Nós
encontramos Jeremias, no capitulo 33 do seu livro, ainda preso no pátio da
guarda, por ordem do rei Zedequias, e mesmo ali, encarcerado, o Senhor
continuou lhe dando as grandes e preciosas revelações e promessas relativas à
Nova Aliança.
Então Ele encorajou o Seu profeta a não ficar
intimidado pelas circunstâncias em que se encontrava, mas que continuasse na
Sua presença, clamando a Ele, porque lhe responderia ao clamor e lhe
anunciaria, ou seja, lhe revelaria as coisas grandes e ocultas relativas ao
futuro glorioso do Seu povo, que Jeremias ainda não conhecia, e que não se
cumpririam nos seus dias de vida na terra.
Jerusalém
estava sendo invadida pelos babilônios, mas o Senhor ainda faria com os judeus,
no futuro, tudo o que está escrito a partir do verso 6, no qual afirma o
seguinte:
“Eis
que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância
de paz e de segurança.” (v. 6)
Deus
formou Israel para ser um povo santo, e Ele teria este povo santo, quando lhes
desse o Messias, porque não somente faria com que voltassem do exílio em
Babilônia, mas os edificaria, purificando-os de toda a iniquidade do seu pecado
contra ele, e perdoaria todas as suas iniquidades com que haviam pecado e
transgredido contra Ele, conforme promessa que já havia feito através do
profeta em Jer 31.27-34 (Jer 33.7, 8).
Jerusalém
serviria então, conforme a vocação que lhe fora dada por Deus, de nome de
júbilo, de louvor e de glória diante de todas as nações da terra, por verem
todo o bem e paz que o Senhor daria ao Seu povo (Jer 33.9).
Uma
demonstração desta bem-aventurança eterna, quando estivessem reunidos ao
Messias, seria o fato de trazê-los de volta de Babilônia para a sua própria
terra, na qual eles seriam alegrados novamente por Ele (v. 10 a 14).
E
depois disto, ainda lhes daria o Rei justo prometido em Jer 23.5,6, pelo qual
seria cumprida a promessa de inauguração de uma Nova Aliança com o Seu povo,
conforme reafirmou tal promessa neste 33º capítulo.
É
importante lembrar que mesmo depois da volta dos judeus de Babilônia em 537. a.
C, eles tiveram que esperar ainda 570 anos, até a morte e ressurreição de
Jesus, quando foi finalmente inaugurada a Nova Aliança prometida.
Por
isso o Senhor se referiu ao cumprimento desta promessa como sendo relativa a
dias futuros, com a expressão “Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que
cumprirei...”.
Ele
chamou a Nova Aliança em Cristo, como sendo o cumprimento da boa promessa que
havia dado a Israel e a Judá (v. 14). É boa palavra porque se refere à boa
nova, ao evangelho, que é o Seu poder para salvar os que creem.
O
enfoque da promessa da Nova Aliança não está no povo, mas no Renovo de justiça,
que brotaria a Davi e que executaria juízo e justiça na terra, porque é a Ele
que o Pai tem dado o poder de julgar tanto a vivos quanto mortos, como também
de justificar os pecadores que se arrependem e que nEle creem.
É por
isso que o povo que se acha debaixo do governo deste Rei justo será chamado
pelo nome: O SENHOR É NOSSA JUSTIÇA. Porque é por causa da Sua justiça em nós
que temos salvação e segurança eternas (v. 15,16), a saber a Sua justiça eterna
e perfeita com a qual somos justificados.
É nele
que se cumpriria a promessa feita por Deus a Davi no passado de que não lhe
faltaria varão que se assentasse sobre o trono da casa de Israel, e que seria
da sua descendência.
Este
varão que nunca faltará a Davi, assentado em Seu trono, é Cristo (v. 17).
A
segurança deste pacto firmado com Davi é eterna, do mesmo modo que ninguém pode
fazer com que deixe de existir dia e noite (v. 20 a 26).
