“121 Tenho praticado juízo e justiça; não me
entregues aos meus opressores.
122 Sê fiador do teu servo para o bem; não permitas
que os soberbos me oprimam.”
O salmista vinha procedendo em justiça e
juízo, mas debaixo da opressão não se confiou apenas nisto, mas clamou ao
Senhor para que fosse livrado dos seus opressores, e lhe pediu também que fosse
o Seu fiador para o bem, ou seja, quando lhe faltassem as forças para continuar
na prática do bem, que o Senhor garantisse Ele mesmo, pelo Seu próprio poder,
que ele continuasse em tal prática, de modo que não permitisse que os soberbos
prevalecessem na opressão que lhe estavam fazendo.
“123 Desfalecem-me os olhos à espera da tua salvação
e da promessa da tua justiça.”
O salmista esta desfalecido pela longa
espera do livramento do Senhor e de fazer justiça à sua causa, todavia,
continuava esperando, ou seja, na expectativa em fé de que o Senhor o livraria.
“124 Trata o teu servo segundo a tua misericórdia e
ensina-me os teus decretos.
125 Sou teu
servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos.”
O salmista era pobre de espírito, ou
seja reconhecia que era dependente de Deus para tudo, especialmente para
conhecer os Seus mandamentos e testemunhos. De modo que Lhe orava suplicando
que o tratasse segundo a Sua misericórdia, porque de si mesmo, não tinha como
agradar ao Senhor e corresponder à Sua expectativa de perfeição em relação a
ele. Então orava também para que recebesse de Deus entendimento quanto ao ensino
que Lhe desse dos Seus decretos eternos. Se não chegamos a conhecer o que está
determinado por tais decretos, jamais teremos uma fé que descanse completamente
na soberana vontade de Deus, por não reconhecermos que tudo está debaixo do Seu
controle.
“126 Já é tempo, SENHOR, para intervires, pois a tua
lei está sendo violada.”
A tal ponto chegou a iniquidade nos dias
do salmista, que ele orou por um avivamento, para que a lei do Senhor não
continuasse sendo tão grandemente violada.
“127 Amo os teus mandamentos mais do que o ouro,
mais do que o ouro refinado.”
“128 Por isso, tenho por, em tudo, retos os teus
preceitos todos e aborreço todo caminho de falsidade.”
Estes versos são semelhantes ao verso
72, e o comentário deste se aplica também aos versos em apreço.
“129 Admiráveis são os teus testemunhos; por isso, a
minha alma os observa.”
A alma santificada e instruída nos
caminhos de Deus ama os testemunhos do Senhor, não por mero dever ou obrigação,
mas por amá-los, porque são admiráveis e maravilhosos, e encantam a alma
santificada. Para o cristão consagrado a obra de Deus e o Seu culto não são um
peso, mas um prazer.
“130 A revelação das tuas palavras esclarece e dá
entendimento aos simples.”
É justamente aos pequeninos que Deus
revela a Sua grandeza, porque estes têm um coração contrito e humilde que faz
com que se aproximem do Senhor. Os sábios segundo o mundo, e grandes a seus
próprios olhos não se permitem tal coisa, porque se julgam muito elevados para necessitarem de
Deus. Então a revelação do Senhor é para os simples, para aqueles que confiam
inteiramente nEle, como uma criança confia nos seu pais.
“131 Abro a boca e aspiro, porque anelo os teus
mandamentos.”
O salmista tinha grande ousadia no falar
porque o poder do Espírito estava sobre ele, porque amava os mandamentos de
Deus, e cumpri-los era todo o seu desejo.
“132 Volta-te para mim e tem piedade de mim, segundo
costumas fazer aos que amam o teu nome.”
Por experiência própria, e pelo
testemunho do que via o Senhor fazer em relação aos demais que O amavam, o
salmista clamava para que o Senhor estivesse em comunhão com ele e tivesse
misericórdia dele, porque sabia que era o que Ele costumava fazer com todos os
que O amam.
“133 Firma os meus passos na tua palavra, e não me
domine iniquidade alguma.”
A santidade consiste basicamente em duas
coisas: rejeitar o mal e praticar o bem. Praticar a palavra de Deus e não se
deixar dominar por qualquer tipo de iniquidade. Então era por isso que o
salmista orava a Deus para que lhe fosse dado por Ele.
“134 Livra-me da opressão do homem, e guardarei os
teus preceitos.”
