Desde o
início do ministério de Jeremias Deus estava falando sobre destruição, e
Jeremias sobre livramento e misericórdia.
Então,
à medida que lhe foi sendo revelada pelo Senhor qual era o caráter da sua nação, e como conspiravam contra a
verdade, contra Deus e contra o próprio Jeremias, para lhe fazer mal e até
matá-lo, apesar dele estar procurando somente o bem dos judeus, então ele
passou a entrar em sintonia com a vontade de Deus, desde o capítulo anterior,
falando também em destruição.
Ele não
estava mais pedindo por livramento para os judeus, mas a destruição dos ímpios
que havia no povo do Senhor.
Para
muitos pastores, o exercício da disciplina ordenada por Cristo para ser
realizada por eles na Igreja parece uma coisa estranha e muito dura por algum
tempo, senão ao longo de todo o ministério deles.
Mas à
medida que amadurecem no Senhor, e percebem o quanto é necessária a disciplina
e a correção dos cristãos, através da admoestação, repreensão, e até mesmo da
exclusão, então passam a sintonizar com a vontade do Senhor para o Seu povo,
que não deve ser deixado entregue a si mesmo e às suas luxúrias.
A única
condição para a reconciliação com o Senhor, para a obtenção do Seu favor,
bênção e perdão é o arrependimento.
E isto
vale não somente para Israel como para qualquer nação.
Porque
se o Senhor anunciasse juízos contra uma nação só haveria um modo de escapar de
tais juízos, a saber, pelo arrependimento, tal como haviam feito os ninivitas
nos dias de Jonas.
Todavia
como poderia se mostrar favorável para com Israel, que apesar de serem o povo
da aliança, recusavam se arrepender de suas más obras, e não somente isto, a
matarem os profetas que lhes eram enviados por Deus?
Porventura
os assírios intentaram tirar a vida de Jonas, tal como os judeus estavam
tencionando fazer com Jeremias?
Como
poderiam então ser perdoados pelo Senhor?
Por
isso Jeremias foi levado por ordem de Deus à casa do oleiro, e quando lá chegou
viu um vaso que havia sido quebrado em suas mãos, ser refeito por ele.
Ora, se
um oleiro podia refazer um vaso de barro que se quebrou, quanto mais o Senhor
não é poderosos para restaurar os vasos de barro que somos nós?
Então
se Judá não estava sendo restaurado não era por falta de vontade ou de poder da
parte de Deus, mas porque eles próprios se recusavam a se arrepender, e
diferentemente do barro que permaneceu submisso nas mãos do oleiro para ser
refeito, eles fugiam da presença do grande Oleiro para não serem restaurados
por Ele.
“1 A
palavra que veio do Senhor a Jeremias, dizendo:
2
Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
3
Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra
sobre as rodas.
4 Como
o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer
dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.
5 Então
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
6 Não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor.
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de
Israel.
7 Se em
qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar,
para derribar e para destruir,
8 e se
aquela nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me
arrependerei do mal que intentava fazer-lhe.
9 E se
em qualquer tempo eu falar acerca duma nação e acerca dum reino, para edificar
e para plantar,
10 se
ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me
arrependerei do bem que lhe intentava fazer.
11 Ora
pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo:
Assim diz o senhor: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano
contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e emendai os
vossos caminhos e as vossas ações.
12 Mas
eles dizem: Não há esperança; porque após os nossos projetos andaremos, e cada
um fará segundo o propósito obstinado do seu mau coração.
13
Portanto assim diz o Senhor: Perguntai agora entre as nações quem ouviu tais
coisas? coisa mui horrenda fez a virgem de Israel!
14
Acaso desaparece a neve do Líbano dos penhascos do Siriom? Serão esgotadas as
águas frias que vêm dos montes?
15
Contudo o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso a deuses falsos;
fizeram-se tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem
por atalhos não aplainados;
16 para
fazerem da sua terra objeto de espanto e de perpétuos assobios; todo aquele que
passa por ela se espanta, e meneia a cabeça.
17 Com
vento oriental os espalharei diante do inimigo; mostrar-lhes-ei as costas e não
o rosto, no dia da sua calamidade.
18
Então disseram: Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; pois não perecerá
a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta. Vinde, e
ataquemo-lo com a língua, e não atendamos a nenhuma das suas palavras.
19
Atende-me, ó Senhor, e ouve a voz dos que contendem comigo.
20
Porventura pagar-se-á mal por bem? Contudo cavaram uma cova para a minha vida.
Lembra-te de que eu compareci na tua presença, para falar a favor deles, para
desviar deles a tua indignação.
21
Portanto entrega seus filhos à fome, e entrega-os ao poder da espada, e sejam
suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; e sejam seus maridos
feridos de morte, e os seus jovens mortos à espada na peleja.
22 Seja
ouvido o clamor que vem de suas casas, quando de repente trouxeres tropas sobre
eles; porque cavaram uma cova para prender-me e armaram laços aos meus pés.
23 Mas
tu, ó Senhor, sabes todo o seu conselho contra mim para matar-me. Não perdoes a
sua iniquidade, nem apagues o seu pecado de diante da tua face; mas sejam
transtornados diante de ti; trata-os assim no tempo da tua ira.”. (Jeremias
18.1-23)
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