“61 Laços de perversos me enleiam; contudo, não me
esqueço da tua lei.”
O salmista não negociava com os ímpios
quanto estes o enredavam. Ele não lutava com as mesmas armas deles. Ele sempre
agia em conformidade com a Lei do Senhor e esperava somente nEle para que fosse
liberto dos laços com os quais o prendiam. Davi nunca pôde ser prendido
definitivamente por nenhum destes laços porque o Senhor os desatou totalmente
para ele, de maneira que o vemos morrendo em ditosa velhice, e não nas mãos de
quaisquer dos seus muitos inimigos.
“62 Levanto-me à meia-noite para te dar graças, por
causa dos teus retos juízos.”
O salmista começava a louvar e a dar
graças ao Senhor por causa da retidão dos Seus juízos, no primeiro minuto do
iniciar de cada dia. Era com o Senhor que ele desejava passar os primeiros
momentos do dia.
“63 Companheiro sou de todos os que te temem e dos
que guardam os teus preceitos.”
Há uma comunhão santa entre aqueles que
amam o Senhor e a Sua Palavra. Este é o laço misterioso do Espírito Santo que
une num só coração todos os que creem em Cristo. Não são uma confraria de
amigos. Não são um clube fechado, mas uma porta que está sempre aberta para dar
a destra de companhia a todo e qualquer que se converta, porque esta é a sua
vocação comum, a de se amarem uns aos outros assim como Cristo os ama, porque
isto é promovido, como já dissemos, pelo Espírito Santo que neles habita.
“64 A terra, SENHOR, está cheia da tua
bondade; ensina-me os teus decretos.”
Os céus e a terra manifestam a glória e
a bondade de Deus, mas o salmista desejava aprender os Seus decretos
diretamente dEle, por uma revelação espiritual, a qual não se pode aprender do
testemunho da bondade de Deus que há nas obras da criação.
“65 Tens feito bem ao teu servo, SENHOR, segundo a
tua palavra.
66 Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio
nos teus mandamentos.”
O salmista vinha desfrutando da bondade
de Deus em sua vida, conforme a Sua Palavra, ou seja tanto pelas promessas que
ela contém, quanto por ser praticada. Todavia, ele buscava crescimento
espiritual pelo aprendizado do bom juízo e conhecimento. O mesmo se espera dos cristãos
em Cristo, porque devem crescer na graça e no conhecimento de nosso
Senhor.
“67 Antes de ser afligido, andava errado, mas agora
guardo a tua palavra.”
Este versículo comprova que as provações
visam ao crescimento espiritual do cristão. Deus nos corrige por meio das
aflições, para que guardemos a Sua Palavra e sejamos participantes da Sua
santidade.
“68 Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus
decretos.”
Um Deus que é bom e que só faz o bem,
espera que aprendamos a ser tal como Ele, por aprender a Sua vontade. Afinal,
não podemos amar aquilo que não conhecemos, daí a necessidade de se crescer no
conhecimento de Deus e da Sua vontade, para que possamos ser transformados de
glória e glória, à Sua própria semelhança.
“69 Os soberbos têm forjado mentiras contra mim; não
obstante, eu guardo de todo o coração os teus preceitos.
70 Tornou-se-lhes o coração insensível, como se
fosse de sebo; mas eu me comprazo na tua lei.”
A gordura não tem terminações nervosas,
e por isso é insensível. Um coração espiritual só de gordura é aquele que é
insensível para a vontade de Deus. E deste modo se entregará à mentira, e a
perseguir os justos. Todavia, estes, quando perseguidos, devem continuar
guardando de todo o coração os preceitos de Deus, tal como o salmista costumava
fazer. Não devem permitir ser vencidos pelo mal, mas devem vencer o mal com o
bem. Não devem se tornar insensíveis tal qual os seus perseguidores, mas devem
amar até mesmo os seus inimigos.
“71 Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que
aprendesse os teus decretos.”
Este versículo é semelhante ao 67 e
comprova que as aflições visam ao crescimento espiritual do cristão. Deus nos
corrige por meio das aflições, para que guardemos a Sua Palavra e sejamos
participantes da Sua santidade, aprendendo a ser pacientes, longânimos,
perdoadores e amorosos, tal como Ele.