“1 E
veio a palavra do Senhor a Jeremias, segunda vez, estando ele ainda encarcerado
no pátio da guarda, dizendo:
2 Assim
diz o Senhor que faz isto, o Senhor que forma isto, para o estabelecer; o
Senhor é o seu nome.
3 Clama
a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não
sabes.
4 Pois
assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das casas desta cidade, e acerca
das casas dos reis de Judá, que foram demolidas para fazer delas uma defesa
contra os valados e contra a espada;
5
entrementes os caldeus estão entrando a pelejar para os encher de cadáveres de
homens que ferirei na minha ira e no meu furor; porquanto escondi o meu rosto
desta cidade, por causa de toda a sua maldade.
6 Eis
que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância
de paz e de segurança.
7 E
farei voltar do cativeiro os exilados de Judá e de Israel, e os edificarei como
ao princípio.
8 E os
purificarei de toda a iniquidade do seu pecado contra mim; e perdoarei todas as
suas iniquidades, com que pecaram e transgrediram contra mim.
9 E
esta cidade me servirá de nome de júbilo, de louvor e de glória, diante de
todas as nações da terra que ouvirem de todo o bem que eu lhe faço; e
espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem, e por causa de toda a
paz que eu lhe dou.
10
Assim diz o Senhor: Neste lugar do qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens
nem animais, sim, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, que estão
assoladas, sem homens, sem moradores e sem animais, ainda se ouvirá
11 a
voz de júbilo e a voz de alegria, a voz de noivo e a voz de noiva, e a voz dos
que dizem: Dai graças ao Senhor dos exércitos, porque bom é o Senhor, porque a
sua benignidade dura para sempre; também se ouvirá a voz dos que trazem à casa
do Senhor sacrifícios de ação de graças. Pois farei voltar a esta terra os seus
exilados como no princípio, diz o Senhor.
12
Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda neste lugar, que está deserto, sem
homens, e sem animais, e em todas as suas cidades, haverá uma morada de
pastores que façam repousar aos seus rebanhos.
13 Nas
cidades da região montanhosa, nas cidades das planícies, e nas cidades do sul,
e na terra de Benjamim, e nos contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá,
ainda passarão os rebanhos pelas mãos dos contadores, diz o Senhor.
14 Eis
que vêm os dias, diz o Senhor, em que cumprirei a boa palavra que falei acerca
da casa de Israel e acerca da casa de Judá.
15
Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi um Renovo de justiça; ele
executará juízo e justiça na terra.
16
Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará em segurança; e este é o
nome que lhe chamarão: O SENHOR É NOSSA JUSTIÇA.
17 Pois
assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da
casa de Israel;
18 nem
aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim para oferecer holocaustos,
e queimar ofertas de cereais e oferecer sacrifícios continuamente.
19 E
veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
20
Assim diz o Senhor: se puderdes invalidar o meu pacto com o dia, e o meu pacto
com a noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu tempo,
21
também se poderá invalidar o meu pacto com Davi, meu servo, para que não tenha
filho que reine no seu trono; como também o pacto com os sacerdotes levíticos,
meus ministros.
22
Assim como não se pode contar o exército dos céus, nem medir-se a areia do mar,
assim multiplicarei a descendência de Davi, meu servo, e os levitas, que
ministram diante de mim.
23 E
veio ainda a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
24
Acaso não observaste o que este povo está dizendo: As duas famílias que o
Senhor escolheu, agora as rejeitou? Assim desprezam o meu povo, como se não
fora um povo diante deles.
25
Assim diz o Senhor: Se o meu pacto com o dia e com a noite não permanecer, e se
eu não tiver determinado as ordenanças dos céus e da terra,
26
também rejeitarei a descendência de Jacó, e de Davi, meu servo, de modo que não
tome da sua descendência os que dominem sobre a descendência de Abraão, Isaque,
e Jacó; pois eu os farei voltar do seu cativeiro, e apiedar-me-ei deles.”
(Jeremias 33.1-26)
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