O 4º capitulo de I Reis nos dá conta da grandeza do
reino de Salomão e da administração necessária para manter a sua imensa corte.
O provimento dos que comiam à sua mesa e dos seus
administradores e exército era garantido por um sistema de doze
superintendências regionais, espalhadas por todo o território de Israel (v. 7 a
17), tendo à frente de cada uma delas um intendente, aos quais cabia servir ao
rei com as provisões descritas nos versos 22 a 28, num sistema de rodízio, que
dava a cada um deles a responsabilidade de suprir as necessidades do mês que
lhes fora designado, respectivamente (v. 27).
Além de suprirem a mesa do rei, estes intendentes
deviam também providenciar a cevada e a palha necessárias para os seus cavalos
e ginetes (v. 28).
Para que se tenha uma idéia de quanto deveria ser
provido em cada mês, basta multiplicar por trinta os números citados no verso
22, que descreve as quantidades necessárias para um único dia:
30 x 30 = 900 coros de flor de farinha.
60 x 30 = 1.800 coros de farinha.
10 x 30 = 300 bois cevados
20 x 30 = 600 bois de pasto
100 x 30 = 3.000 ovelhas
E além destes eram providos também veados, gazelas,
cabras e aves, para a mesa do rei, e cevada e palha para 40.000 manjedouras,
dos seus estábulos.
Toda esta prosperidade foi dada por Deus ao reino
de Israel em cumprimento à promessa feita a Salomão de lhe dar riquezas e
glória maiores do que a de qualquer outro reino dos seus dias.
Além do cumprimento desta promessa, este capítulo
nos dá conta do cumprimento de que Salomão seria o homem mais sábio de todos os
tempos (v. 29 a 34), e é afirmado que ele tinha uma sabedoria maior do que a de
todos os do Oriente e do que a dos egípcios, e que era mais sábio do que Etã,
Hemã e Darda, e bem como do que todos os homens.
Ele compôs 3.000 provérbios e 1.005 cânticos, sendo
que muitos destes provérbios e o seu Cântico dos Cânticos vieram a fazer parte
do texto das Escrituras.
Além disso, é citado o grande conhecimento que
Salomão teve tanto de botânica quanto de zoologia, no verso 33, e que foi tal o
renome que alcançou, que vinha gente de todas as partes da terra para ouvirem a
sua sabedoria (v. 34).
Certamente este capítulo se refere ao tempo do auge
e não do início do reinado de Salomão, porque são citados inclusive os nomes de
duas de suas filhas (Tafate e Basemate), que foram dadas em casamento a dois
dos doze intendentes que estavam à frente de suas cidades armazéns.
“1 Assim foi Salomão rei sobre todo o Israel.
2 E estes eram os príncipes que tinha: Azarias,
filho de Zadoque, era sacerdote;
3 Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários;
Josafá, filho de Ailude, cronista;
4 Benaia, filho de Jeoiada, estava sobre o
exército; Zadoque e Abiatar eram sacerdotes;
5 Azarias, filho de Natã, estava sobre os
intendentes; Zabude, filho de Natã, era o oficial-mor, amigo do rei;
6 Aisar, o mordomo; e Adonirão, filho de Abda,
estava sobre a gente de trabalhos forçados.
7 Salomão tinha doze intendentes sobre todo o
Israel, que proviam de mantimentos ao rei e à sua casa; e cada um tinha que
prover mantimentos para um mês no ano.
8 São estes os seus nomes: Ben-Hur, na região
montanhosa de Efraim.
9 Ben-Dequer, em Macaz, Saalabim, Bete-Semes e
Elom-Bete-Hanã;
10 Ben-Hesede, em Arubote; também este tinha Socó e
toda a terra de Jefer;
11 Ben-Abinadabe, em toda a região alta de Dor;
tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher;
12 Baaná, filho de Ailude, em Taanaque e Megido, e
em toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jizreel, desde Bete-Seã
até Abel-Meolá, para além de Jocmeão;
13 o filho de Geber, em Ramote-Gileade; tinha este
as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha
a região de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e
ferrolhos de bronze:
14 Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim;
15 Aimaaz, em Naftali; também este tomou a
Basemate, filha de Salomão, por mulher;
16 Baaná, filho de Hasai, em Aser e em Alote;
17 Josafá, filho de Paruá, em Issacar;
18 Simei, filho de Elá, em Benjamim;
19 Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a
terra de Siom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; havia um só intendente
naquela terra.
20 Eram, pois, os de Judá e Israel numerosos, como
a areia que está à beira do mar; e, comendo e bebendo, se alegravam.
21 E dominava Salomão sobre todos os reinos, desde
o rio até a terra dos filisteus e até o termo do Egito; eles pagavam tributo, e
serviram a Salomão todos os dias da sua vida.
22 O provimento diário de Salomão era de trinta
coros de flor de farinha, e sessenta coros e farinha;
23 dez bois cevados, vinte bois de pasto e cem
ovelhas, afora os veados, gazelas, cabras montesas e aves cevadas.
24 Pois dominava ele sobre toda a região e sobre
todos os reis daquém do rio, desde Tifsa até Gaza; e tinha paz por todos os
lados em redor.
25 Judá e Israel habitavam seguros, desde Dã até
Berseba, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, por todos
os dias de Salomão.
26 Salomão tinha também quarenta mil manjedouras
para os cavalos dos seus carros, e doze mil cavaleiros.
27 Aqueles intendentes, pois, cada um no seu mês,
proviam de mantimentos o rei Salomão e todos quantos se chegavam à sua mesa;
coisa nenhuma deixavam faltar.
28 Também traziam, cada um segundo seu cargo, a
cevada e a palha para os cavalos e os ginetes, para o lugar em que estivessem.
29 Ora, Deus deu a Salomão sabedoria, e muitíssimo
entendimento, e conhecimentos múltiplos, como a areia que está na praia do mar.
30 A sabedoria de Salomão era maior do que a de
todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31 Era ele ainda mais sábio do que todos os homens,
mais sábio do que Etã, o ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de
Maol; e a sua fama correu por todas as nações em redor.
32 Proferiu ele três mil provérbios, e foram os
seus cânticos mil e cinco.
33 Dissertou a respeito das árvores, desde o cedro
que está no Líbano até o hissopo que brota da parede; também dissertou sobre os
animais, as aves, os répteis e os peixes.
34 De todos os povos vinha gente para ouvir a
sabedoria de Salomão, e da parte de todos os reis da terra que tinham ouvido da
sua sabedoria.” (I Rs 4.1-34).
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