Como os
judeus haviam sido exortados pela profecia de Ageu, que lhes fora dada por meio
do governador Zorobabel, e do sumo-sacerdote Josué (Ageu 1.1), no primeiro dia
do sexto mês, e se dispuseram a tomarem as medidas necessárias para a
reconstrução do templo no vigésimo quarto dia do referido mês (1.15), então,
nesta segunda exortação do profeta Ageu, constante deste segundo capítulo, o
Senhor ordenou ao profeta, que não falasse agora, somente a Zorobabel e a Josué, como também a
todo o povo, no vigésimo primeiro dia do segundo mês (2.1-9), ou seja cerca de
quase um mês depois de lhes ter falado pela primeira vez através de Ageu.
E
voltaria a lhes falar através do profeta em duas outras ocasiões (2.10-19 e 2.20-23),
no mesmo vigésimo quarto dia do nono mês; ou seja, cerca de dois meses depois
de lhes ter falado o que lemos em 2.1-9.
O povo
estava então trabalhando na reconstrução do templo cerca de um mês quando o
Senhor lhes animou a prosseguirem na obra, com palavras encorajadoras, dizendo
que apesar de estarem julgando que o
templo, que estavam construindo, em nada tinha da glória do templo anterior,
que havia sido destruído, e que fora erigido por Salomão, teria uma glória maior
do que a do primeiro.
Certamente,
Deus não estava falando em termos de glória terrena, porque para Ele por maior
que seja a glória da carne, ela é passageira como a flor da erva.
Então
não é neste tipo de glória mundana que se encontra concentrada a Sua atenção,
mas na glória espiritual.
Os
serviços de culto que seriam realizados no templo que eles estavam construindo,
ajudaria na manutenção da devoção dos judeus ao Senhor, até que o Messias se
manifestasse a eles.
Por
isso é dito no verso 4 que todos deveriam se esforçar, principalmente os
líderes, e trabalharem, porque o Senhor era com eles.
Ele
seria fiel ao pacto que havia feito com os israelitas, desde que haviam saído
do Egito, e não deveriam portanto, temer, porque o Espírito Santo habitava em
seu meio (v. 5).
Sem a
presença do Espírito Santo é impossível trabalhar para Deus, porque toda obra
do Senhor é dirigida e realizada pelo próprio Espírito, pela instrumentalidade
dos Seus servos.
O povo
de Judá estava trabalhando cerca de três meses na obra de reconstrução do
templo quando lhes veio de novo a Palavra do Senhor, no vigésimo quarto dia do
nono mês, porque apesar de todo o seu empenho na obra que estavam fazendo, alguns não estavam dando a devida
consideração, que todo trabalho que é feito para Deus exige que estejamos com
nossas vidas santificadas.
Porque,
caso contrário, todo o nosso trabalho será considerado como imundo por Ele, ou
seja, inaceitável.
Daí o
arrazoamento que o profeta Ageu fez primeiramente com os sacerdotes, quanto às
exigências da lei, para a apresentação de ofertas no templo, as quais, não
poderiam ser apresentadas por pessoas que estivessem impuras, por se
encontrarem em algumas das situações descritas na lei cerimonial, quanto à
condição de ser considerado imundo perante o Senhor, como por exemplo, o
contato da carne ofertada no templo, daqueles sacrifícios que era permitido que
fossem consumidos em casa, no máximo até três dias, e que não podiam ter
contato com outros alimentos comuns, isto é, que não haviam sido consagrados a
Deus no templo, na presença do sacerdote (v. 10).
E
também o caso de alguém que tivesse tido contato com o corpo de uma pessoa
morta, e que viesse a tocar em alguma coisa consagrada, e que a tornaria imunda
(v. 13).
Depois
deste arrazoamento veio a afirmação do Senhor de que toda a obra das mãos dos
que trabalhavam na reconstrução do templo, e tudo o que estava sendo oferecido,
era imundo (v. 14), porque não estavam dando a devida atenção às exigências da
Lei de Moisés.
No caso
da Igreja de Cristo, em que não há mais distinção entre coisas puras e imundas,
segundo a Lei cerimonial, no entanto, aquilo que a Lei ensinava em figura, é
que não se pode ter a aprovação e aceitação de Deus, nas obras que fazemos para
Ele e na Sua casa, quando vivemos na impureza.
