Os eventos narrados no capítulo 22 de I Reis se
referem ao 22º ano do reinado de Acabe, correspondente ao ano da sua morte na
batalha que empreendeu contra o rei da Síria, para retomar a cidade de
Ramote-Gileade, pertencente a Israel, que se encontrava sob o domínio da Síria.
Acabe chamou o rei Josafá de Judá para se aliar a
ele nesta batalha, e seria difícil a Josafá recusar o convite, porque a filha
de Acabe com Jezabel, chamada Atalia, havia sido dada como esposa a Jeorão,
filho de Josafá, certamente para selar uma aliança de ajuda mútua feita entre
ambos os reis.
Josafá, que era um homem de Deus, equivocou-se
quanto a isto, deixando que o lado político falasse mais alto, porque deve ter
pensado numa possibilidade de Israel e Judá voltarem a formar no futuro uma
única unidade federativa, sob o governo de um dos reis de ambas as casas, que
viesse a contar com o apoio da maioria em Israel.
Entretanto, Jeorão, filho de Josafá, matou todos os
seus irmãos quando assumiu o trono de Judá, no lugar de seu pai.
E andou nos caminhos de Acabe e não nos de Josafá,
seu pai, e assim como Acabe se deixou influenciar por Jezabel, ele também se
deixou influenciar por Atalia (II Crôn 21.1-6).
Assim, a amizade de Josafá com Acabe não lhe trouxe
apenas constrangimentos como os que nós lemos neste capítulo de I Reis 22, como
dificuldades ao seu reino, e sobretudo a importação do culto a Baal em Judá,
através de Atalia, filha de Acabe, quando Jeorão, filho de Josafá, assumiu o
trono.
O rei Josafá tinha em alta conta não somente o
Senhor como a Sua Palavra, o seu culto, os seus profetas, e o rei Acabe tinha
um desprezo por tudo isto, e como poderia então haver uma tal sociedade da
justiça com a injustiça?
Nós vemos no texto paralelo de II Crônicas,
relativo ao reinado de Josafá, os contratempos que ele teve que experimentar
por conta desta sociedade com Acabe.
Em II Crôn 19.2 nós vemos por exemplo a repreensão
que lhe foi dirigida pelo profeta Jeú, quando ele retornou a Jerusalém depois
da batalha em que se aliou a Acabe para lutar contra os sírios:
“Mas Jeú, filho de Hanani, a vidente, saiu ao
encontro do rei Josafá e lhe disse: Devias tu ajudar o ímpio, e amar aqueles
que odeiam ao Senhor? Por isso virá sobre ti grande ira da parte do Senhor.”.
E a primeira dificuldade que ele teve que enfrentar
foi ter que guerrear contra os moabitas, os amonitas e meunitas, que vieram
contra ele em grande multidão:
“Depois disto sucedeu que os moabitas, e os
amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Josafá para lhe fazerem
guerra. Vieram alguns homens dar notícia a Josafá, dizendo: Vem contra ti uma
grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que
é En-Gedi.” (II Crôn 20.1,2).
Mas ele foi bem sucedido, porque apesar do mal ter
sido despertado contra ele, Josafá buscou o Senhor e saiu vitorioso nesta
guerra.
Depois de Acabe, Josafá se aliançou ainda, por
força das circunstâncias a Acazias, filho de Acabe, e teve também dificuldade
por conta desta aliança:
“35 Depois disto Josafá, rei de Judá, se aliou com
Acazias, rei de Israel, que procedeu impiamente;
36 aliou-se com ele para construírem navios que
fossem a Társis; e construíram os navios em Eziom-Geber.
37 Então Eliézer, filho de Dodavaú, de Maressa,
profetizou contra Josafá, dizendo: Porquanto te aliaste com Acazias, o Senhor
destruiu as tuas obras. E os navios se despedaçaram e não puderam ir a Társis.”
(II Crôn 20.35-37).
Contudo ele aprendeu a lição de não se aliar
àqueles que eram tidos na conta de inimigos de Deus, porque tendo Acazias se
oferecido para enviar homens de Israel com os de Judá nos navios, ele recusou
tal ajuda (v. 49).
Nós vimos no comentário do capítulo 20 que Acabe
havia poupado o rei da Síria quando este lhe foi dado em suas mãos pelo Senhor,
para ser morto, e por causa disto um profeta lhe disse que a vida de Acabe
responderia pela vida de Ben-Hadade (v. 42), isto é, este seria deixado então
em vida enquanto Acabe seria morto.
E isto sucederia na batalha pela tentativa da
retomada da posse de Ramote-Gileade.
Josafá não se dispôs a ir com Acabe à peleja sem
que antes fossem consultados os profetas do Senhor.
