O pai
de Jeremias era sacerdote, e como este era um cargo vitalício passado de pai
para filho, na descendência de Arão, então Jeremias também estava sendo
preparado para o sacerdócio quando lhe veio a palavra do Senhor, dando-lhe como
profeta às nações.
O
próprio nome Jeremias era um nome profético, porque significa “chamado pelo
Senhor” ou “a quem o Senhor designou”, ou ainda “levantado pelo Senhor”, tal
como foi profetizado acerca de Jesus como o Profeta que seria levantado do meio
de Israel (Dt 18.15,18).
Ninguém
se faz profeta, pastor, evangelista, missionário, a não ser por um chamado, por
uma designação, por um levantamento realizados pelo Senhor.
E o
profeta, pastor, evangelista ou missionário receberá também mensagens da parte
do Senhor para que sejam pregadas e ensinadas às pessoas às quais forem
enviados por Ele. Tal como sucedeu com Jeremias, como se afirma no verso 9:
“Então
estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho
as minhas palavras na tua boca.”
Estas
palavras que foram colocadas na boca de Jeremias, seriam as revelações que lhes
seriam dadas da parte de Deus, especialmente os juízos contra o pecado de Judá
e das nações.
O
motivo desta chamada e desta ação divina em relação a Jeremias, foi também
declarado pelo Senhor ao profeta, quando lhe disse que velava sobre a Sua
Palavra para a cumprir.
O
Senhor havia afirmado na Lei de Moisés que traria juízos sobre Israel e sobre
as nações, no período da dispensação da Antiga Aliança, caso andassem desviados
dos Seus caminhos, e agora, tal como a vara de amendoeira era uma planta
temporã, que florescia sem falta, antes das demais árvores, o juízo do Senhor
também estava amadurecido e seria cumprido tal como Ele havia prometido.
E este juízo contra Judá viria como um vapor
fervente que sai de uma panela e que vinha desde a direção do Norte, porque
seria de lá, de Babilônia, que viria a ruína de Judá, porque seriam levados
para o cativeiro pelos babilônios e teriam suas cidades e o templo destruídos
por eles.
Jeremias conhecia a Palavra do Senhor, porque
vivia numa cidade de sacerdotes (Anatote), e bem conhecia as ameaças de juízos
da Lei contra a infidelidade de Israel, mas não contava que fosse exatamente
ele um dos instrumentos chamados pelo Senhor para protestar diretamente contra
as nações o cumprimento de todas aquelas ameaças previstas na Lei, e se sentiu
pequeno demais para a grandeza e
importância da tarefa que teria que realizar.
Jeremias
começou o seu ministério no décimo segundo ano do reinado de Josias, o qual
começou a reinar cerca de 638 a. C., quando era ainda menino, com apenas oito
anos de idade, tendo reinado durante 31 anos.
Então,
Jeremias começou seu ministério por volta de 626 a. C., ou seja, treze anos
após Josias ter começado a reinar.
Como
seu ministério se estendeu até Judá ter sido levado para o cativeiro em 586 a.
C. e se prolongando ainda por um pequeno tempo depois disto, então temos um
tempo superior a 40 anos para a sua duração total.
Foi
somente no décimo oitavo ano do seu reinado que o rei Josias começou a
empreender suas reformas religiosas em Judá, depois de ter sido achado o
original do livro da Lei no templo (II Reis 22.3, 10).
Nesta
ocasião, Jeremias se encontrava no sexto ano do seu ministério, mas ainda não
tinha sido feito notório ao rei, porque em vez de mandar consultá-lo acerca das
ameaças contidas no livro da Lei, o rei mandou que fosse consultada a profetiza
Hulda (II Reis 22.13,14).
Nesta altura do nosso comentário nós lembramos das
palavras proferidas pelo profeta Samuel ao rei Saul, quando este desobedecendo à
ordem do Senhor poupou o rei Agague dos amalequitas, e os animais do seu
rebanho sob o pretexto de que pretendia oferecê-los como sacrifício a Deus:
“Tem porventura o Senhor tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua Palavra?” (I Sm 15.22
a).
Realmente este é o único modo de se servir e
agradar ao Senhor, a saber, honrar e cumprir a Sua Palavra.
E foi isto que o rei Josias se dispôs a fazer
quando o livro da lei foi achado no templo pelo sacerdote Hilquias.
Por que havia tantos altares espalhados em todas as
nações, como também em Israel e Judá?
Por que eram oferecidos tantos sacrifícios e tanto
incenso era queimado nestes altares?
Não era porque eles queriam alcançar o favor dos
seus deuses?
Sim, não há dúvida. Eram dias de muitas guerras,
muitas enfermidades e poucos recursos médicos, e não eram raras as mortes por
simples infecções.