O salmista não guardaria os preceitos de
Deus caso somente Ele o livrasse da opressão dos homens. Ele então Lhe pediu
neste verso para que o livrasse da opressão dos homens porque guardava os Seus
preceitos.
“135 Faze resplandecer o rosto sobre o teu servo e
ensina-me os teus decretos.”
É a presença do Senhor que nos
santifica. É diante da Sua glória que somos transformados. Por isso o salmista
Lhe pedia que fizesse resplandecer o Seu rosto sobre Ele, porque é assim que se
aprende como convém os decretos de Deus, a saber, em íntima experiência pessoal
com Ele.
“136 Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque
os homens não guardam a tua lei.”
Entristecia o salmista o pecado que via
nos homens que não guardavam a lei de Deus. Todo cristão que estiver
santificado terá o mesmo sentimento, por ver o nome do Senhor sendo desonrado
na terra.
“137 Justo és, SENHOR, e retos, os teus juízos.
138 Os teus testemunhos, tu os impuseste com retidão
e com suma fidelidade.”
Os testemunhos e juízos do Senhor são
retos, porque o próprio Deus é perfeitamente justo. A Sua lei não é portanto
uma imposição mas uma consequência daquilo que Ele próprio é. De modo que não
imporá a Sua retidão por obrigação involuntária, porque é amor em Sua própria
essência, e o amor demanda relacionamento e obediência voluntários.
“139 O meu zelo me consome, porque os meus
adversários se esquecem da tua palavra.”
Quando a Palavra de Deus é esquecida por
aqueles que se nos opõem, o Espírito Santo faz com que o nosso zelo aumente
muito, para que defendamos a Palavra diante da negação deles. Isto faz com que
fiquemos ainda mais apegados à verdade, e que o testemunho seja dado com o
espírito de ousadia, amor e moderação com o qual convém ser dado.
“140 Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu
servo a estima.”
Não há erro na Palavra de Deus. Sua
verdade é absoluta. Por isso é digna de inteira aceitação.
“141 Pequeno sou e desprezado; contudo, não me
esqueço dos teus preceitos.”
O homem nada é diante do Senhor. Todavia
lhe está imposto o dever de buscar a semelhança de Deus, e isto é feito por
meio da prática da Palavra. Daí o nosso dever de nunca esquecê-la. Porque é a
Palavra que dá testemunho de Deus, e por meio de quem nos vem a fé.
“142 A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a
própria verdade.”
A justiça com a qual somos justificados
é a de Cristo, que sendo eterna, jamais poderá nos ser tirada. A própria
justiça de Adão foi perdida por ele quando pecou no Éden. Mas a justiça de
Cristo com a qual estamos vestidos não será maior ou melhor do que a que temos
agora, porque é perfeita e eterna, conforme a Palavra de Deus testifica dela,
sendo a Palavra, a verdade.
“143 Sobre mim vieram tribulação e angústia;
todavia, os teus mandamentos são o meu prazer.
144 Eterna é a justiça dos teus testemunhos; dá-me a
inteligência deles, e viverei.”
O salmista tinha tão elevado apreço pela
Palavra de Deus, que ela continuava sendo o seu prazer mesmo quando lhe sobrevinha
a tribulação e a angústia. Ele vivia pela justiça dos testemunhos de Deus, e
por isso Lhe pedia que lhe desse um conhecimento cada vez maior deles, para que
tivesse uma vida espiritual cada vez mais plena, cheia da Sua presença.
“145 De todo o coração eu te invoco; ouve-me,
SENHOR; observo os teus decretos.
146 Clamo a ti; salva-me, e guardarei os teus
testemunhos.”
É o mesmo ensino que se repete em todo o
livro dos Salmos: os salmistas invocavam o Senhor com plena inteireza de fé e
de coração, na certeza de serem ouvidos, porque guardavam com sinceridade os
decretos de Deus. Não se tratava de uma simples observância externa dos
mandamentos de Deus, conforme costumavam fazer os escribas e fariseus, mas
obediência voluntária de coração.
“147 Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; na tua
palavra, espero confiante.
148 Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas,
para que eu medite nas tuas palavras.”
Antes que o dia raiasse, o salmista se
levantava e clamava segundo a Palavra de Deus, e ficava em espera confiante,
sabendo que a esperança dos santos não será frustrada jamais. E antes de dormir
ele sempre meditava na Palavra do Senhor. É este apego à Palavra que mantém o
coração puro. Não a simples leitura, mas a meditação e prática, conforme
iluminação recebida do Espírito Santo, em nossa comunhão com Ele.
“149 Ouve, SENHOR, a minha voz, segundo a tua
bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos.”
