Nós lemos o seguinte no sétimo versículo do sexto capítulo
de I Reis:
“E edificava-se a casa com pedras lavradas na
pedreira; de maneira que nem martelo, nem machado, nem qualquer outro
instrumento de ferro se ouviu na casa enquanto estava sendo edificada.”.
A planta do templo havia sido dada por Deus, por
escrito, em todos os seus detalhes, a Davi (I Crôn 28.19), e este a entregou a
Salomão antes da sua morte (I Crôn 28.11-19).
Não seria portanto, o gênio de Salomão que idealizaria
como seria a casa do Senhor, pois será sempre o próprio Deus que determinará as
condições e critérios para a construção da Sua casa, e isto se aplica
especialmente à edificação da Igreja de Cristo, cuja planta se encontra na
Bíblia.
Como as pedras eram lavradas nas próprias pedreiras
em que eram cortadas, de maneira a serem encaixadas perfeitamente na posição em
que deveriam ser colocadas no templo, podemos inferir que houve necessidade de
um grande trabalho de planejamento, tanto de engenharia, quanto de arquitetura,
para a construção do templo.
Nisto, certamente trabalhou a sabedoria de Salomão
e a dos sábios de Israel e de Tiro.
De igual modo, foi a infinita sabedoria de Deus,
consumada por Cristo e pelo Espírito Santo, que planejou e está executando o
trabalho de edificação da Igreja, que é o templo eterno do Senhor, que está
sendo construído com pedras vivas, através do trabalho dos pastores, aos quais
Deus tem dado conhecimento e inteligência espiritual, para a realização deste
trabalho de construção de um templo que é também espiritual.
Há um grande ensino para a Igreja quanto ao modo
como o templo de Salomão deveria ser edificado, seguindo tudo o que Deus havia
ordenado a Davi na planta que lhe dera.
Há portanto, um modo para se edificar a Igreja do
Senhor, que já foi estabelecido por Ele próprio, e cuja planta se encontra na
Bíblia.
Muito se fala hoje em dia sobre a necessidade de se
ajustar a mensagem do evangelho a cada tipo de cultura, em se adaptar a
doutrina de modo que possa se tornar palatável ao gosto das pessoas.
Entretanto, a mensagem não pode ser alterada.
A mensagem é uma só e a mesma, e sempre o será,
porque as Palavras do Senhor não passarão eternamente.
É a cultura que deve se render à mensagem e não a
mensagem à cultura.
È a humanidade que deve ser cristianizada, e
não humanizado o cristianismo.
Em suma, não é Deus que deve se ajustar à vontade
do homem, mas o homem que deve se ajustar à vontade de Deus.
As pedras eram levadas prontas para serem
encaixadas, de modo que não se ouvisse barulho enquanto o templo ia sendo
erigido.
O Espírito Santo faz um trabalho silencioso nos
corações, e é em paz que Ele efetua a
conversão dos pecadores, e já os traz prontos, pela regeneração, para serem
acrescentados ao grande edifício de pedras vivas que é a Igreja.
A construção deste edifício para a habitação de
Deus deve ser feita em paz, porque Ele é Deus de paz e só habita onde há paz.
Não deve haver ruído no ajuste e preparo das
pedras. Isto significa não somente que a unidade delas é estabelecida somente
pela paz, como também que não deve haver discórdia entre elas quanto à
doutrina, porque subentende-se que esta, sendo uma só e verdadeira, deve ter
sido aceita antecipadamente por todos.
A doutrina é algo para ser aceito pela fé e para ser debatido, de modo que não haja
rupturas na unidade e na comunhão do edifício espiritual.
Então entendemos que os pastores devem ter sido
preparados para a realização desta obra espiritual, que demandará deles muita
sabedoria e inteligência e conhecimento espiritual, para liderarem o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo lhes constituiu como líderes, tendo em vista,
especialmente, o exercício da disciplina na Igreja, que sendo realizada sem
esta sabedoria, pode causar muito ruído e escândalo.
Assim, os ministros necessitam deste preparo no
conhecimento das coisas relativas à casa de Deus, que é a Igreja, para que
possam discernir entre o bem e o mal, e julgarem segundo a reta justiça.
Sem isto, é possível condenar um inocente e não
repreender um malfeitor da membresia da Igreja.
Quando, por exemplo, Paulo disse “Expulsai, pois,
de entre vós o malfeitor.”, em I Cor 5.13, ele estava se referindo a um crente
que vivia incestuosamente com a mulher do seu pai, e não havia se arrependido
do seu pecado e ao que parece havia determinado continuar deliberadamente na
sua prática.
Vemos então, que se faltar ao pastor este
conhecimento, é possível que ele venha a excluir da comunhão dos santos alguém
que tenha se arrependido do seu pecado e abandonado a sua prática, a pretexto
de ser zeloso, pela santidade do Senhor e do Seu povo.
Neste caso, a disciplina divina requer que o
arrependido seja imediatamente perdoado e aceito, em face do arrependimento
demonstrado.