“72 Para mim vale mais a lei que procede de tua boca
do que milhares de ouro ou de prata.”
As riquezas terrenas que passam e que se
gastam pelo uso, não podem ser comparadas com as riquezas celestiais, que nos
são concedidas como bênçãos espirituais. Nada trouxemos conosco para este
mundo, e nada poderemos levar quando sairmos dele pela morte, no que se refere
a bens materiais. Então não é sábio ajuntar tesouros na terra. Não se pode
portanto comparar o valor da Palavra de Deus, que permanece para sempre, com o
das coisas terrenas que perecem, e cuja glória é passageira como a fumaça.
“73 As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram;
ensina-me para que aprenda os teus mandamentos.”
Se Deus não tivesse criado o homem,
ninguém teria no que se gloriar, nem mesmo na própria existência. Então não é
em nada deste mundo ou em nós mesmos que devemos nos gloriar senão somente no
Senhor. Fomos criados para o propósito de aprender os caminhos de Deus, e a
crescer nEle até a estatura de homem perfeito, conforme foi projetado por Ele
desde antes da fundação do mundo. Enquanto peregrinamos aqui embaixo estamos em
processo de transformação progressiva, que deve aumentar em graus, até o dia em
que seremos tanto perfeitos no corpo, quanto no espírito, quando da volta de
nosso Senhor para arrebatar a Sua igreja.
“74 Alegraram-se os que te temem quando me viram,
porque na tua palavra tenho esperado.”
Há alegria na comunhão dos santos. Um
santo se alegra à vista de outro santo. A base desta alegria e santidade é a
guarda e confiança na Palavra de Deus, e o mover do Espírito Santo, que neles
habita, que é unidade de fé, de amor e de espírito.
“75 Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos
e que com fidelidade me afligiste.”
Mais uma vez o salmista declara que a
aflição com a qual estava sendo atingido pela potente mão do Senhor era justa,
e era o resultado da fidelidade de Deus à Sua promessa de corrigir a todos os
Seus filhos, porque os ama.
“76 Venha, pois, a tua bondade consolar-me, segundo
a palavra que deste ao teu servo.
77 Baixem sobre mim as tuas misericórdias, para que
eu viva; pois na tua lei está o meu prazer.”
Como o salmista vivia buscando guardar
sinceramente a lei de Deus, então sentia-se encorajado pelo Espírito a orar
pela manifestação da Sua bondade consoladora, segundo as Suas boas promessas, e
misericórdia, porque sem isto é impossível ter a vida plena do Espírito, pela
qual temos prazer na lei de Deus. É a nova natureza obtida no novo nascimento
do Espírito, que tem prazer na lei de Deus, porque a antiga natureza (terrena)
não tem não somente nenhum prazer na lei de Deus, como também se opõe a
ela.
“78 Envergonhados sejam os soberbos por me haverem
oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus preceitos.
79 Voltem-se para mim os que te temem e os que
conhecem os teus testemunhos.”
O salmista entregava-se ao Senhor, para
que julgasse a sua causa contra aqueles que lhe oprimiam injustamente. Ele dava
lugar à ira de Deus, ou seja ao Seu atributo de juízo que opera segundo a Sua
justiça, que dá o pago a todos aqueles que agem impiamente. O salmista sabia
que o caso dos seus inimigos era um assunto para Deus e não para ele próprio se
ocupar dele. Ele buscaria a comunhão dos que temiam ao Senhor e conheciam os
Seus testemunhos. Esta era a sua oração: que Deus movesse os tais a estarem em
sua companhia.
“80 Seja o meu coração irrepreensível nos teus
decretos, para que eu não seja envergonhado.”
O desejo de Deus para todos os Seus
filhos é que tenham uma vida irrepreensível, ou seja, que nada se ache no
comportamento deles que seja digno de reprimenda. É somente quando se é
diligente na busca deste alvo da santificação, que Deus o concretiza
paulatinamente em nossas vidas, de modo que não sejamos motivo de vergonha ou
escândalo, por vivermos de modo diferente daquele que é esperado, segundo a
nossa vocação no Senhor, a saber, a de sermos filhos da luz, para andarmos na
luz.
“81 Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação;
porém espero na tua palavra.
