Em Nm
31.16 e Apo 2.14 nós vemos que foi por conselho de Balaão que as mulheres
midianitas se uniram aos israelitas para os prostituírem com os seus deuses.
Como
Balaão foi impedido de amaldiçoar os israelitas por Deus, pensou que poderia
lançar mão do pagamento que receberia de Balaque sem sofrer qualquer juízo da
parte do Senhor, caso lhe ensinasse um estratagema para vencer os israelitas,
conforme vemos neste 25º capítulo de Números, levando-os a
praticarem coisas que faria com que o próprio Deus se voltasse contra eles.
Até
certo ponto o estratagema funcionou porque muitos foram mortos em razão daquela
prostituição espiritual a que foram induzidos pelas mulheres midianitas, mas
como já dissemos, quando Deus ordenou que Israel se vingasse deles, Balaão foi
também submetido ao juízo do Senhor, tendo sido morto pela espada dos
israelitas (Nm 31.8).
Deus
ordenou que os cabeças de Israel, que haviam participado da adoração de
Baal-Peor, fossem enforcados, e que os juízes de Israel sentenciassem à morte
todos os homens que estavam debaixo da sua respectiva judicatura.
Ao
mesmo tempo irrompeu uma praga da parte do Senhor, que
havia matado a 24.000 israelitas e que cessou somente quando o sacerdote Fineias,
filho de Eleazar, sendo, portanto neto de Arão, atravessou com sua espada um
dos príncipes da tribo de Simeão e à mulher midianita que estava com ele, que
era filha de um dos líderes de Midiã.
Ele o
fizera porque estava inflamado pelo zelo do Senhor, e este zelo foi reconhecido
e recompensado por Deus, que lhe fez promessa de um pacto de paz com ele e com
a sua descendência, num sacerdócio perpétuo, pois fizera expiação com o seu
zelo, pelos filhos de Israel.
A
estratégia usada por Balaão é a mesma estratégia usada pelo diabo, para
derrubar os cristãos.
Se
ele não pode derrotá-los num confronto direto contra eles, lhes tenta
para que pequem, de modo que tenham o próprio Deus como seu opositor.
Nada
lhe dá mais prazer do que sujeitar os cristãos à
correção dolorosa de um Pai amoroso, porque isto tanto dói no coração deles
quanto no do Pai que os corrige.
No
caso dos israelitas foi usada a mesma tática do pecado original.
Primeiro
tentou Eva, e tendo Eva caído no pecado, foi ela própria o instrumento da
tentação de Adão; assim como as midianitas foram o instrumento da tentação dos
israelitas para afastá-los do Seu Deus.
Por
isso Jesus nos ensinou a orar pedindo a Deus que não nos deixe cair em
tentações e que nos livre do mal.
Quando
os israelitas saíram do cativeiro no Egito, não
havia um só inválido entre eles, como se afirma no Sl 105.37, pois Deus havia
feito distinção entre eles e os egípcios, de maneira a revelar em Suas pragas,
que nenhuma das enfermidades que havia trazido sobre os egípcios tinha sido colocada
sobre o Seu povo.
Mas,
depois de terem saído do cativeiro lhes advertiu que andassem
na Sua presença e cumprissem os Seus mandamentos, para
que não os enfermasse assim como havia enfermado os egípcios.
Enfermidades
epidêmicas entre os israelitas, como aquelas que acometeram os egípcios nas dez
pragas, seriam então um sinal da parte de Deus de que havia pecado de todo o
povo contra Ele, como foi o caso desta praga de Baal-Peor, que
havia ceifado 24.000 vidas.
Assim,
em Êx 15.26, nós lemos o seguinte:
“Se
ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de
seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os
seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre
os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.”
Em Êx
23.25: “Servireis, pois, ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e
a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.”
