Salomão construiu além do templo, um grande palácio
(I Reis 7.1) de tão grande esplendor, que levou 13 anos para ser concluída a
sua construção, e mandou construir também uma imensa casa de campo no Líbano (I Reis 7.2).
Além de alguns detalhes relativos à construção
destas casas, o sétimo capítulo de I Reis nos dá conta dos demais itens que
fizeram parte da edificação do templo de Jerusalém, no Monte Moriá.
Hirão, não o rei Hirão de Tiro, mas um artífice do
reino, como vemos em II Crôn 2.13,14, que era cheio de sabedoria, e de
entendimento e de ciências para fazer toda obra de bronze, foi chamado por
Salomão para conduzir a fundição de todos os objetos do átrio do templo, que
seriam de bronze (I Reis 7.13, 14).
As duas colunas de bronze, que foram levantadas no
pórtico do templo (I Reis 7.21), tinham 9 metros de altura e 6 metros de
circunferência, e na extremidade superior delas havia um capitel de bronze com
2,5 metros de altura (v. 15, 16).
O reservatório de água principal do templo, chamado
de mar de fundição, era de tão grande peso e dimensões, que era apoiado sobre
10 suportes de bronze que mediam 2 metros de comprimento e largura, por 1,5 de
altura, nos quais foram estampadas gravuras de leões, bois e querubins.
Cada um destes doze suportes do mar de fundição
possuía, respectivamente, quatro rodas de bronze com eixos giratórios, para
possibilitar a movimentação do reservatório. Cada roda tinha 75 centímetros de
altura (v. 27 a 32).
Além deste reservatório principal foram feitas dez
pias de bronze que foram colocadas sobre dez suportes, sendo de 2 metros cada
uma e que tinham a capacidade para quarenta batos de água cada uma, isto é,
cerca de 1.200 litros de água (v. 37, 38), pois um bato continha cerca de 30 a
34 litros.
O mar de fundição não ficava defronte à porta de
entrada da casa, assim como a pia do tabernáculo ficava defronte à sua porta de
entrada.
O mar de fundição ficava adiante da casa, mas ao
seu lado Sul, e as pias ficavam cinco à direita e cinco à esquerda da casa (v.
39).
Hirão fez além de todos estes objetos de bronze, os
caldeirões, as pás e as bacias para o sacrifício de animais e remoção das
cinzas, os quais eram também de bronze polido (v. 40, 45).
Todos eles foram fundidos longe da área em que o
templo estava sendo construído, como tudo o mais que fez parte da sua
construção, conforme comentamos anteriormente.
A fundição foi feita na planície do Jordão, entre
Sucote e Zaretã (v. 46).
Estes objetos fundidos eram tão numerosos que não foi
mandado verificar o peso de todo o bronze que foi necessário para fundi-los (v.
47).
Salomão fez também os utensílios do Santo Lugar, a
saber: o altar do incenso, a mesa dos pães da proposição; os dez castiçais; as
espivitadeiras, as bacias, os recipientes para incenso, os braseiros e as
dobradiças das portas, que eram todos de ouro (v. 48 a 50).
A prata, o orou e os utensílios que Davi havia
dedicado ao Senhor foram trazidos por Salomão, para o tesouro do templo, quando
a obra de construção do mesmo foi concluída (v. 51).
Quando nós lemos sobre a suntuosidade do templo e
dos palácios de Salomão, e de toda a grandiosidade do seu reino, é que nós
podemos entender melhor o motivo de Jesus ter-se referido à glória de Salomão,
quando nos deu uma comparação de que nenhuma glória deste mundo fabricada pelas
próprias mãos do homem pode ser comparada à glória das criaturas que foram
formadas pelas próprias mãos de Deus (Mt 6.28-30), de maneira que não é nada
proveitoso viver ansiosamente para o estabelecimento de uma vida cheia de
glórias terrenas, posto que estas são passageiras, e não podem nos tornar,
necessariamente, agradáveis a Deus.
Graças a Deus que o próprio Salomão pôde dar
testemunho acerca da vaidade (vazio) que há em tudo o que possamos ter e fazer
com as coisas deste mundo, quando isto não é acompanhado por uma devida e
permanente comunhão com Deus, porque elas não podem de nenhuma maneira ocupar o
vazio de nossas almas, que só pode ser preenchido pelo Senhor e pelas coisas
celestiais, espirituais e eternas.
