O
capítulo 22 de Levítico ratifica e apresenta novas leis relativas ao
cuidado que se deveria ter com os assuntos referentes ao ofício sacerdotal e às
ofertas e à administração do tabernáculo.
O
modo de se andar na casa de Deus está revelado no teor dos mandamentos destes
capítulos.
Tanto
os sacerdotes quanto o povo que cultuavam e serviam ao Senhor no tabernáculo
deveriam obedecer às Suas prescrições relativas às
coisas santas oferecidas no santuário.
Isto
deve ser aprendido por princípio, pelos ministros do evangelho e pelas ovelhas
da igreja de Cristo.
Há um
modo correto de se andar na casa do Senhor, com santo temor e reverência, para
que não fiquemos sujeitos à disciplina da Nova Aliança, assim como os israelitas
estavam sujeitos às penalidades da Antiga Aliança, que prescrevia inclusive a
morte para aqueles que não tivessem o devido respeito às coisas sagradas.
Quantos
não adoeceram e não foram mortos na igreja de Corinto por falta de reverência
para com a ceia do Senhor?
Não
foram poucos, conforme afirma o apóstolo Paulo.
A Lei
nos revela que o nosso Deus é um Deus zeloso e
criterioso.
Ele
revelou na Lei que exige ordem e decência por parte daqueles que O cultuam e
servem.
Ele é
misericordioso, e nos oferece a graça e a justificação para nos salvar, mas
isto nos é dado visando à nossa santificação, e não como o salvo conduto para
vivermos no pecado.
Ele
revelou que exige santidade daqueles que dEle se aproximam e que pratiquem o
que é justo.
O
povo deve se abster daquilo que Ele lhes tem vedado e deve
fazer tudo aquilo que lhes tem ordenado.
Pois
demonstra que tem associado juízos em forma de penalidades aos transgressores
da Sua vontade.
Disso
se aprende que não devemos provocar o zelo do Senhor, como ensina o apóstolo
Paulo, pois não somos mais fortes do que Ele (I Cor 10.22).
Há um
grande abrandamento dos juízos de Deus na Nova Aliança, por causa da expiação
realizada por Cristo, mas não houve de modo nenhum a remoção total dos seus
juízos e muito menos da consideração de Deus relativa aos nossos pecados, que
ainda que perdoados por Ele, por causa do sacrifício de Cristo, não somos
isentados de nossa responsabilidade quanto às consequências
de nossas transgressões.
O
Evangelho não contém qualquer juízo, porque é a oferta da justiça de Cristo
para perdoar todos os nossos pecados e nos livrar da condenação eterna.
Mas a
rejeição do modo de vida ordenado no evangelho, pela transgressão deliberada da
vontade de Deus, nos sujeita aos seus juízos corretivos, ainda que não mais
para uma condenação eterna.
Todavia,
nos casos de pecados cometidos, por aqueles que mantenham o temor de Deus, e os
confessem e abandonem, há a cobertura da graça misericordiosa de
Deus.
Isto
está exemplificado na Lei, porque impedia os sacerdotes que
tivessem se contaminado cerimonialmente, pelo
contato com alguma coisa considerada imunda pela Lei, mas
ficariam impedidos de ministrarem somente até à
tarde, em razão da sua imundície, e vemos que há aqui este ensino de
impedimentos temporários nos ministérios em razão de pecados praticados pelo
ministro.
As
consolações, operações, dons e capacitações do Espírito podem ser suspensos
temporariamente por Deus na vida de Seus ministros, para
que aprendam o temor e a santidade que Lhe são devidos.
Ninguém tinha o direito de comer das coisas
santas oferecidas no tabernáculo a não ser a descendência dos sacerdotes.
Nem
amigos achegados do sacerdote tinham este direito.
Nem
mesmo uma filha de sacerdote que tivesse se casado com um estrangeiro.
Isto
é uma clara figura da Lei relativa ao fato de que qualquer pessoa que não faça
parte da família de Deus, por não estar unida pelos laços familiares a Cristo,
por meio da fé nele, tem o direito reconhecido por Deus de participar dos benefícios
que estão associados ao Sumo Sacerdote da nossa fé.
Ninguém
pode se alimentar de Cristo se não estiver aliançado com Ele.
Ninguém
que seja estranho a Cristo tem parte nEle e em nada que seja dEle.
Quem
não se ajunta com Ele, espalha.
Para
participar das coisas santas do Senhor é exigida pureza de espírito, como foi
bem ilustrado por Jesus, quando lavou os pés dos apóstolos, para que pudessem
participar da Ceia com Ele.
Eles
já haviam sido lavados pela Palavra, ou seja, já eram cristãos
convertidos, mas toda impureza deve ser lavada pelo Senhor, para
que possamos participar dignamente da Sua mesa, porque Ele é inteiramente
santo.
Ninguém
em imundície, por causa do pecado, tem o direito de participar juntamente com
Ele da Sua mesa.
É
preciso primeiro confessar e abandonar o pecado.
Como
Ele nos exortou e ensinou, é um dever de todos os líderes de cooperarem
mutuamente uns com os outros, lavando mutuamente os pés uns dos outros,
através da exortação segundo a Palavra da verdade e pela oração intercessória
em favor uns dos outros, especialmente para a santificação pelo Espírito.