Então tudo isto chamava a necessidade da proteção
de um ser superior, de uma divindade à qual se pudesse recorrer, não somente na
hora da necessidade, mas em todo o tempo para se prevenir do mal.
Mas por que os israelitas faziam isto sabendo que o
Senhor o havia proibido expressamente na Lei de Moisés e mostrava o Seu
desagrado pelas palavras dos profetas e de todos os juízos que trazia sobre
eles?
Simplesmente porque lhes era mais cômodo seguir os
costumes das nações pagãs e continuarem fazendo a própria vontade pecaminosa e
supersticiosa deles do que se submeterem aos mandamentos e à vontade do Senhor.
Este é basicamente o problema com a maioria da
humanidade até os dias de hoje, porque não consegue entender que não é possível
ter as bênçãos de Deus e agradar-Lhe quando não se vive para obedecer a Sua
Palavra, tal como o profeta Samuel havia dito ao rei Saul.
Nós podemos assim entender porque não há qualquer
eficácia diante do Senhor no simples fato de alguém entrar num templo e se
submeter aos ritos religiosos que ali se praticam, quando não se tem este
caminhar na Sua presença, por um desejo de se cumprir os Seus mandamentos,
sabendo que não é o mero rito religioso que lhe agrada, senão a verdadeira
obediência da Sua Palavra.
E isto não mudou na dispensação da graça, porque tanto
no Antigo, quanto no Novo Testamento, se aprende sobre a vontade imutável de um
Deus imutável quanto à obediência que é devida à Sua Palavra.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras
e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa
sobre a rocha.” (Mt 7.24).
“E assim por causa da vossa tradição invalidastes a
palavra de Deus.”Mt 15.6).
“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras
não passarão.” (Mc 13.31).
“Ele, porém,
lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e
a observam.” (Lc 8.21).
“Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que
ouvem a palavra de Deus, e a observam.” (Lc 11.28).
“Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se
vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos;” (Jo
8.31).
“Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso
vós não as ouvis, porque não sois de Deus.” (Jo 8.47).
“Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras,
já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último
dia.” (Jo 12.48).
“Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a
minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada.” (Jo
14.23).
“Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras
permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito.” (Jo 15.7).
“Santifica-os na verdade, a tua palavra é a
verdade.” (Jo 17.17).
“E sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg
1.22).
“mas qualquer que guarda a sua palavra, nele
realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei,
e me manifestarei a ele.” (Jo 14.21).
Quando lemos todos estes textos bíblicos sacados do
Novo Testamento sobre a necessidade de se guardar a Palavra de Deus, é que nós
podemos entender melhor de que espírito estava imbuído o rei Josias.
Ele queria agradar ao Senhor completamente, e
percebeu que havia somente um modo de fazê-lo: por uma estrita obediência aos
Seus mandamentos.
Por um desejo intenso de guardá-los em todas as
suas minúcias, sabendo que eles expressam a vontade do Deus Altíssimo para
todos os Seus filhos.
Não faz justiça à piedade de Josias pensar que ele
se dispôs a guardar a Palavra de Deus somente porque temeu os juízos que
estavam proferidos na Lei de Moisés sobre o pecado que Deus traria sobre os
judeus, por terem transgredido os Seus mandamentos, e em razão das ameaças dos
castigos previstos na Lei.
Obviamente que tais juízos encheram de temor o Seu
coração mas foi por um genuíno amor à vontade do Senhor revelada na Sua Palavra
que ele se dispôs completamente a praticá-la.
Por que então teria o Senhor determinado o
cativeiro de Judá, mesmo nos dias em que Josias empreendia suas reformas
religiosas, e de estar se agradando tanto da vida deste rei piedoso?
Nós achamos a resposta para esta pergunta em II
Reis 23, no qual podemos ver quantas abominações havia em Judá quando o rei
Josias começou a destruí-las; e ao mesmo tempo, o quanto os judeus estavam
negligenciando as ordenanças da Lei de Moisés, como por exemplo o terem deixado
de celebrar a páscoa; da qual se diz no verso 22, que não vinha sendo celebrada
desde os dias dos Juízes.
O fato de Deus ter suportado por tanto tempo as
transgressões da sua Lei pelos israelitas, a par dos juízos que trouxe sobre
eles por causa destas transgressões, demonstra quão grandes são realmente a Sua
misericórdia e longanimidade, pois não estamos falando de dias, mas de séculos,
porque desde Moisés até Josias, nós temos cerca de 800 anos.
E deve ser considerado que a par de que eles seriam
levados para o cativeiro, e até mesmo de terem ficado sem profetas durante os
400 anos do período interbíblico, e ainda, depois de terem sido espalhados pelo
mundo após 70 d. C., Deus não havia rejeitado definitivamente os judeus,
conforme é afirmado pelo apóstolo Paulo no 11º capítulo da epístola aos Romanos
(v. 1 a 6); e nos versículos 11 e 12 deste mesmo capítulo, ele expõe que o
motivo de os israelitas terem tropeçado já havia sido previsto por Deus de
maneira a poder se voltar também para os gentios, mas não deixando a Israel de
lado, porque foi este povo que Ele havia plantado para trazer através dele a
salvação a todo o mundo.