O objetivo da vida não está portanto em sermos
grandes segundo o mundo, que vê somente o exterior das coisas, mas segundo
Deus, que é espírito, e olha para o nosso coração.
Até mesmo a glória dos lírios, que é desta criação,
passa, assim como passou a glória de Salomão.
Há portanto uma glória que é maior do que à do
próprio lírio, e esta é a glória do conhecimento de Deus que está estampada na
face de Cristo.
É no crescimento progressivo deste conhecimento de
Deus em que devemos nos gloriar.
O próprio Salomão afirma em Ec 1.12-18 que o
conhecimento que não conduza a um maior conhecimento de Deus e da Sua vontade,
é um conhecimento que somente incha, e que não traz a verdadeira alegria que há
somente naquele tipo de conhecimento verdadeiro e permanente que conduz ao amor
que edifica.
Se alguém ainda pensa que há um exagero naquilo que
ele diz, vale a pena ler todo o livro de Eclesiastes e entender melhor a
verdade destas palavras inspiradas por Deus.
A própria vida de Salomão e toda a glória do seu
reino foi um recado de Deus para todos nós, de que não vale a pena juntar
tesouros na terra, senão no céu.
De que não há nenhum proveito em ser rico para com
os homens e ser pobre para com Deus.
De se gastar mais tempo em nossa vida para sermos
ricos segundo o mundo, em vez de o gastarmos para sermos ricos para com Deus,
em boas obras de justiça, vivendo para a Sua exclusiva glória e honra, e cheios
da graça, amor e verdade que procedem dEle, e que pelo Espírito Santo, são
derramados no nosso coração.
O grandioso e suntuoso templo que Salomão havia
construído seria totalmente destruído pelos babilônios, cerca de 430 anos
depois, porque o povo havia virado as suas costas para o Senhor.
O tempo que ele viveu no suntuoso palácio que
mandou construir para si correspondeu apenas ao período do término da sua
construção até a sua morte.
Então qual é a lição que podemos e devemos tirar de
tudo isto?
Que não devemos construir grandes coisas para Deus
e para nós mesmos?
Não! De modo algum! A lição a ser aprendida é que
não devemos colocar em nada disto o nosso coração, por sabermos que aquilo que
é grande para os homens não o é para Deus.
Que não é na grandeza destas coisas exteriores que
fazemos, que se encontra o Seu agrado e aprovação de nossas vidas, mas andarmos
em comunhão com Ele em humildade e santidade, guardando os Seus mandamentos.
Afinal, é isto o que Ele ordenou a Salomão e tem
ordenado a nós em Sua Palavra.
A grande riqueza do templo construído por Salomão
estava portanto, em tudo aquilo que ele nos ensinava em figura, da parte do
próprio Deus, que havia feito a planta daquele templo:
- Os que ministram em Sua presença, em sua casa,
fazendo os serviços designados por Ele, devem fazê-lo em santidade e
purificados de todo pecado, tal como ensinava a purificação cerimonial pela
lavagem do corpo com a água que se encontrava no chamado mar de fundição, que
era um imenso reservatório de água apoiado sobre doze bois de bronze, e que
tinha cinco metros de diâmetro por dois e meio de altura, com capacidade para
2.000 batos, o que corresponde aproximadamente a 60.000 litros de água.
E é em água purificada que devemos nos lavar para
sermos aceitáveis a Deus e ao serviço que fazemos para Ele.
É a água purificadora do Espírito Santo que nos lava
de todos os nossos pecados.
- Uma vez purificados, importa caminhar na luz, se
desejamos estar no Santo dos Santos, na presença de Deus, que era simbolizada
no templo pela arca da aliança.
E esta luz não é outra senão a própria luz de Deus
e da Sua verdade, representadas no templo pelos dez castiçais, que ficavam no
Lugar Santo, cinco de cada lado.
- As colunas que foram colocadas na frente do
templo, e que eram finamente ornadas com redes e romãs, sendo uma delas chamada
Jaquim, que no hebraico significa “Ele estabelece”, e a outra Boaz, que no
hebraico significa “força”, tinham por finalidade ornamentar o templo e falar
da firmeza com que ele estava fundado, e mais do que isto, falar profeticamente
da força e do poder de Deus que havia na casa de Davi, e pela qual ela seria
estabelecida, segundo a Sua promessa.
De igual modo os cristãos devem ser como colunas
plantadas na casa de Deus, e que sendo retilíneas, falam da retidão que devem
ter em suas vidas, porque é completamente reto Aquele a quem eles servem, na
certeza de que não são estabelecidos pela sua própria força e pelo próprio
poder, mas pelo Espírito Santo.