82 Esmorecem os meus olhos de tanto esperar por tua
promessa, enquanto digo: quando me haverás de consolar?”
Grande era a angústia do salmista, a
ponto de sentir a alma desfalecida. Todavia, ele não se afastava da esperança
da Palavra, que nos assegura a vitória pela permanência na fé no Senhor, e por
continuarmos na prática da justiça, independentemente das circunstâncias em que
estivermos vivendo, e que estejam causando este grande abatimento espiritual. O
salmista estava esperando há muito tempo pelo livramento do Senhor, mas não
desistia de esperar somente nEle, aguardando e clamando pelo dia em que
finalmente seria consolado. Ele não estava em estado de passividade, esperando
que o livramento viesse por acaso. Não. Ele estava bem instruído pelo Senhor
que devemos clamar na hora da angústia, para que Ele possa nos livrar, de modo
que venhamos a glorificar o Seu santo nome.
“83 Já me assemelho a um odre na fumaça; contudo,
não me esqueço dos teus decretos.
84 Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me
farás justiça contra os que me perseguem?”
O salmista estava velho e enfraquecido,
e ainda havia muitos inimigos que o perseguiam. Ele se sentia como um odre que
fora deixado na fumaça, e que se enchera de fuligem e ressecara. Isto pode ser
uma referência ao estado de sua pele enrugada e ressecada pelos anos. Todavia
ele declara que jamais se esqueceria da Palavra de Deus, e não deixaria também
de aguardar somente nEle que fizesse justiça contra os seus perseguidores,
ainda que fossem poucos os seus dias de vida neste mundo. Ele desejava manter
um testemunho fiel até ao fim, para a exclusiva glória do Senhor.
“85 Para mim abriram covas os soberbos, que não
andam consoante a tua lei.”
Quando os soberbos, ou seja, aqueles que
andam segundo o seu próprio conceito e entendimento, e que não têm o temor do
Senhor, percebem que os servos fiéis do Senhor estão enfraquecidos, eles lhes
amaldiçoam para que morram de vez.
“86 São verdadeiros todos os teus mandamentos; eles
me perseguem injustamente; ajuda-me.”
Quando se ama a verdade da Palavra, a
consequência imediata disto é que seremos perseguidos injustamente. Contudo,
não devemos recuar no nosso bom testemunho, e pedir a Deus que nos ajude e nos
guarde do mal com o qual procuram nos atingir os nossos perseguidores.
“87 Quase deram cabo de mim, na terra; mas eu não
deixo os teus preceitos.”
Mesmo em face de perigos de morte os cristãos
não devem abandonar a sua fidelidade em viverem em conformidade com a Palavra
de Deus.
“88 Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e
guardarei os testemunhos oriundos de tua boca.”
É pela graça e misericórdia do Senhor
que somos vivificados espiritualmente para sustentar os Seus testemunhos, no
poder do Espírito.
“89 Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua
palavra no céu.
90 A tua fidelidade estende-se de geração em
geração; fundaste a terra, e ela permanece.
91 Conforme os teus juízos, assim tudo se mantém até
hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas.”
A Palavra de Deus não é deste mundo, ela
nos foi revelada desde o céu, e ela permanece inalterável, imutável, tal como o
próprio Deus. Se a vida continua na terra é porque isto é da vontade do Senhor
que tudo sustenta pelo poder da Sua Palavra. Mas chegará o dia em que Ele
abalará os fundamentos da terra e os elementos se desfarão pelo fogo do Seu
juízo. De maneira que devemos andar em santo trato e piedade em nossa
peregrinação terrena, por sabermos que tudo é sustentado exclusivamente pela
vontade do Senhor. Então é nosso dever conhecer e viver de acordo com tal
vontade divina.
“92 Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há
muito já teria eu perecido na minha angústia.”
Quem mantém o espírito fortalecido na
angústia é o nosso prazer na Palavra do Senhor, que é prazer nEle mesmo.
“93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto
que por eles me tens dado vida.”
Deixar de lado os preceitos de Deus significa
o mesmo que buscar a morte espiritual, porque o pendor da carne dá para a
morte, e somente o pendor do Espírito dá para a vida e paz (Rom 8.6).
