Baseado
em Jeremias 5
A
geração de Judá dos dias do profeta Jeremias havia se tornado como a geração de
ímpios que foi destruída nos dias de Noé, ou então como a geração de incrédulos
que tombou no deserto nos dias de Moisés, com a agravante, de que eles tinham
diante de si, séculos de testemunhos dos poderosos feitos do Senhor, e dos
juízos que Ele havia trazido sobre o Seu povo no passado, especialmente no
período dos Juízes.
Todavia,
não se arrependeram e se fizeram piores do que eles.
Daí o
rigor das repreensões e das sentenças de juízos que receberam da parte de
Deus.
Eles
faziam jus a tudo o que o Senhor disse deles no final do quinto capítulo de
Jeremias (v. 25 a 31).
O que
foi resumido pelo Senhor em poucas palavras no início do capítulo, bem expressa
que tais atos de iniquidade eram a consequência de não se achar nas ruas de
Jerusalém uma só pessoa que praticasse a justiça e buscasse a verdade, e mesmo
aqueles que diziam viver para o Senhor com juramento, faziam isto com lábios
falsos. Eram falsos religiosos e não pessoas justas que O amassem de fato (Jer
5.1,2).
Deus
lhes havia ferido com os Seus castigos, mas eles não emendaram os seus
caminhos, porque estavam insensíveis para os Seus juízos; e mesmo quando eram
consumidos se recusavam a receber a correção, e tendo endurecido as suas faces
se recusavam a voltar para o Senhor.
É aqui
que devemos entender que não basta pregar aos homens que Jesus é o Salvador,
que a Sua graça está disponível para todos os que crerem nEle, e que é pela
graça, mediante a fé nEle que somos salvos.
Porque
não faz sentido Deus declarar que uma pessoa é justa pela graça por causa da
sua fé (justificação) quando esta pessoa continua na prática dos seus antigos
pecados e não se volta para o Senhor para uma verdadeira santificação da sua
vida.
Por
isso Ele não somente justifica quando a pessoa crê de fato, Ele também
regenera, isto é, Ele faz com que tal pessoa nasça de novo do Espírito, e além
disso, o mesmo Espírito haverá de impulsionar o crente à perseverança, porque é
pela evidência da santificação, que se pode ter a certeza da salvação.
Veja o
caso de Judá que dizia pertencer ao Senhor, que eram descendentes de Abraão,
que tinham o templo, e a Lei de Deus e a aliança com Ele.
No
entanto, o que encontramos sendo proferido pelo próprio Deus contra eles no
livro de Jeremias?
São
meras afirmações dos lábios, como eles faziam, que podem ser falsas, que podem
garantir a salvação de uma pessoa?
Certamente
não.
Deus
requer vida transformada e santificada.
Testemunho
de uma nova vida.
Por
isso nos justifica pela graça, mediante a fé, com base na obra que Cristo fez
em nosso favor. Para que possamos viver de modo digno dEle, e conforme a Sua
vontade.
Por
isso lemos em Jeremias 5.4 que os olhos de Deus atentam para a verdade, e que
Ele nos corrige com o fim de nos voltarmos para Ele.
Tanto
os pequenos quanto os grandes do povo de Judá se encontravam na mesma condição
de falta de conhecimento dos caminhos do Senhor, e entregues ao pecado (Jer
5.4,5).
Então
eles haviam sido colocados no cerco do Senhor para serem destruídos, porque
eram muitas as suas transgressões, e haviam multiplicado sobremaneira as suas
apostasias, e caso tentassem fugir de Judá seriam destruídos pelos animais selvagens
(Jer 5.6).
Eles
não mostravam sinais de arrependimento e assim não poderiam ser perdoados,
porque a condição básica para o perdão é o arrependimento (mudança de mente e
de vida).
Eles
não somente se entregaram à prática da idolatria, como à do adultério, e não
poderiam portanto, deixar de receber o justo castigo do Senhor, por causa das
suas práticas (v. 7 a 9).
O
Senhor os castigaria porque se recusavam a reconhecê-lo como o Deus deles, e
afirmavam descaradamente que não lhes sobreviria qualquer juízo da parte dEle,
quer sob a forma de fome ou de guerra contra as nações inimigas de Judá.
Como
eles haviam desprezado ao Senhor e à Sua Palavra, dando ouvidos a falsos
profetas, então Deus faria com que a Sua Palavra fosse como fogo na boca de
Jeremias, e eles como lenha, para serem consumidos por ela.
Então
foram declaradas as assolações que os babilônios fariam na terra de Judá.