Como poderia então o Senhor rejeitar
definitivamente a quem havia formado e elegido para tão grande vocação de ser
bênção para o mundo?
E sem qualquer outra consideração somente o fato de
termos recebido através deles as Escrituras já justifica a importância desta
nação para Deus.
Por isso, a salvação em Cristo sempre permanecerá
aberta para eles, e até mesmo com prioridade, conforme o próprio Deus
estabeleceu no princípio da pregação do evangelho, porque o mundo tem uma
dívida para com os judeus, e não admira portanto que esta porta para a salvação
esteja aberta para eles para serem enxertados de novo na oliveira santa e na
videira verdadeira que é o Senhor Jesus (Rom 11.23), da qual, na verdade, eles
nunca teriam sido cortados se permanecessem na fidelidade que é devida ao
Senhor.
Então nós só podemos entender que o brasume da Sua
ira demonstrado contra os judeus nos dias de Josias, mesmo em meio às reformas
que aquele rei estava empreendendo tinha a ver com a visitação dos pecados
deles para serem purificados da sua idolatria, como efetivamente foram depois
de terem sido levados cativos para Babilônia, porque os que retornaram de
Babilônia para Jerusalém 70 anos depois do cativeiro, podem ser chamados de
fato de judeus novos, porque demonstravam agora um grande apreço pela Palavra
do Senhor e haviam sido curados definitivamente do pecado da idolatria, que era
tão comum nos dias dos Juízes e dos Reis de Israel.
De sorte que a afirmação que se lê nos versos 26 e
27 de II Reis 23, que o Senhor, apesar de toda a fidelidade de Josias, não se
demoveu do ardor da Sua grande ira, com que ardia contra Judá, e que o levara a
decidir por expulsá-los da terra, tanto como fizera ao reino de Israel, não
significava que não estivesse se agradando das coisas que Josias e muitos do
povo estavam fazendo para obedecer a Sua Palavra, mas que não seria isto que
suspenderia os juízos previstos na Lei, quanto a serem expulsos da terra,
porque na Sua presciência o Senhor sabia que sempre continuariam idolatrando, e
somente seriam convencidos de que foi a idolatria deles a causa do Seu
desagrado e juízos, quando fossem
conduzidos para o cativeiro, onde
aprenderiam definitivamente que é uma vida reta com Deus que livra do
mal, e não altares, templos etc, porque Ele permitiria que o próprio templo de
Jerusalém fosse totalmente destruído e saqueado pelos babilônios.
E foi por isso que antes de fazê-lo Ele lhos
anunciou pelos profetas, dizendo que não somente rejeitaria ao Seu povo como ao
Seu próprio templo que ele mandara edificar nos dias de Salomão, e para este
propósito Jeremias havia sido também levantado por Deus.
Ele havia sido separado (santificado – v. 5) por
Deus para o ofício profético desde antes de ter sido formado no ventre, ou
seja, desde antes da fundação do mundo, conforme Seu conselho eterno.
A incapacidade que Jeremias sentiu para o exercício
da função para a qual estava sendo designado, confirmava que de fato aquele era
um trabalho para ser feito pelo próprio poder de Deus através dele, de maneira
que ao dizer que não sabia falar porque era um menino (v. 6), não foi duramente
repreendido pelo Senhor, mas apenas advertido para que não dissesse que era um
menino, porque deveria ir a todos aos quais fosse enviado por Ele, e lhes dizer
tudo quanto Lhe ordenasse para ser dito (v. 7), e que não deveria temer a face
do homem, porque seria com ele para livrá-lo deles (v. 8).
Jeremias foi capacitado e ungido por Deus para o
ministério, quando o Senhor estendeu a Sua mão e lhe tocou a boca dizendo que
estava colocando as Suas palavras na sua boca (v. 9).
E lhe instruiu quanto à autoridade que lhe estava
conferindo para arrancar e derrubar nações, porque seria por Sua boca, que o
Senhor profetizaria sobre a queda de Judá, de Babilônia e de outros reinos, bem
como acerca daqueles que passariam a exercer domínio na terra.
E não somente isto, ele também receberia autoridade
para profetizar o que seria destruído e arruinado nas nações, como consequência
dos juízos de Deus, bem como proferiria promessas consoladoras quanto ao que
haveria de ser restaurado e plantado pelo Senhor no futuro, especialmente a
restauração de Judá, depois de cumpridos os setenta anos determinados para o
seu cativeiro, conforme foi revelado a Jeremias (v. 10).