“94 Sou teu; salva-me, pois eu busco os teus
preceitos.”
A convicção de que pertencemos ao Senhor
e de que temos buscado guardar os Seus preceitos, é o que nos encoraja a
confiar que seremos libertados de nossas tribulações quando clamamos por
livramento ao Senhor.
“95 Os ímpios me espreitam para perder-me; mas eu
atento para os teus testemunhos.”
Vivemos num mundo onde há também lobos
vorazes, tal como nosso Senhor nos ordenou que nos acautelássemos deles com
prudência, e eles nos espreitam para nos devorar, mas nada poderão contra nós
enquanto nos mantivermos ligados à Palavra de Deus. Provamos que amamos a Jesus
por guardarmos os Seus mandamentos, tal como Ele próprio afirmou.
“96 Tenho visto que toda perfeição tem seu limite;
mas o teu mandamento é ilimitado.”
Todo conhecimento que temos neste mundo
é limitado, é parciale. Toda perfeição terrena é também limitada, e nisto se
inclui o próprio homem. Somente na Palavra de Deus e no próprio Deus há
plenitude de perfeição.
“97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo
o dia!”
Os que buscam sinceramente ao Senhor não
somente se esforçam para guardar os Seus mandamentos, como são inspirados por
Ele a amá-los, de modo que será neles que estará o nosso coração todos os dias
de nossas vidas.
“98 Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os
meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo.
99 Compreendo mais do que todos os meus mestres,
porque medito nos teus testemunhos.
100 Sou mais
prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos.”
A verdadeira e permanente sabedoria não
é encontrada em nenhuma ciência deste mundo, porque tudo que há nele passará.
Todavia a sabedoria que é segundo a Palavra de Deus é infinita e eterna.
Aqueles que crescem no conhecimento e na prática da Palavra de Deus são
tornados sábios. Não sábios segundo o mundo, mas sábios segundo Deus,
transformados em suas próprias naturezas, deixando de ser carnais, para serem
espirituais. Esta sabedoria ultrapassa e é superior à dos mestres e dos idosos
deste mundo. E por ela, se chega a conhecer a verdadeira prudência. Quando Deus
fundar os novos céus e nova terra, usando novos princípios
físico-químicos-mecânicos, e até mesmo podendo modificar toda a estrutura da
matéria na qual a encontramos presentemente, para onde irá todo o conhecimento
adquirido pelos sábios das coisas deste mundo? Qual será a sua utilidade? Em que
então se gloriarão? Deus tem dito que envergonhará os sábios deste mundo que se
gloriam no seu conhecimento, e certamente o fará, porque se recusaram a dar
glórias somente a Ele.
“101 De todo mau caminho desvio os pés, para
observar a tua palavra.”
Não é possível guardar a Palavra do
Senhor enquanto não se mortifica a carne, enquanto não se mortifica o pecado,
enquanto não desviamos nossos pés dos caminhos que não são os caminhos do
Senhor.
“102 Não me aparto dos teus juízos, pois tu me
ensinas.”
Se estivermos aprendendo de fato os
juízos de Deus, por sermos ensinados pelo Espírito Santo, jamais nos
desviaremos deles.
“103 Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar!
Mais que o mel à minha boca.
104 Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento;
por isso, detesto todo caminho de falsidade.”
A verdade da Palavra aplicada ao coração
pelo Espírito, em crescimento em santificação, traz um sentido de doçura à vida
que é desconhecido por aquele que não se aplica de tal forma. Aquele que
estiver se santificando odiará cada vez mais a falsidade, e não se achará a
mentira e o engano em sua boca.
“105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz
para os meus caminhos.”
A lâmpada que contem a luz que nos faz
enxergar o caminho da verdadeira espiritualidade é a Palavra de Deus. Ela
ilumina tanto os nossos pés quanto o próprio caminho no qual devemos andar. É o
sol que brilha e nos permite caminhar neste mundo de trevas espirituais sem
tropeçar.
“106 Jurei e confirmei o juramento de guardar os teus
retos juízos.”
O salmista não somente jurara, como
vinha confirmando em sua vida o juramento que fizera de guardar os retos juízos
do Senhor. Ele havia tomado uma decisão, uma posição, que mais cedo ou mais
tarde todo verdadeiro cristão deve tomar, a saber, de viver somente para honrar
o Senhor guardando a Sua Palavra.