No
caso de transgressão da Aliança nós lemos a seguinte ameaça que foi dirigida
aos israelitas:
“então
o Senhor fará espantosas as tuas pragas, e as pragas da tua descendência,
grandes e duradouras pragas, e enfermidades malignas e duradouras;” (Dt 28.59)
As
ameaças previstas na Lei para os casos de violação da aliança, por parte dos
israelitas, estavam sendo cumpridas por Deus, como Ele havia prometido que o
faria.
Fineias se
esforçou para pôr um fim ao mal que estava grassando entre os israelitas.
Sempre
que isto é feito por aqueles que lideram o povo do Senhor, isto Lhe agrada de
tal modo que sempre procura manifestar este agrado com sinais visíveis da Sua
aprovação, através das bênçãos que derrama sobre o Seu povo, por causa do zelo
pela Sua santidade demonstrado pelos líderes, que estão a Seu serviço,
usando agora a espada do Espírito Santo, que é a Sua Palavra, para anularem
sofismas e vencerem as investidas dos principados e das potestades das trevas.
A
expiação do pecado feita pela espada vingadora de Fineias é
um tipo da expiação efetuada por Cristo, que sofreu toda a ira da espada da
justiça divina contra o pecado em si mesmo, sofrendo todo o castigo devido em
razão do mal em seu próprio corpo, de modo que possamos agora ter paz com Deus,
isto é, estar reconciliados com Ele, em razão de ter satisfeito no castigo que
efetuou sobre o nosso pecado, visitando-o em Cristo.
A lança que
atravessou o lado de Jesus e que fez com que fosse derramado o Seu sangue
remidor satisfez plenamente a justiça de Deus relativa à punição do pecado.
“Mas
ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre
ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53.5).
Os
midianitas se permitiram serem instrumentos do diabo, para
trazerem aflição aos israelitas, e agora Deus ordena a Moisés que Israel
ferisse os midianitas (v. 16-18).
Assim,
Satanás pode ferir o calcanhar dos servos de Deus, mas ele recebe da parte do
Senhor a justa retribuição pelas suas maldades, fazendo com que a sua cabeça
seja esmagada por Cristo, através da luta que o Seu povo empreende contra a
serpente e a sua descendência.
“1
Ora, Israel demorava-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as
filhas de Moabe,
2
pois elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e
inclinou-se aos seus deuses.
3
Porquanto Israel se juntou a Baal-Peor, a ira do Senhor acendeu-se contra ele.
4
Disse, pois, o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao
senhor diante do sol, para que a grande ira do Senhor se retire de Israel.
5
Então Moisés disse aos juízes de Israel: Mate cada um os seus homens que se
juntaram a Baal-Peor.
6 E
eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma
midianita à vista de Moisés e à vista de toda a congregação dos filhos de
Israel, enquanto estavam chorando à porta da tenda da revelação.
7
Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, filho do
sacerdote Arão, levantou-se do meio da congregação, e tomou na mão uma lança; o
foi após o israelita, e entrando na sua tenda, os atravessou a ambos, ao
israelita e à mulher, pelo ventre. Então a praga cessou de sobre os filhos de
Israel.
9
Ora, os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.
10
Então disse o Senhor a Moisés:
11
Fineias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão,
desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu
zelo no meio deles, de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel.
12
Portanto dize: Eis que lhe dou o meu pacto de paz,
13 e
será para ele e para a sua descendência depois dele, o pacto de um sacerdócio
perpétuo; porquanto foi zeloso pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de
Israel.
14 O
nome do israelita que foi morto com a midianita era Zinri, filho de Salu,
príncipe duma casa paterna entre os simeonitas.
15 E
o nome da mulher midianita morta era Cozbi, filha de Zur; o qual era cabeça do
povo duma casa paterna em Midiã.
16
Disse mais o Senhor a Moisés:
17
Afligi vós os midianitas e feri-os;
18
porque eles vos afligiram a vós com as suas ciladas com que vos enganaram no
caso de Peor, e no caso de Cozbi, sua irmã, filha do príncipe de Midiã, a qual
foi morta no dia da praga no caso de Peor.” (Nm 25.1-18).
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