Porque em vez destes, Acabe chamou os novos 400
falsos profetas do Aserá de Jezabel que haviam sido colocados como substitutos
dos que haviam sido mortos por Elias.
E todos eles, que eram falsos profetas, não falavam
evidentemente da parte do Senhor, senão pelos espíritos mentirosos e pela
própria imaginação deles, sempre com o intuito de agradarem ao rei, falando-lhe
somente aquilo que ele gostaria de ouvir.
E nesta ocasião, conforme seria revelado
posteriormente por Micaías, que era um verdadeiro profeta do Senhor, que nesta
condição, era rejeitado por Acabe, o Senhor permitiu a Satanás que enganasse os
400 falsos profetas, não permitindo que nenhum deles dissesse a Acabe que não
fosse àquela batalha, como também não lhe diria por meio de nenhum dos seus
verdadeiros profetas, o que ocorreria com ele em Ramote-Gileade, porque o
Senhor havia determinado que ele seria morto naquela batalha.
Então, como seria revelado posteriormente, por
Micaías, um espírito imundo se apresentou ao Senhor pedindo para enganar Acabe,
mentindo-lhe pela boca de todos os seus falsos profetas, que seria bem sucedido
na batalha.
O diabo veio roubar, matar e destruir.
E então estaria cumprindo assim o seu ministério de
enganar para que Acabe fosse morto.
Sem a permissão divina ele não poderia fazê-lo,
caso Deus tivesse outros planos em relação à sua vida, mas o engano seria
permitido naquela situação, porque estaria atendendo ao propósito do Senhor de
colocar um termo na vida do perverso rei de Israel.
Quando Deus pretende induzir pessoas rebeldes à
destruição, ele pode permitir que espíritos malignos conduzam tais pessoas ao
erro, ao engano, à morte, porque em vez de amarem a verdade, elas amaram a
mentira, e pela própria mentira que elas
amaram, elas serão destruídas:
“E por isso Deus lhes envia a operação do erro,
para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na
verdade, antes tiveram prazer na injustiça.” (II Tes 2.11,12). E foi este o
caso que ocorreu com Acabe.
Josafá, que possuía discernimento espiritual não se
convenceu com a unanimidade da resposta daqueles 400 homens, e perguntou a
Acabe se não havia algum outro profeta do Senhor, que pudesse consultar a Deus
em favor deles.
Ele disse “outro” não porque considerasse aqueles
400 como o sendo de fato, mas por uma questão de cortesia para com Acabe para
não ofendê-lo.
O que era um desagrado para Acabe era um agrado
para Josafá, porque aquele afirmou que não gostava do profeta porque somente
lhe falava aquilo que não lhe interessava ouvir.
E por isso Micaías foi apertado pelo oficial que
foi buscá-lo para falar ao rei, para que dissesse o que os demais haviam dito,
isto é, que ele seria bem sucedido na batalha.
Todavia, ele disse ao oficial com toda a convicção
que falaria somente a palavra que o Senhor colocasse na sua boca (v. 14).
Ele havia visto todo o exército de Israel disperso
pelos montes, como ovelhas que não têm pastor, e o Senhor dizendo que já que
eles estavam sem liderança, que voltassem então em paz para suas casas (v. 17).
Isto era uma clara visão de que Acabe seria morto
naquela guerra, e todo o seu exército bateria em retirada, e os sírios não
empreenderiam nenhuma perseguição a eles, porque a intenção de Ben-Hadade
naquela batalha era a de matar somente a Acabe.
Mas como Micaías havia sido pressionado a falar
como os demais profetas, e tendo ele sabido antecedentemente qual foi o motivo
de terem dito a Acabe que subisse à peleja, ele usou de ironia quando Acabe lhe
perguntou se deveria ir ou não a Ramote-Gileade, dizendo que deveria subir à
peleja porque seria bem sucedido e o Senhor entregaria a cidade nas suas mãos
(v. 15).
Percebendo que ele estava usando de ironia, Acabe o
conjurou a dizer a verdade em nome de Deus (v. 16).
Foi então que Micaías lhe declarou a visão que
tivera do exército de Israel, como ovelhas sem pastor, e se retirando em paz
para suas casas.
E como Acabe tivesse dito a Josafá que Micaías
profetizava somente o mal a respeito dele, o profeta prosseguiu dizendo de que
modo ele havia sido enganado pelos 400 profetas, por causa do espírito
enganador que falara através deles (v. 19 a 23).
Diante de tal declaração um daqueles 400 falsos
profetas, chamado Zedequias, feriu Micaías na face e protestou que ele não
poderia falar daquele modo porque o Espírito do Senhor não havia passado dele
para falar a Micaías (v. 24).