“107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, SENHOR, segundo
a tua palavra.”
Mais uma vez o salmista se voltou para o
Senhor na sua grande aflição para que fosse vivificado por Ele, em seu ânimo e
espírito.
“108 Aceita, SENHOR, a espontânea oferenda dos meus
lábios e ensina-me os teus juízos.”
O salmista sabia que o amor verdadeiro é
voluntário. Por isso o louvor dos seus lábios era espontâneo, conforme
inspirado pelo Espírito, por isso tinha a convicção de que o Senhor atenderia a
sua oração pedindo-Lhe que aceitasse o seu louvor e que lhe ensinasse os Seus
juízos.
“109 Estou de contínuo em perigo de vida; todavia,
não me esqueço da tua lei.
110 Armam ciladas contra mim os ímpios; contudo, não
me desvio dos teus preceitos.”
Como já comentamos anteriormente, não
são perigos de vida ou qualquer outra forma de tribulação que devem desviar o cristão
de guardar os mandamentos de Deus. Ao contrário são oportunidades para
crescimento espiritual e fortalecimento da fé, que não devem ser desprezados,
quando permitido por Deus que nos sobrevenham.
“111 Os teus testemunhos, recebi-os por legado
perpétuo, porque me constituem o prazer do coração.
112 Induzo o coração a guardar os teus decretos,
para sempre, até ao fim.”
O salmista havia se determinado a
guardar os mandamentos do Senhor por todos os dias da sua vida, sem dar
qualquer dia de folga para a prática da iniquidade. Este mesmo posicionamento
convém a todo cristão que desejar se consagrar ao Senhor e santificar a sua
vida.
“113 Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei.”
Todo servo do Senhor deveria agir como o
salmista, ou seja, aborrecendo a duplicidade à qual o apóstolo Tiago se referiu
em sua epístola, que nos torna incompatibilizados a agradarmos a Deus: “5 Ora,
se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. 6 Peça-a, porém, com fé, não
duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e
agitada pelo vento. 7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa,
8 homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos.” (Tg
1.5-8)
“114 Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua
palavra, eu espero.”
Não há fortaleza que possa nos abrigar
no dia da calamidade senão somente o Senhor. Ele é um refúgio seguro para todos
os Seus filhos. Para todos os que esperam nEle e na Sua Palavra.
“115 Apartai-vos de mim, malfeitores; quero guardar
os mandamentos do meu Deus.”
Não se pode guardar os mandamentos do
Senhor enquanto se anda na companhia daqueles que praticam males, praticando as
mesmas obras que eles praticam.
“116 Ampara-me, segundo a tua promessa, para que eu
viva; não permitas que a minha esperança me envergonhe.
117 Sustenta-me, e serei salvo e sempre atentarei
para os teus decretos.”
A esperança do cristão jamais será
frustrada porque está ancorada no céu, no Santo dos Santos celestial, no qual
Jesus entrou como nosso precursor. A garantia da nossa salvação está nos ombros
do Senhor e por isso jamais seremos confundidos ou envergonhados por termos
colocado nEle a esperança de que seremos salvos da condenação eterna. É pela
força do Seu próprio poder, e mediante o Espírito Santo, que faz com que
perseveremos na verdade, de maneira que evidenciemos durante toda a nossa vida
que somos de fato filhos de Deus.
“118 Desprezas os que se desviam dos teus decretos,
porque falsidade é a astúcia deles.
119 Rejeitas, como escória, todos os ímpios da
terra; por isso, amo os teus testemunhos.
120 Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e temo os
teus juízos.”
Deus honra somente àqueles que O honram.
Ele somente concede graça a quem se humilha diante dEle e se reconhece pecador
destituído de qualquer justiça e que depende portanto, inteiramente da justiça
de Jesus para que possa ser reconciliado com Deus. Então os que não têm o temor
do Senhor, que se desviam da Sua presença, fugindo sempre da Sua luz, que
recusam a Sua salvação, e que vivem na falsidade e na astúcia, serão por fim
rejeitados totalmente por Deus e entregues a uma condenação eterna.
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