Do
primeiro ao décimo sexto versículo deste 22º capítulo
são citadas leis relativas a se comer as coisas santas, e do décimo sétimo ao
trigésimo terceiro, são citadas leis relativas às condições dos animais
oferecidos em sacrifício, que deveriam ser sem defeito.
Isto
ensina que não somente a pessoa deve ser pura, como também o serviço e a
adoração que ela oferece a Deus.
Assim,
os ministros de Deus que aceitam qualquer ato como válido na adoração,
sem terem o zelo de impedir o uso de coisas que sejam contrárias à Sua vontade,
cometem um maior pecado do que aqueles que oferecem tais “sacrifícios de louvor, ou
de serviços” que são aprovados por eles como sendo aceitáveis.
“1
Depois disse o Senhor a Moisés:
2
Dize a Arão e a seus filhos que se abstenham das coisas sagradas dos filhos de
Israel, as quais eles a mim me santificam, e que não profanem o meu santo nome.
Eu sou o Senhor.
3
Dize-lhes: Todo homem dentre os vossos descendentes pelas vossas gerações que,
tendo sobre si a sua imundícia, se chegar às coisas sagradas que os filhos de
Israel santificam ao Senhor, aquela alma será extirpada da minha presença. Eu
sou o Senhor.
4
Ninguém dentre os descendentes de Arão que for leproso, ou tiver fluxo, comerá
das coisas sagradas, até que seja limpo. Também o que tocar em alguma coisa
tornada imunda por causa e um morto, ou aquele de quem sair o sêmen
5 ou
qualquer que tocar em algum animal que se arrasta, pelo qual se torne imundo,
ou em algum homem, pelo qual se torne imundo, seja qual for a sua imundícia,
6 o
homem que tocar em tais coisas será imundo até a tarde, e não comerá das coisas
sagradas, mas banhará o seu corpo em água
7 e,
posto o sol, então será limpo; depois comerá das coisas sagradas, porque isso é
o seu pão.
8 Do
animal que morrer por si, ou do que for dilacerado por feras, não comerá o
homem, para que não se contamine com ele. Eu sou o Senhor.
9
Guardarão, pois, o meu mandamento, para que, havendo-o profanado, não levem
pecado sobre si e morram nele. Eu sou o Senhor que os santifico.
10
Também nenhum estranho comerá das coisas sagradas; nem o hóspede do sacerdote,
nem o jornaleiro, comerá delas.
11
Mas aquele que o sacerdote tiver comprado com o seu dinheiro, e o nascido na
sua casa, esses comerão do seu pão.
12 Se
a filha de um sacerdote se casar com um estranho, ela não comerá da oferta
alçada das coisas sagradas.
13
Mas quando a filha do sacerdote for viúva ou repudiada, e não tiver filhos, e
houver tornado para a casa de seu pai, como na sua mocidade, do pão de seu pai
comerá; mas nenhum estranho comerá dele.
14 Se
alguém por engano comer a coisa sagrada, repô-la-á, acrescida da quinta parte,
e a dará ao sacerdote como a coisa sagrada.
15
Assim não profanarão as coisas sagradas dos filhos de Israel, que eles oferecem
ao Senhor,
16
nem os farão levar sobre si a iniquidade
que envolve culpa, comendo as suas coisas sagradas; pois eu sou o Senhor que as
santifico.
17
Disse mais o Senhor a Moisés:
18
Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Todo
homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, que oferecer a sua
oferta, seja dos seus votos, seja das suas ofertas voluntárias que oferecerem
ao Senhor em holocausto,
19
para que sejais aceitos, oferecereis macho sem defeito, ou dos novilhos, ou dos
cordeiros, ou das cabras.
20
Nenhuma coisa, porém, que tiver defeito oferecereis, porque não será aceita a
vosso favor.
21 E,
quando alguém oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor para cumprir um
voto, ou para oferta voluntária, seja do gado vacum, seja do gado miúdo, o
animal será perfeito, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele.
22 O
cego, ou quebrado, ou aleijado, ou que tiver úlceras, ou sarna, ou impigens,
estes não oferecereis ao Senhor, nem deles poreis oferta queimada ao Senhor
sobre o altar.
23
Todavia, um novilho, ou um cordeiro, que tenha algum membro comprido ou curto
demais, poderás oferecer por oferta voluntária, mas para cumprir voto não será
aceito.
24
Não oferecereis ao Senhor um animal que tiver testículo machucado, ou moído, ou
arrancado, ou lacerado; não fareis isso na vossa terra.
25
Nem da mão do estrangeiro oferecereis de alguma dessas coisas o pão do vosso
Deus; porque a sua corrupção nelas está; há defeito nelas; não serão aceitas a
vosso favor.
26
Disse mais o Senhor a Moisés:
27
Quando nascer um novilho, ou uma ovelha, ou uma cabra, por sete dias ficará
debaixo de sua mãe; depois, desde o dia oitavo em diante, será aceito por
oferta queimada ao Senhor.
28
Também, seja vaca ou seja ovelha, não a imolareis a ela e à sua cria, ambas no
mesmo dia.
29 E,
quando oferecerdes ao Senhor sacrifício de ação de graças, oferecê-lo-eis de
modo a serdes aceitos.
30 No
mesmo dia se comerá; nada deixareis ficar dele até pela manhã. Eu sou o Senhor.
31
Guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.
32
Não profanareis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos filhos de
Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico,
33
que vos tirei da terra do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor.” (Lev
22.1-33).
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