Ele se mostrou indignado e furioso porque fora ele
o primeiro a profetizar usando inclusive de uma alegoria para convencer os reis
Acabe e Josafá, pois fez uns chifres de ferro e disse que o Senhor lhe dissera
que com aqueles chifres eles feririam os sírios até serem consumidos, e nisto
passou a ser seguido por todos os demais profetas que diziam o mesmo (v. 11,
12).
Depois disso Acabe mandou que Micaías fosse
colocado na prisão e sustentado somente a pão e água, até que ele voltasse em
paz da batalha contra os sírios (v. 27).
E Micaías ainda lhe falou dizendo que caso ele voltasse
em paz, então isto comprovaria que Deus não havia falado por intermédio dele. E
disse mais, que todos o ouvissem, para testemunho de que a palavra que ele
havia proferido era verdadeira.
Tal era a obstinação de Acabe e bem conhecida do
Senhor, que foi permitido depois dele ter sido enganado pelos seus falsos
profetas, que lhe fosse desvendada toda a verdade do fato através de Micaías,
pois o Senhor sabia que ele iria ao campo de batalha para honrar a mentira que
lhe fora proferida pelo boca daqueles 400 homens, que não serviam à verdade e à
justiça.
E Acabe era um homem tão dissimulado e enganador
quanto aqueles que o enganaram, que ele na verdade temeu a palavra que lhe fora
proferida por Micaías, mas não o revelaria publicamente por causa da sua
vaidade, e então o que foi que ele projetou?
Um outro engano, pois pediu ao rei Josafá que
tivesse a honra de comandar o exército, indo à frente deles com seus trajes
reais, e ele se disfarçaria num soldado comum para que Josafá ficasse mais
confortável na posição de chefe de todo o exército.
Ele esperava com isto escapar da morte, e expor o
próprio Josafá ao perigo, e de fato isto teria ocorrido se não fosse a
misericórdia do Senhor que livrou Josafá, quando estava no campo de batalha,
fazendo com que o grito dele fosse ouvido quando os sírios deram sobre ele para
matá-lo, e serem detidos em sua intenção, porque o reconheceram como não sendo
Acabe, o rei que deveriam matar, seguindo ordens expressas de Ben-Hadade (v. 29
a 33).
Como os juízos de Deus não podem falhar e ele havia
determinado que Acabe deveria ser morto em Ramote-Gileade, então a flecha
disparada a esmo por um soldado foi direcionada sobrenaturalmente até ele e
esta atravessou o espaço entre a couraça e a armadura de Acabe, ferindo-o
mortalmente (v. 34, 35).
Então foi cumprida cabalmente a palavra do Senhor
na boca de Micaías, porque tendo Acabe morrido, foi ordenado que os soldados de
Israel voltassem cada um para a sua própria cidade (v. 36).
Acabe foi sepultado em Samaria, mas a palavra que
havia sido proferida contra ele através de Elias, por causa da morte de Nabote,
seria também cumprida, pois o seu carro foi lavado junto ao tanque de Samaria,
e os cães lamberam o sangue de Acabe, que havia escorrido do seu ferimento para
o carro (v. 38).
A longanimidade do Senhor aguardou não pelo
arrependimento de Acabe, que em Sua onisciência Ele sabia que não ocorreria,
mas para o cumprimento do juízo que já estava determinado sobre ele, e que lhe
foi proferido pelo profeta Elias, conforme consta em I Reis 21.19:
“E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor:
Porventura não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim
diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão
também o teu próprio sangue.” (I Reis 21.19).
“1 Passaram-se três anos sem haver guerra entre a
Síria e Israel.
2 No terceiro ano, porém, desceu Josafá, rei de
Judá, a ter com o rei de Israel.
3 E o rei de Israel disse aos seus servos: Não
sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da
mão do rei da Síria?
4 Então perguntou a Josafá: Irás tu comigo à
peleja, a Ramote-Gileade? Respondeu Josafá ao rei de Israel: Como tu és sou eu,
o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.
5 Disse mais Josafá ao rei de Israel: Rogo-te,
porém, que primeiro consultes a palavra do Senhor.
6 Então o rei de Israel ajuntou os profetas, cerca
de quatrocentos homens, e perguntou-lhes: Irei à peleja contra Ramote-Gileade,
ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque o Senhor a entregará nas mãos
do rei.
7 Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda algum
profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?
8 Então disse o rei de Israel a Josafá: Ainda há um
homem por quem podemos consultar ao Senhor, Micaías, filho de Inlá; porém eu o
odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Ao que
disse Josafá: Não fale o rei assim.
9 Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse:
Traze-me depressa Micaías, filho de Inlá.
10 Ora, o rei de Israel e Josafá, rei de Judá,
vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na
praça à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante
deles.
11 E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns
chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até
que sejam consumidos.
12 Do mesmo modo também profetizavam todos os
profetas, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem sucedido; porque o Senhor
a entregará nas mãos do rei.