Cabem aqui, as mesmas palavras do nosso comentário
ao livro de Êxodo, quanto às realidades espirituais a que se referiam em figura
os utensílios do tabernáculo, que eram basicamente, os mesmos que Deus ordenou
que fossem colocados no templo de Jerusalém:
“Tudo no tabernáculo falava em figura de
muitas realidades espirituais, que estão em Cristo, tanto quanto estão e devem
estar nos crentes.
A madeira revestida pelo ouro fala daquilo
que é terreno, mas que deve ser revestido pela imortalidade.
A mesa dos pães fala de Cristo como nosso
alimento espiritual, do qual devemos nos alimentar continuamente.
E como somente aos sacerdotes era dado se
alimentaram deste pão, isto ensinava em figura que somente os que têm fés podem
se alimentar de Cristo, pois sem fé e arrependimento é impossível ter acesso a
este pão que dá vida eterna.
O candelabro fala em figura não somente de
Cristo que é a luz, como também da luz dos crentes, que é o testemunho do
Espírito Santo que neles queima como o azeite do candelabro.
O altar do incenso representa não somente a
poderosa oração intercessória de Cristo, como também a oração dos santos que
sobe como incenso à presença de Deus.
Então, para se estar na presença de Deus,
representado pela arca do Santo dos Santos, é preciso estar alimentado de
Cristo, cheio da luz do Espírito, e isto tudo vem mediante por uma oração
incessante e constante.
“1 Salomão edificou também a sua casa, levando
treze anos para acabá-la.
2 Edificou ainda a casa do bosque do Líbano, de cem
côvados de comprimento, cinqüenta de largura e trinta de altura, sobre quatro
ordens de colunas de cedros, e vigas de cedro sobre as colunas.
3 E por cima estava coberta de cedro sobre as
câmaras, que estavam sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem.
4 E havia três ordens de janelas, e uma janela
estava defronte da outra janela, em três fileiras.
5 Todas as portas e esquadrias eram quadradas; e
uma janela estava defronte da outra, em três fileiras.
6 Depois fez um pórtico de colunas, de cinqüenta
côvados de comprimento e trinta de largura; e defronte dele outro pórtico, com
suas respectivas colunas e degraus.
7 Também fez o pórtico para o trono onde julgava,
isto é, o pórtico do juízo, o qual era coberto de cedro desde o soalho até o
teto.
8 E em sua casa, em que morava, havia outro átrio
por dentro do pórtico, de obra semelhante à deste; também para a filha de
Faraó, que ele tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico.
9 Todas estas casas eram de pedras de grande preço,
cortadas sob medida, tendo as suas faces por dentro e por fora serradas à
serra; e isto desde o fundamento até as beiras do teto, e por fora até o grande
átrio.
10 Os fundamentos eram de pedras de grande preço,
pedras grandes, de dez e de oito côvados,
11 e por cima delas havia pedras de grande preço,
lavradas sob medida, e madeira de cedro.
12 O átrio grande tinha em redor três ordens de
pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o átrio
interior da casa do Senhor e o pórtico da casa.
13 O rei Salomão mandou trazer de Tiro a Hirão.
14 Era ele filho de uma viúva, da tribo de Naftali,
e fora seu pai um homem de Tiro, que trabalhava em bronze; ele era cheio de
sabedoria, de entendimento e de ciência para fazer toda sorte de obras de
bronze. Este veio ter com o rei Salomão, e executou todas as suas obras.
15 Formou as duas colunas de bronze; a altura de
cada coluna era de dezoito côvados; e um fio de doze côvados era a medida da
circunferência de cada uma das colunas;
16 também fez dois capitéis de bronze fundido para
pôr sobre o alto das colunas; de cinco côvados era a altura dum capitel, e de
cinco côvados também a altura do outro.
17 Havia redes de malha, e grinaldas entrelaçadas,
para os capitéis que estavam sobre o alto das colunas: sete para um capitel e
sete para o outro.
18 Assim fez as colunas; e havia duas fileiras de
romãs em redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre o alto
das colunas; assim fez com um e outro capitel.
19 Os capitéis que estavam sobre o alto das
colunas, no pórtico, figuravam lírios, e eram de quatro côvados.
20 Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam
também justamente em cima do bojo que estava junto à rede; e havia duzentas
romãs, em fileiras em redor, sobre um e outro capitel.