As consequências do pecado que ele praticou é um
assunto exclusivo para o Senhor, porque certamente colherá o que semeou, mas
não cabe à Igreja, efetivamente, qualquer medida revanchista, e muito menos
vingativa, depois de ter manifestado o seu arrependimento.
O templo começou a ser edificado no 4º ano do
reinado de Salomão, que correspondia ao 480º ano da saída dos israelitas do
Egito, com Moisés, e foi concluído no 11º ano do reinado de Salomão, sendo
gastos portanto, sete anos para a sua construção (v. 1, 3, 38).
Pelos versículos 2 e 3 nós vemos que as dimensões
do templo eram as seguintes:
CASA TOTAL (com Lugar Santo e Santo dos Santos):
30 metros de comprimento, por 10 metros de largura,
e 15 metros de altura (v. 2).
SANTO DOS SANTOS:
10 metros de comprimento; por 10 metros de largura,
e 10 metros de altura (v. 29).
Observe que havia um vão de 5 metros entre o teto
do Santo dos Santos e o da Casa que o continha.
As referências às janelas, escadas, e aos andares e
cômodos, diziam respeito à casa que abrigava o Santo dos Santos, sendo todo o
espaço ao redor deste considerado como o Lugar Santo.
Como a casa tinha 15 metros de altura ela pôde
abrigar três andares (I Reis 6.10) que eram acessados por escadas em forma de
espiral (v. 5,8).
E estes andares abrigavam câmaras para guardarem os
utensílios e tesouros do templo, e para abrigar os sacerdotes, na preparação
deles para o exercício do seu ofício (v. 5,6).
O Santo dos Santos ficava ao fundo da casa, sendo
um cubo de 10 metros de lado, de modo que da sua entrada até à da casa propriamente
dita que o abrigava, havia um espaço de 20 metros de comprimento (v. 17).
As paredes internas da casa eram cobertas de tábuas
de cedro, inclusive o teto, sendo que o assoalho foi revestido com tábuas de
cipreste (v. 15).
Estas tábuas tinham entalhes de flores abertas (v.
18).
Dois querubins entalhados em madeira de oliveira,
com 5 metros de altura, e colocados um ao lado do outro, com as asas abertas,
tocando as extremidades das asas na paredes e uma na outra, cobria toda a
extensão de 10 metros de uma à outra parede do Santo dos Santos, e eles ficavam
bem ao centro do mesmo, sendo a arca da aliança colocada sob o ponto em que as
asas deles se encontravam, e estes querubins eram todos revestidos de ouro (v.
23 a 28; cap 8.6,7).
De igual modo, as tábuas das paredes, bem como do
piso, eram revestidas de ouro, assim como o altar de incenso que ficava
defronte do Santo dos Santos (v. 21,22, 30).
Todas as paredes eram adornadas com gravuras de
querubins, palmeiras e flores abertas (v. 29).
Os querubins representavam a adoração ao Senhor e a
guarda da Sua santidade; as palmeiras, a justiça de Deus, que é imputada
àqueles que dEle se aproximam; e as flores, a beleza da Sua santidade.
As portas, tanto do Santo dos Santos, quanto da
casa, eram de madeira de oliveira e compostas de duas folhas (partes) que eram
sustentadas por dobradiças.
Estas portas eram também revestidas de ouro como o
cedro da parede, e o cipreste do piso (v. 31 a 35).
Enquanto construía o templo, Salomão foi
incentivado a prosseguir na construção pelo Senhor (v. 11 a 13), e para que a
suntuosidade da obra não ofuscasse a necessidade de que ele andasse na presença
de Deus, guardando os Seus estatutos, mandamentos e juízos, Ele disse a Salomão
que habitaria no meio do Seu povo caso ele o obedecesse, mas caso Salomão
viesse a transgredir os Seus estatutos, mandamentos e juízos, não seria a
suntuosidade daquela casa que garantiria a habitação do Senhor no meio de
Israel, como de fato não garantiu, quando o povo se desviou da Sua presença e o
templo foi destruído por Nabucodonozor, rei de Babilônia em 586 a .C.
Isto nos mostra de modo muito claro que Deus não
está tão interessado nos edifícios que construímos para o Seu serviço, quanto
está na edificação da nossa própria vida espiritual.
Não é aquilo que construímos no exterior e que os
homens podem destruir, que nos recomenda a Ele e garante a Sua presença em
nosso viver, senão aquilo que construímos no nosso próprio interior, mediante o
cumprimento dos Seus mandamentos e que faz para Ele um lugar de habitação Santo
e eterno, que ninguém pode roubar ou destruir.
“16 Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e
que o Espírito de Deus habita em vós?
17 Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o
destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós.” (I Cor 3.16,
17).
O que o homem pode destruir é a parte de barro do
edifício, que é este nosso corpo terreno, mas quem o fizer, não deixará de
receber a justa retribuição da parte do Senhor, mas o homem e nem o diabo podem
tocar no santuário edificado por Deus no espírito do cristão, de modo que
possam lhe produzir algum dano eterno.
