Este
título não é para incentivar a desconfiança entre as pessoas, e nem sequer para
proferir maldição a quem quer que seja.
Nós
veremos o significado correto desta expressão, no contexto em que foi proferida
por Deus em Jeremias 17.5.
Nós
aprendemos do décimo sétimo capítulo de Jeremias, que nada agrada mais ao
Senhor do que se guardar a Sua Palavra. Ela deve ser o referencial da vida,
tanto de grandes quanto de pequenos, tanto de ricos quanto de pobres.
A
exigência feita aos reis e príncipes de Judá para que não comerciassem no dia
de sábado, como se vê no final deste 17º capitulo, é apenas um exemplo
destacado pelo Senhor quanto ao respeito e obediência que os judeus deveriam
ter pelos Seus mandamentos, porque a guarda do sábado era uma das principais
exigências no Antigo Testamento.
Quantos
líderes, em muitas igrejas espalhadas em toda a face da terra, dirigem suas
vida e o povo debaixo do cuidado deles, pelos seus próprios critérios e não
pelos previstos na Palavra de Deus?
Eles
costumam afirmar que obedecem a Palavra, mas na prática o que ocorre é algo
muito diferente disto, e esta é a razão de não se ver a presença do Senhor
entre eles.
O povo
de Israel havia dado ouvido aos falsos profetas, e não deram crédito à Lei do
Senhor e nem aos profetas que lhes anunciavam os juízos da Lei contra o pecado.
Assim,
permaneciam debaixo da maldição da Lei, que afirmava ser maldito todo aquele
que não guardasse os seus mandamentos.
Daí o
“maldito o homem que confia no homem”.
Os
judeus estavam confiando na força do Egito, e das demais nações com as quais
pensavam em se coligar para tentar deter o poder de Babilônia.
Era
isto que os falsos profetas lhes aconselhavam, para que não tivessem que se
arrepender de suas más obras, e ao mesmo tempo se livrarem da opressão da nação
inimiga.
Por
isso o Senhor declara no verso 5 deste 17º capítulo de Jeremias:
“Assim
diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço,
e aparta o seu coração do Senhor!”
E nos
versos 7 e 8:
“7 Bendito
o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. 8 Porque é como a
árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e
não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão
não se afadiga, nem deixa de dar fruto.”
E o
motivo disto, como temos fartamente comentado é o que Ele afirma no verso 9:
“Enganoso
é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?”
Ora, se
o coração humano é enganoso e perverso, em razão de possuirmos uma natureza
decaída no pecado, que está naturalmente indisposta contra a vontade de Deus,
então não será nele que acharemos as respostas de vida eterna e abençoada.
Não
será consultando e sendo guiado pelo sentimento do coração que toparemos com a
verdade relativa à nossa condição e necessidade.
Então
devemos confiar no Senhor e buscando direção nEle e na Sua Palavra, porque Ele
afirma no verso 10:
“Eu, o
Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um
segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.”
Devemos
ter a mesma humildade do profeta, que apesar de estar na plenitude do exercício
de um ministério com a marca da chamada de Deus, reconhecia que necessitava do
Senhor para tudo, até mesmo para andar nos Seus caminhos, e não se desviar
deles, e ser curado e livrado (v. 14).
Somente
o Senhor é a fonte de águas vivas (v. 13) então não será nenhum homem que
poderá saciar a nossa sede de justiça.
Jeremias
não havia pedido ao Senhor que trouxesse qualquer mal sobre os judeus, mas eles
estavam atribuindo a ele todo o mal que lhes estava sucedendo, e consideravam
como suas próprias maldições todos os juízos que estava proferindo contra o
pecado deles.
Todavia,
ele lhes falara da parte do Senhor, com temor e tremor, de maneira que lhe
pediu que fosse o Seu refúgio no dia da calamidade como vinha sendo até então,
e que não fosse achado tal como eles, digno de estar sob o espanto das ameaças
de Deus.
“1 O
pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro; com ponta de diamante
está gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares;
2
enquanto seus filhos se lembram dos seus altares, e dos seus aserins, junto às
árvores frondosas, sobre os altos outeiros,
3 nas
montanhas no campo aberto, a tua riqueza e todos os teus tesouros dá-los-ei
como despojo por causa do pecado, em todos os teus termos.
4 Assim
tu, por ti mesmo, te privarás da tua herança que te dei; e far-te-ei servir os
teus inimigos, na terra que não conheces; porque acendeste um fogo na minha
ira, o qual arderá para sempre.
5 Assim
diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço,
e aparta o seu coração do Senhor!
6 Pois
é como o junípero no deserto, e não verá vir bem algum; antes morará nos
lugares secos do deserto, em terra salgada e inabitada.
7
Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.
8
Porque é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para
o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no
ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.
9
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá
conhecer?
10 Eu,
o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um
segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.
11 Como
a perdiz que ajunta pintainhos que não são do seu ninho, assim é aquele que
ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu
fim se mostrará insensato.
12 Um
trono glorioso, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário.
13 Ó
Senhor, esperança de Israel, todos aqueles que te abandonarem serão
envergonhados. Os que se apartam de ti serão escritos sobre a terra; porque
abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas.
14
Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; pois tu és o meu
louvor.
15 Eis
que eles me dizem: Onde está a palavra do Senhor? venha agora.
16
Quanto a mim, não instei contigo para enviares sobre eles o mal, nem tampouco
desejei o dia calamitoso; tu o sabes; o que saiu dos meus lábios estava diante
de tua face.
17 Não
me sejas por espanto; meu refúgio és tu no dia da calamidade.
18
Envergonhem-se os que me perseguem, mas não me envergonhe eu; assombrem-se eles,
mas não me assombre eu; traze sobre eles o dia da calamidade, e destrói-os com
dobrada destruição.
19
Assim me disse o Senhor: Vai, e põe-te na porta de Benjamim, pela qual entram
os reis de Judá, e pela qual saem, como também em todas as portas de Jerusalém.
20 E
dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá e todo o Judá, e todos
os moradores de Jerusalém, que entrais por estas portas;
21
assim diz o Senhor: Guardai-vos a vós mesmos, e não tragais cargas no dia de
sábado, nem as introduzais pelas portas de Jerusalém;
22 nem
tireis cargas de vossas casas no dia de sábado, nem façais trabalho algum;
antes santificai o dia de sábado, como eu ordenei a vossos pais.
23 Mas
eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes endureceram a sua
cerviz, para não ouvirem, e para não receberem instrução.
24 Mas
se vós diligentemente me ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas
portas desta cidade no dia de sábado, e santificardes o dia de sábado, não
fazendo nele trabalho algum,
25 então
entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, que se assentem sobre o
trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes,
os homens de Judá, e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre
habitada.
26 E
virão das cidades de Judá, e dos arredores de Jerusalém, e da terra de
Benjamim, e da planície, e da região montanhosa, e do e sul, trazendo à casa do
Senhor holocaustos, e sacrifícios, e ofertas de cereais, e incenso, trazendo
também sacrifícios de ação de graças.
27 Mas,
se não me ouvirdes, para santificardes o dia de sábado, e para não trazerdes
carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado,
então acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de
Jerusalém, e não se apagará.”. (Jeremias 17.1-27)
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