirMuito bom
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