21 Depois levantou as colunas no pórtico do templo;
levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna
esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.
22 Sobre o alto das colunas estava a obra de
lírios. E assim se acabou a obra das colunas.
23 Fez também o mar de fundição; era redondo e
media dez côvados duma borda à outra, cinco côvados de altura e trinta de
circunferência.
24 Por baixo da sua borda em redor havia betões que
o cingiam, dez em cada côvado, cercando aquele mar em redor; duas eram as
fileiras destes botões, fundidas juntamente com o mar.
25 E firmava-se sobre doze bois, três dos quais
olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul e três para o
oriente; e o mar descansava sobre eles, e as partes posteriores deles estavam
para a banda de dentro.
26 A sua grossura era de três polegadas, e a borda
era como a de um copo, como flor de lírio; ele levava dois mil batos.
27 Fez também as dez bases de bronze; cada uma
tinha quatro côvados de comprimento, quatro de largura e três de altura.
28 E a estrutura das bases era esta: tinham elas
almofadas, as quais estavam entre as junturas;
29 e sobre as almofadas que estavam entre as
junturas havia leões, bois, e querubins, bem como os havia sobre as junturas em
cima; e debaixo dos leões e dos bois havia grinaldas pendentes.
30 Cada base tinha quatro rodas de bronze, e eixos
de bronze; e os seus quatro cantos tinham suportes; debaixo da pia estavam
estes suportes de fundição, tendo eles grinaldas de cada lado.
31 A sua boca, dentro da coroa, e em cima, era de
um côvado; e era redonda segundo a obra dum pedestal, de côvado e meio; e
também sobre a sua boca havia entalhes, e as suas almofadas eram quadradas, não
redondas.
32 As quatro rodas estavam debaixo das almofadas, e
os seus eixos estavam na base; e era a altura de cada roda de côvado e meio.
33 O feitio das rodas era como o de uma roda de
carro; seus eixos, suas cambas, seus raios e seus cubos, todos eram fundidos.
34 Havia quatro suportes aos quatro cantos de cada
base, os quais faziam parte da própria base.
35 No alto de cada base havia um cinto redondo, de
meio côvado de altura; também sobre o topo de cada base havia esteios e
almofadas que faziam parte dela.
36 E nas placas dos seus esteios e nas suas
almofadas lavrou querubins, leões e palmas, segundo o espaço que havia em cada
uma, com grinaldas em redor.
37 Deste modo fez as dez bases: todas com a mesma
fundição, a mesma medida e o mesmo entalhe.
38 Também fez dez pias de bronze; em cada uma
cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro côvados; e cada uma delas
estava sobre uma das dez bases.
39 E pôs cinco bases à direita da casa, e cinco à
esquerda; porém o mar pôs ao lado direito da casa para a banda do oriente, na
direção do sul.
40 Hirão fez também as caldeiras, as pás e as
bacias; assim acabou de fazer toda a obra que executou para o rei Salomão, para
a casa do Senhor,
41 a saber: as duas colunas, os globos dos capitéis
que estavam sobre o alto das colunas, e as duas redes para cobrir os dois
globos dos capitéis que estavam sobre o alto das colunas,
42 e as quatrocentas romãs para as duas redes, a
saber, duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos
capitéis que estavam em cima das colunas;
43 as dez bases, e as dez pias sobre as bases;
44 o mar, e os doze bois debaixo do mesmo;
45 as caldeiras, as pás e as bacias; todos estes
objetos que Hirão fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor, eram de bronze
polido.
46 O rei os fez fundir na planície do Jordão, num
terreno argiloso que havia entre Sucote e Zaretã.
47 E Salomão deixou de pesar esses objetos devido
ao seu excessivo número; não se averiguou o peso do bronze.
48 Também fez Salomão todos os utensílios para a
casa do Senhor: o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães
da proposição;
49 os castiçais, cinco à direita e cinco à
esquerda, diante do oráculo, de ouro puro; as flores, as lâmpadas e as tenazes,
também de ouro;
50 e as taças, as espevitadeiras, as bacias, as
colheres e os braseiros, de ouro puro; e os gonzos para as portas da casa
interior, para o lugar santíssimo, e os das portas da casa, isto é, do templo,
também de ouro.
51 Assim se acabou toda a obra que o rei Salomão
fez para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi
tinha consagrado, a saber, a prata, o ouro e os vasos; e os depositou nos
tesouros da casa do senhor.” (I Rs 7.1-51).
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