“1 Sucedeu, pois, que no ano quatrocentos e oitenta
depois de saírem os filhos de Israel da terra do Egito, no quarto ano do
reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive, que é o segundo mês,
começou-se a edificar a casa do Senhor.
2 Ora, a casa que e rei Salomão edificou ao Senhor
era de sessenta côvados de comprimento, vinte côvados de largura, e trinta
côvados de altura.
3 E o pórtico diante do templo da casa era de vinte
côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura.
4 E fez para a casa janelas de gelósias fixas.
5 Edificou andares em torno da casa, contra a
parede, tanto do templo como do oráculo, fazendo assim câmaras laterais ao seu
redor.
6 A câmara de baixo era de cinco côvados, a do meio
de seis côvados, e a terceira de sete côvados de largura. E do lado de fora, ao
redor da casa, fez pilastras de reforço, para que as vigas não se apoiassem nas
paredes da casa.
7 E edificava-se a casa com pedras lavradas na
pedreira; de maneira que nem martelo, nem machado, nem qualquer outro
instrumento de ferro se ouviu na casa enquanto estava sendo edificada.
8 A porta para as câmaras laterais do meio estava à
banda direita da casa; e por escadas espirais subia-se ao andar do meio, e
deste ao terceiro.
9 Assim, pois, edificou a casa, e a acabou,
cobrindo-a com traves e pranchas de cedro.
10 Também edificou os andares, contra toda a casa,
de cinco côvados de altura, e os ligou à casa com madeira de cedro.
11 Então veio a palavra do Senhor a Salomão,
dizendo:
12 Quanto a esta casa que tu estás edificando, se
andares nos meus estatutos, e executares os meus preceitos, e guardares todos
os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra,
que falei a Davi, teu pai;
13 e habitarei no meio dos filhos de Israel, e não
desampararei o meu povo de Israel.
14 Salomão, pois, edificou aquela casa, e a acabou.
15 Também cobriu as paredes da casa por dentro com
tábuas de cedro; desde o soalho da casa até e teto, tudo cobriu com madeira por
dentro; e cobriu o soalho da casa com tábuas de cipreste.
16 A vinte côvados do fundo da casa fez de tábuas
de cedro uma divisão, de altura igual à do teto; e por dentro a preparou para o
oráculo, isto é, para a lugar santíssimo.
17 E era a casa, isto é, o templo fronteiro ao
oráculo, de quarenta côvados de comprido.
18 O cedro da casa por dentro era lavrado de botões
e flores abertas; tudo era cedro; pedra nenhuma se via.
19 No meio da casa, na parte mais interior,
preparou o oráculo, para pôr ali a arca do pacto do Senhor.
20 E o oráculo era, por dentro, de vinte côvados de
comprimento, vinte de largura e vinte de altura; e o cobriu de ouro puro.
Também cobriu de cedro o altar.
21 Salomão, pois, cobriu a casa por dentro de ouro
puro; e estendeu cadeias de ouro diante do oráculo, que cobriu também de ouro.
22 Assim cobriu inteiramente de ouro a casa toda;
também cobriu de ouro todo o altar do oráculo.
23 No oráculo fez dois querubins de madeira de
oliveira, cada um com dez côvados de altura.
24 Uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a
outra de cinco côvados; dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas
asas até a extremidade da outra.
25 Assim era também o outro querubim; ambos os
querubins eram da mesma medida e do mesmo talho.
26 Um querubim tinha dez côvados de altura, e assim
também o outro.
27 E pôs os querubins na parte mais interior da
casa. As asas dos querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa
parede, e a do outro na outra parede, e as suas asas no meio da casa tocavam
uma na outra.
28 Também cobriu de ouro os querubins.
29 Quanto a todas as paredes da casa em redor,
entalhou-as de querubins, de palmas e de palmas abertas, tanto na parte mais
interior como na mais exterior.
30 Também cobriu de ouro o soalho da casa, de uma e
de outra parte.
31 E para a entrada do oráculo fez portas de
madeira de oliveira; a verga com os umbrais faziam a quinta parte da parede.
32 Assim fez as duas portas de madeira de oliveira;
e entalhou-as de querubins, de palmas e de flores abertas, que cobriu de ouro
também estendeu ouro sobre os querubins e sobre as palmas.
33 Assim também fez para a porta do templo umbrais
de madeira de oliveira, que constituíam a quarta parte da parede;
34 E eram as duas partes de madeira de cipreste; e
as duas folhas duma porta eram dobradiças, como também as duas folhas da outra
porta.
35 E as lavrou de querubins, de palmas e de flores
abertas; e as cobriu de ouro acomodado ao lavor.
36 Também edificou o átrio interior de três ordens
de pedras lavradas e de uma ordem de vigas de cedro.
37 No quarto ano se pôs o fundamento da casa do
Senhor, no mês de zive.
38 E no undécimo ano, no mês de bul, que é o oitavo
mês, se acabou esta casa com todas as suas dependências, e com tudo o que lhe
convinha. Assim levou sete anos para edificá-la.” (I Rs 6.1-38).
Nenhum comentário:
Postar um comentário