Todavia
o Senhor manteria um remanescente no meio do Seu povo (v. 18).
Contudo,
os que fossem para o cativeiro, e que não fossem mortos em Judá, saberiam que
foram enviados a servir um povo estrangeiro numa terra que não lhes pertencia,
porque haviam servido a deuses estranhos na sua própria terra (v. 19).
Este
juízo deveria ser proclamado não somente em Judá, mas ao remanescente de
Israel, que havia permanecido no que sobrou do Reino do Norte.
Mais
uma vez Deus chamou Judá de povo insensato, porque não tinha o Seu temor,
porque sem temer o Senhor é impossível chegar a ter a verdadeira sabedoria, que
é o real conhecimento pessoal de Deus, porque Ele a concede somente aos que O
temem (v. 21-24).
“1 Dai
voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas
praças a ver se podeis achar um homem, se há alguém que pratique a justiça, que
busque a verdade; e eu lhe perdoarei a ela.
2 E
ainda que digam: Vive o Senhor; de certo falsamente juram.
3 Ó
Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade? feriste-os, porém não
lhes doeu; consumiste-os, porém recusaram receber a correção; endureceram as
suas faces mais do que uma rocha; recusaram-se a voltar.
4 Então
disse eu: Deveras eles são uns pobres; são insensatos, pois não sabem o caminho
do Senhor, nem a justiça do seu Deus.
5 Irei
aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, e a
justiça do seu Deus; mas aqueles de comum acordo quebraram o jugo, e romperam
as ataduras.
6 Por
isso um leão do bosque os matará, um lobo dos desertos os destruirá; um
leopardo vigia contra as suas cidades; todo aquele que delas sair será despedaçado;
porque são muitas as suas transgressões, e multiplicadas as suas apostasias.
7 Como
poderei perdoar-te? pois teus filhos me abandonaram a mim, e juraram pelos que
não são deuses; quando eu os tinha fartado, adulteraram, e em casa de
meretrizes se ajuntaram em bandos.
8 Como
cavalos bem nutridos, andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.
9 Acaso
não hei de castigá-los por causa destas coisas? diz o Senhor; ou não hei de
vingar-me de uma nação como esta?
10 Subi
aos seus muros, e destruí-os; não façais, porém, uma destruição final; tirai os
seus ramos; porque não são do Senhor.
11
Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de Israel e a casa de
Judá, diz o Senhor.
12
Negaram ao Senhor, e disseram: Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá; nem veremos
espada nem fome.
13 E
até os profetas se farão como vento, e a palavra não está com eles; assim se
lhes fará.
14
Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos: Porquanto proferis tal
palavra, eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca, e este
povo em lenha, de modo que o fogo o consumirá.
15 Eis
que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor; é uma
nação forte, uma nação antiga, uma nação cuja língua ignoras, e não entenderás
o que ela falar.
16 A
sua aljava é como uma sepultura aberta; todos eles são valentes.
17 E
comerão a tua sega e o teu pão, que teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão os teus rebanhos e o teu gado; comerão a tua vide e a tua figueira; as
tuas cidades fortificadas, em que confias, abatê-las-ão à espada.
18
Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição
final.
19 E
quando disserdes: Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas? então
lhes dirás: Como vós me deixastes, e servistes deuses estranhos na vossa terra,
assim servireis estrangeiros, em terra que não é vossa.
20
Anunciai isto na casa de Jacó, e proclamai-o em Judá, dizendo:
21 Ouvi
agora isto, ó povo insensato e sem entendimento, que tendes olhos e não vedes,
que tendes ouvidos e não ouvis:
22 Não
me temeis a mim? diz o Senhor; não tremeis diante de mim, que pus a areia por
limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se
levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem
traspassar.
23 Mas
este povo é de coração obstinado e rebelde; rebelaram-se e foram-se.
24 E
não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva,
tanto a temporã como a tardia, a seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas da sega.
25 As
vossas iniquidades desviaram estas coisas, e os vossos pecados apartaram de vós
o bem.
26
Porque ímpios se acham entre o meu povo; andam espiando, como espreitam os
passarinheiros. Armam laços, apanham os homens.
27 Qual
gaiola cheia de pássaros, assim as suas casas estão cheias de dolo; por isso se
engrandeceram, e enriqueceram.
28
Engordaram-se, estão nédios; também excedem o limite da maldade; não julgam com
justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos
necessitados.
29
Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não
hei de vingar-me de uma nação como esta?
30
Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os
profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e
o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?”. (Jeremias 5.1-31)
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