O
sétimo capítulo de Levítico descreve:
a) a
lei da oferta pela culpa;
b) a
lei das ofertas pacíficas;
c)
conclusão relativa às leis das ofertas.
a)
Lei da Oferta pela Culpa (7.1-10):
Já
vimos anteriormente que a palavra para culpa no hebraico é asham, e designa a condição da alma que está sujeita ao julgamento e à
condenação de Deus em razão do pecado.
Como está intimamente ligada às transgressões dos mandamentos de
Deus, por isso é dito que a lei da oferta pela culpa e da oferta pelo pecado é
uma única lei (7.7), no sentido de
ser do sacerdote, que fizer
expiação com ambas.
Isto tinha por alvo incentivar os sacerdotes à realização de suas
tarefas, porque isto lhes traria recompensa para o seu trabalho.
Quanto mais formos frequentes e diligentes no nosso serviço a Cristo, mais nós colheremos
das vantagens disto.
Quanto mais semearmos mais colheremos. Isto é uma lei tanto no
mundo natural quanto espiritual.
A fidelidade no espiritual pode não somente trazer bênçãos
espirituais, quanto naturais, como recompensa
vinda da parte de Deus pelos nossos esforços e fidelidade.
Já nos referimos que isto aponta para a eficácia dupla do
sacrifício de Jesus, que tanto perdoa o nosso pecado, quanto remove a nossa culpa,
e daí se dizer que somos apresentados perante Ele, santos, inculpáveis e
irrepreensíveis (Col 1.22).
Era dado também ao sacerdote o couro do animal oferecido em
holocausto (7.8), bem como a oferta de manjares, que tinha uma parte memorial
queimada no altar.
Deus faz provisões para aqueles que têm chamado para ministrarem a
Seu serviço, ordenando que seja provido o que for necessário para a
subsistência dos Seus ministros.
O obreiro é digno do seu salário, especialmente o obreiro fiel, e
uma forma de honrá-lo é recompensá-lo com bens materiais pelos serviços
espirituais que presta ao seu povo, especialmente se o faz em tempo integral
por chamada de Deus, de modo que não possa se dedicar a atividades seculares
para prover a si mesmo e à sua família.
b)
Lei das Ofertas Pacíficas (7.11-34):
É
descrito neste capítulo que as ofertas poderiam ser apresentadas por: a) ações
de graça (v 12) ou b) para cumprimento de voto ou voluntariamente (v. 16).
No caso de oferta por ações de graça era
admitido que fosse oferecido pão levedado (v. 13), juntamente com bolos asmos,
sendo que este pão levedado não deveria ser queimado no altar, mas somente era
usado para melhorar o sabor do banquete de alegria, que
seria realizado na presença de Deus e do sacerdote.
Neste
caso de oferta por ações de graça, tudo deveria ser comido no mesmo dia,
diferentemente da oferta voluntária ou para cumprimento de voto que poderia ser
consumido em até no máximo o dia seguinte, porque no terceiro dia, tudo que
sobrasse deveria ser queimado no fogo (v. 16-18).
Qualquer
coisa imunda que tocasse a carne deste sacrifício a tornaria imprópria para ser
consumida; assim como aquele que estivesse imundo, segundo a lei
cerimonial, não poderia comê-la (v 19).
Quem
consumisse a carne sem atender a estas prescrições deveria ser eliminado do
povo (v 20 e 21).
Como
a carne deste sacrifício pacífico poderia ser levada para casa, para
ser consumida no dia seguinte, então o Senhor acrescentou estas ameaças de modo
que ela não recebesse um tratamento comum, uma vez que havia sido consagrada no
santuário.
Em
7.22-27 é reafirmada a proibição de comer gordura e sangue.
Em
7.28-34 é reafirmado que o peito e a coxa do lado direito dos
animais oferecidos como sacrifícios pacíficos pertenciam ao sacerdote que os
oferecesse.
Finalmente
nos versos 35 a 38 é feita uma conclusão relativa a todas as prescrições
referentes às ofertas que deveriam ser apresentadas no tabernáculo,
afirmando-se que estava pois determinada a porção que cabia aos sacerdotes, e
que era esta a lei referente ao holocausto, à oferta de manjares, à oferta pelo
pecado, à oferta pela culpa, à consagração e ao sacrifício pacífico que deveria
ser aplicada nos serviços do tabernáculo, conforme o Senhor ordenou a Moisés no
monte Sinai, como mandamento para os filhos de Israel.
Queremos
destacar que o que aprendemos também neste último capítulo sobre a reverência
que se deveria ter para com as coisas sagradas oferecidas no tabernáculo, deve
ser muito maior quando participamos dos elementos da ceia do Senhor, que
representam a sua carne e o seu sangue.
Tal é
a importância que Deus dá a estes elementos, que
muitos na igreja de Corinto estavam sendo enfermados e mortos exatamente pela
falta de reverência com os mesmos, porque simbolizam o sacrifício
de Jesus.
Não é
somente pão e vinho o que comemos e bebemos, como se fosse algo comum, pois
ainda que não devamos idolatrar tais elementos, porque a adoração é devida
somente a Deus, é nosso dever reverenciá-los e ter o devido apreço e respeito
por eles, porque são cousas santíssimas aos olhos de Deus, assim como eram
todas as ofertas apresentadas no tabernáculo, e
que representavam em figura o sacrifício de Jesus.
O pão
e o vinho assim como os sacrifícios do Velho Testamento, não são o próprio
sacrifício de Jesus.