Os judeus,
foram portanto, convocados a se lembrarem uma vez mais, da condição de
insucesso em que estavam vivendo antes de prosseguirem lançando mãos à obra de
reconstrução; e do quanto estavam cuidando apenas dos seus próprios interesses
(v. 15 a 17).
Eles se
dispuseram a trabalhar, e isto era louvável, mas não se podia louvar o fato de
não estarem dando a devida atenção às exigências da Palavra do Senhor; porque a
obra de Deus deve ser realizada em conformidade com as condições que Ele
estabeleceu em Sua Palavra.
Se eles
levassem em consideração esta exortação, e se aplicassem a agirem do modo
correto, o Senhor prometeu que lhes abençoaria desde aquele dia em que lhes
dirigiu tal palavra, a saber, no vigésimo quarto dia do nono mês (v. 19).
Então,
trabalhar para Deus traz bênçãos para nossas próprias vidas, somente quando o
fazemos estando santificados.
Ainda
naquele mesmo vigésimo quarto dia, do nono mês, o Senhor voltou a falar, como
vemos nos versos 20 a 23, especificamente a Zorobabel, governador de Judá, para
lhe dizer que Ele abalaria os céus e a terra, e derrubaria o trono dos reinos,
e destruiria a força dos reinos das nações; mas, naquele dia distante, ainda
por vir, o Senhor prometeu a Zorobabel, seu servo, que o tomaria e faria dele
um anel de selar, porque lhe havia escolhido (v. 23).
Os
decretos de um rei eram firmados e reconhecidos e obedecidos por todos, por
causa da marca do seu anel de selar que era fixado nos documentos que continham
as suas determinações.
O
Senhor disse a Zorobabel, que a Sua autoridade seria reconhecida por outros,
por meio da vida do próprio Zorobabel.
Babilônia
havia sido subvertida, a Pérsia e a Média também viriam a ser subvertidas, e
todos os impérios que se levantassem depois deles na terra, mas os eleitos do Senhor,
como Zorobabel, serão o Seu anel de selar na terra, ou seja, reinarão
juntamente com Cristo, depois da Sua segunda vinda, e regerão sobre as nações
da terra, na autoridade do Senhor.
Então,
esta profecia dirigida a Zorobabel, tinha o propósito de encorajá-lo a fazer a
obra do Senhor, não pensando propriamente na recompensa presente que teria pelo
seu trabalho, mas na recompensa eterna e futura, que está reservada para todos
os que servem fielmente a Deus; e é contemplando esta recompensa futura que devem
se empenhar em tudo o que fizerem para Ele enquanto estiverem aqui na
terra.
“1 No
segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a
palavra do Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
2 Fala
agora ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote
Josué, filho de Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo:
3 Quem
há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em
que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?
4 Ora,
pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué,
filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e
trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
5
segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito
habita no meio de vós; não temais.
6 Pois
assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma vez, daqui a pouco, e abalarei os
céus e a terra, o mar e a terra seca.
7
Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de todas as nações virão, e
encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos.
8 Minha
é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos.
9 A
glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos
exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.
10 Ao
vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do
Senhor ao profeta Ageu, dizendo:
11
Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei,
dizendo:
12 Se alguém
levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no
guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará
este santificado? E os sacerdotes responderam: Não.
13
Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo
morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes
responderam: Ficará imunda.
14 Ao
que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de
mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem
imundo é.
15
Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra
sobre pedra no templo do Senhor,
16
quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez;
quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.
17
Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das
vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.
18
Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo
quarto dia do mês nono, desde o dia em que se lançaram os alicerces do templo
do Senhor, sim, considerai essas coisas.
19 Está
ainda semente no celeiro? A videira, a figueira, a romeira, e a oliveira ainda
não dão os seus frutos? Desde este dia hei de vos abençoar.
20 Veio
pela segunda vez a palavra do Senhor a Ageu, aos vinte e quatro do mês,
dizendo:
21 Fala
a Zorobabel, governador de Judá, dizendo: Abalarei os céus e a terra;
22 e
derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações;
destruirei o carro e os que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão,
cada um pela espada do seu irmão.
23
Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu,
filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te
escolhi, diz o Senhor dos exércitos.”
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