Não foi
um ancião que Deus chamou para protestar contra o pecado das nações, e
especialmente de Judá, mas um jovem, porque os últimos quarenta anos de
existência do reino de Judá, antes do cativeiro, deveriam ser acompanhados pelo
profeta. Ele envelheceria durante a realização do seu ministério sendo um sinal
de Deus que o juízo seria amadurecido também até o ponto de ser cumprido sobre
toda a nação pecadora.
Jeremias
não deveria portanto temer ser menosprezado por sua juventude porque o poder do
Senhor seria com ele, revelando a Judá que jovens tais como Jeremias e o
próprio rei Josias, podiam e deviam viver uma vida consagrada a Ele, coisa que
estava sendo rejeitada pela grande maioria dos judeus, quando isto era um dever
de todos eles, na condição de povo da aliança.
De tal
maneira Jeremias foi fiel no cumprimento da missão de falar as palavras que
Deus colocasse em sua boca, que tudo o que recebera da parte dEle se encontra
registrado na Bíblia como Escritura eterna.
A
Palavra de Deus continuava sendo produzida nesta época, e seria fechada no
Antigo Testamento somente com o profeta Malaquias.
É
importante trazer isto em lembrança, para sabermos que o caráter da chamada de
Jeremias era algo diferente da chamada comum de pastores e outros ministros do
evangelho, porque somente a eles (profetas) e aos apóstolos de Cristo, foi dada
a honra de receberem as revelações de Deus que são imutáveis, e que foram
registradas por escrito para a instrução do Seu povo na verdade, vindo a ser
reconhecidas como a Sua Palavra autorizada e canônica, para todas as gerações,
Palavra esta que temos a incumbência de pregar, ensinar e defender, porque é
questão fechada que a ninguém mais Deus estará revelando qualquer nova verdade
que já não se encontre registrada na Bíblia.
Uma vez
comissionado o profeta, Deus lhe deu instruções quanto ao posicionamento que
deveria ter dali por diante.
Ele
deveria ser achado cingido e firmemente de pé, para lhes dizer tudo quanto lhe
ordenasse, e que não ficasse espantado diante deles, porque senão ele próprio
seria espantado por Deus diante deles, ou seja, não Lhe daria a graça e
autoridade necessárias para o desempenho da sua função, de maneira que viria
então a ser menosprezado e envergonhado diante daqueles contra os quais
pronunciaria os juízos de Deus (v. 17).
Todavia,
não deveria temer porque o Senhor havia feito dele uma cidade fortificada com
colunas de ferro e muros de bronze, capaz de suportar os ataques que lhes
viessem de todas as partes da terra, e especialmente dos reis de Judá, seus
príncipes, sacerdotes, bem como de todo o povo, que não andasse debaixo do
temor do Senhor e que se voltasse contra Jeremias com fúria, para pelejar
contra ele.
Contudo
o Senhor lhe fez a promessa que eles lutariam contra ele e o perseguiriam mas
não poderiam prevalecer, porque o Senhor estaria com ele para livrá-lo (v. 19).
O mesmo
que Deus fez com Jeremias fez com Paulo, e com todos os servos que tem chamado
para pregarem o evangelho e protestarem contra os pecados dos homens e das
nações, para que se arrependam e se convertam a Jesus Cristo.
“Palavras
de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na
terra de Benjamim;
2 ao
qual veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
no décimo terceiro ano do seu reinado;
3 e lhe
veio também nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, até o fim do
ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi
levada em cativeiro no quinto mês.
4 Ora
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
5 Antes
que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te
santifiquei; e às nações te dei por profeta.
6 Então
disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino.
7 Mas o
Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te
enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás.
8 Não
temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar, diz o Senhor.
9 Então
estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho
as minhas palavras na tua boca.
10
Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e
derribares, para destruíres e arruinares; e também para edificares e plantares.
11 E
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? Eu respondi:
Vejo uma vara de amendoeira.
12
Então me disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a
cumprir.
13 Veio
a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo: Que é que vês? E eu disse: Vejo
uma panela a ferver, que se apresenta da banda do norte.
14 Ao
que me disse o Senhor: Do norte se estenderá o mal sobre todos os habitantes da
terra.
15 Pois
estou convocando todas as famílias dos reinos do norte, diz o Senhor; e, vindo,
porá cada um o seu trono à entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os
seus muros em redor e contra todas as cidades de Judá.
16 E
pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois
me deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras
das suas mãos.
17 Tu,
pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te
ordenar; não te espantes diante deles, para que eu não te infunda espanto
diante deles.
18 Eis
que hoje te ponho como cidade fortificada, e como coluna de ferro e muros de
bronze contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes,
contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra.
19 E
eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o
Senhor, para te livrar.”. (Jeremias 1.1-19)
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