13 O mensageiro que fora chamar Micaías falou-lhe,
dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei;
seja, pois, a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom.
14 Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que
o Senhor me disser, isso falarei.
15 Quando ele chegou à presença do rei, este lhe
disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixaremos de ir?
Respondeu-lhe ele: Sobe, e serás bem sucedido, porque o Senhor a entregará nas
mãos do rei.
16 E o rei lhe disse: Quantas vezes hei de
conjurar-te que não me fales senão a verdade em nome do Senhor?
17 Então disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos
montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm
senhor; torne cada um em paz para sua casa.
18 Disse o rei de Israel a Josafá: Não te disse eu
que ele não profetizaria o bem a meu respeito, mas somente o mal?
19 Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do
Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé
junto a ele, à sua direita e à sua esquerda.
20 E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe a
subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de
outro.
21 Então saiu um espírito, apresentou-se diante do
Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que modo?
22 Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito
mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o
induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.
23 Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito
mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau
contra ti.
24 Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegando-se,
feriu a Micaías na face e disse: Por onde passou de mim o Espírito do Senhor
para falar a ti?
25 Respondeu Micaías: Eis que tu o verás naquele
dia, quando entrares numa câmara interior, para te esconderes.
26 Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e
tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do rei,
27 dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem
no cárcere, e sustentai-o a pão e água, até que eu volte em paz.
28 Replicou Micaías: Se tu voltares em paz, o
Senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!
29 Assim o rei de Israel e Josafá, rei de Judá,
subiram a Ramote-Gileade.
30 E disse o rei de Israel a Josafá: Eu me disfarçarei,
e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais. Disfarçou-se,
pois, o rei de Israel, e entrou na peleja.
31 Ora, o rei da Síria tinha ordenado aos capitães
dos carros, que eram trinta e dois, dizendo: Não pelejeis nem contra pequeno nem
contra grande, senão só contra o rei de Israel.
32 E sucedeu que, vendo os capitães dos carros a
Josafá, disseram: Certamente este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para
pelejar com ele, e Josafá gritou.
33 Vendo os capitães dos carros que não era o rei
de Israel, deixaram de segui-lo.
34 Então um homem entesou o seu arco, e atirando a
esmo, feriu o rei de Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo
que ele disse ao seu carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou
gravemente ferido.
35 E a peleja tornou-se renhida naquele dia;
contudo o rei foi sustentado no carro contra os sírios; porém à tarde ele
morreu; e o sangue da ferida corria para o fundo do carro.
36 Ao pôr do sol passou pelo exército a palavra:
Cada um para a sua cidade, e cada um para a sua terra!
37 Morreu, pois, o rei, e o levaram para Samaria, e
ali o sepultaram.
38 E lavaram o seu carro junto ao tanque de
Samaria, e os cães lamberam-lhe o sangue, conforme a palavra que o Senhor tinha
dito; ora, as prostitutas se banhavam ali.
39 Quanto ao restante dos atos de Acabe, e a tudo
quanto fez, e à casa de marfim que construiu, e a todas as cidades que
edificou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel?
40 Assim dormiu Acabe com seus pais. E Acazias, seu
filho, reinou em seu lugar.
41 Ora, Josafá, filho de Asa, começou a reinar
sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel.
42 Era Josafá da idade de trinta e cinco anos
quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Era o nome
de sua mãe Azuba, filha de Sili.
43 E andou em todos os caminhos de seu pai Asa; não
se desviou deles, mas fez o que era reto aos olhos do Senhor. Todavia os altos
não foram tirados e o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos.
44 E Josafá teve paz com o rei de Israel.
45 Quanto ao restante dos atos de Josafá, e ao
poder que mostrou, e como guerreou, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá?
46 Também expulsou da terra o restante dos
sodomitas, que ficaram nos dias de seu pai Asa
47 Nesse tempo não havia rei em Edom; um vice-rei
governava.
48 E Josafá construiu navios de Társis para irem a
Ofir em busca de ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em
Eziom-Geber.
49 Então Acazias, filho de Acabe, disse a Josafá:
Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Josafá, porém, não quis.
50 Depois Josafá dormiu com seus pais, e foi
sepultado junto a eles na cidade de Davi, seu pai. E em seu lugar reinou seu
filho Jeorão.
51 Ora, Acazias, filho de Acabe, começou a reinar
em Samaria no ano dezessete de Josafá, rei de Judá, e reinou dois anos sobre
Israel.
52 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque
andou no caminho de seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de
Jeroboão, filho de Nebate, que fez Israel pecar.
53 Serviu a Baal, e o adorou, provocando à ira o
Senhor Deus de Israel, conforme tudo quanto seu pai fizera.” (I Rs 22.1-53).
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