Mas
nós entendemos que estes elementos representam efetivamente o sacrifício de
nosso Senhor, assim como foi do Seu desejo instituí-los como tal, como sendo um
memorial, uma lembrança da Sua morte até que Ele venha.
Devemos
participar, portanto da ceia do Senhor com santo temor e reverência, conforme é
da vontade de Deus, pois vimos no nosso estudo sobre estes sete primeiros
capítulos de Levítico que Ele atribui uma grande importância e valor ao
sacrifício de Seu Filho, e especialmente nós os que fomos resgatados do pecado
por causa dele, deveríamos dar-lhe igual
importância e valor.
A
santa ceia é um momento muito oportuno para podermos expressar então toda a
nossa gratidão e reconhecimento deste valor e importância.
“1
Esta é a lei da oferta pela culpa: coisa santíssima é.
2 No
lugar em que imolam o holocausto, imolarão a oferta pela culpa, e o sangue dela
se espargirá sobre o altar em redor.
3
Dela se oferecerá toda a gordura: a cauda gorda, e a gordura que cobre a
fressura,
4 os
dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o
redenho sobre o fígado, juntamente com os rins, os tirará;
5 e o
sacerdote os queimará sobre o altar em oferta queimada ao Senhor; é uma oferta
pela culpa.
6
Todo varão entre os sacerdotes comerá dela; num lugar santo se comerá; coisa
santíssima é.
7
Como é a oferta pelo pecado, assim será a oferta pela culpa; há uma só lei para
elas, a saber, pertencerá ao sacerdote que com ela houver feito expiação.
8
Também o sacerdote que oferecer o holocausto de alguém terá para si o couro do
animal que tiver oferecido.
9
Igualmente toda oferta de cereais que se assar ao forno, como tudo o que se
preparar na frigideira e na assadeira, pertencerá ao sacerdote que a oferecer.
10
Também toda oferta de cereais, seja ela amassada com azeite, ou seja seca,
pertencerá a todos os filhos de Arão, tanto a um como a outro.
11
Esta é a lei do sacrifício das ofertas pacíficas que se oferecerá ao Senhor:
12 Se
alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de
graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados
com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem embebidos.
13
Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de ofertas
pacíficas por ação de graças.
14 E
dele oferecerá um de cada oferta por oferta alçada ao Senhor, o qual pertencerá
ao sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica.
15
Ora, a carne do sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças se comerá no
dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até pela manhã.
16
Se, porém, o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em
que for oferecido se comerá, e no dia seguinte se comerá o que dele ficar;
17
mas o que ainda ficar da carne do sacrifício até o terceiro dia será queimado
no fogo.
18 Se
alguma parte da carne do sacrifício da sua oferta pacífica se comer ao terceiro
dia, aquele sacrifício não será aceito, nem será imputado àquele que o tiver
oferecido; coisa abominável será, e quem dela comer levará a sua iniquidade.
19 A
carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; será queimada no fogo; mas
da outra carne, qualquer que estiver limpo comerá dela;
20
todavia, se alguma pessoa, estando imunda, comer a carne do sacrifício da
oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu
povo.
21 E,
se alguma pessoa, tendo tocado alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou
gado imundo, ou qualquer abominação imunda, comer da carne do sacrifício da
oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu
povo.
22
Depois disse o Senhor a Moisés:
23
Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro,
nem de cabra comereis.
24
Todavia pode-se usar a gordura do animal que morre por si mesmo, e a gordura do
que é dilacerado por feras, para qualquer outro fim; mas de forma alguma
comereis dela.
25
Pois quem quer que comer da gordura do animal, do qual se oferecer oferta
queimada ao Senhor, sim, a pessoa que dela comer será extirpada do seu povo.
26 E
nenhum sangue comereis, quer de aves, quer de gado, em qualquer das vossas
habitações.
27
Toda pessoa que comer algum sangue será extirpada do seu povo.
28
Disse mais o Senhor a Moisés:
29
Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer sacrifício de oferta pacífica
ao Senhor trará ao Senhor a respectiva oblação da sua oferta pacífica.
30
Com as próprias mãos trará as ofertas queimadas do Senhor; o peito com a
gordura trará, para movê-lo por oferta de movimento perante o Senhor.
31 E
o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito pertencerá a Arão e a
seus filhos.
32 E
dos sacrifícios das vossas ofertas pacíficas, dareis a coxa direita ao
sacerdote por oferta alçada.
33
Aquele dentre os filhos de Arão que oferecer o sangue da oferta pacífica, e a
gordura, esse terá a coxa direita por sua porção;
34
porque o peito movido e a coxa alçada tenho tomado dos filhos de Israel, dos
sacrifícios das suas ofertas pacíficas, e os tenho dado a Arão, o sacerdote, e
a seus filhos, como sua porção, para sempre, da parte dos filhos de Israel.
35
Esta é a porção sagrada de Arão e a porção sagrada de seus filhos, das ofertas
queimadas do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o
sacerdócio ao Senhor;
36 a
qual o Senhor, no dia em que os ungiu, ordenou que se lhes desse da parte dos
filhos de Israel; é a sua porção para sempre, pelas suas gerações.
37
Esta é a lei do holocausto, da oferta de cereais, da oferta pelo pecado, da
oferta pela culpa, da oferta das consagrações, e do sacrifício das ofertas
pacíficas;
38 a
qual o Senhor entregou a Moisés no monte Sinai, no dia em que este estava
ordenando aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no
deserto de Sinai.” (Lev 7.1-38).
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