O salmista sabia que era ouvido e
vivificado pelo Espírito de Deus, não por causa da sua própria justiça, mas por
causa da Sua bondade e misericórdia divina. No entanto, também sabia que sem um
viver reto perante Ele, não se pode ter a certeza de ser ouvido.
“150 Aproximam-se de mim os que andam após a
maldade; eles se afastam da tua lei.
151 Tu estás perto, SENHOR, e todos os teus
mandamentos são verdade.”
Há muitos teólogos liberais no mundo que
afirmam pregar e ensinar a Palavra de Deus, mas negam a Sua verdade. Estes são
os que praticam a iniquidade, e aos quais Jesus se referirá que nunca os
conheceu, porque não andam de fato segundo a Palavra. O fruto deles não é bom.
Todavia, o Senhor está perto, em comunhão com todos aqueles que andam segundo a
verdade dos Seus mandamentos.
“152 Quanto às tuas prescrições, há muito sei que as
estabeleceste para sempre.”
A Palavra de Deus é eterna, e durará
para sempre. Tudo passará, mas não a Sua Palavra. Então não é para ser guardada
por um tempo, mas por toda a vida e por toda a eternidade.
“153 Atenta para a minha aflição e livra-me, pois
não me esqueço da tua lei.
154 Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me,
segundo a tua promessa.”
Cabe aqui o mesmo comentário relativo ao
verso 149. Conforme se afirma constantemente nos Salmos, é pela graça e
misericórdia de Deus que somos libertados, mas há uma condicional “se” que deve
ser atendida para que a graça seja eficaz. A saber, que guardemos os
mandamentos do Senhor. Jesus mesmo ensinou isto claramente, quando dizia que
“se” guardássemos a Sua Palavra, se cumpríssemos os Seus mandamentos, então pediríamos
a petição que quiséssemos (ou seja, independente do grau de impossibilidade) e
que seríamos atendidos pelo Pai.
“155 A salvação está longe dos ímpios, pois não
procuram os teus decretos.”
A afirmação deste verso confirma o que
foi dito antes. Os ímpios não podem contar com a fidelidade dos livramentos de
Deus justamente por não se submeterem à Sua vontade. Isto é fundamental (se submeter a Deus) se
desejamos ser ouvidos por Ele, porque somente honra quem Lhe honra. E tem dito que se alguém não honra a Jesus
Cristo, Seu Filho unigênito, consequentemente também não poderá honrá-lO.
Honra-se portanto a Deus Pai, honrando-se a Deus Filho.
“156 Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdias;
vivifica-me, segundo os teus juízos.”
O salmista sempre buscava ser vivificado
em espírito baseado nas misericórdias de Deus, e segundo os critérios
estabelecidos por Ele, e não segundo os seus méritos, justiça própria ou por
quaisquer outras convicções. Este é de fato o único caminho para sermos
vivificados pelo Senhor, porque sempre o fará pelos méritos de Cristo, e
consoante a Sua misericórdia, porque jamais o fará por causa das nossas boas
obras. Elas são necessárias como condição para que a graça seja eficaz,
conforme já temos comentado, mas isoladamente, nada poderão fazer por nós
diante de Deus, que exige uma justiça perfeita para nos abençoar, e somente em
Cristo podemos achar tal justiça.
“157 São muitos os meus perseguidores e os meus
adversários; não me desvio, porém, dos teus testemunhos.”
Cabe aqui o mesmo comentário relativo
aos versos 69 e 70.
“158 Vi os infiéis e senti desgosto, porque não
guardam a tua palavra.”
Cabe aqui o mesmo comentário relativo ao
verso 136.
“159 Considera em como amo os teus preceitos;
vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua bondade.”
Cabe aqui o mesmo comentário relativo
aos versos 153, 154 e 156, dentre outros deste mesmo salmo.
“160 As tuas palavras são em tudo verdade desde o
princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre.”
Cabe aqui o mesmo comentário relativo
aos versos 89 a 91, 142 e 152.
“161 Príncipes me perseguem sem causa, porém o que o
meu coração teme é a tua palavra.”
Quem tem o temor do Senhor e da Sua
Palavra não temerá a perseguição injusta dos poderosos da terra, porque terão
ao Senhor por Seu refúgio e proteção.
“162 Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha
grandes despojos.”
Há riquezas escondidas nas promessas da Palavra que são cavadas e achadas pela
fé e pela prática desta mesma Palavra. E o ser alvo do cumprimento destas
promessas traz grande alegria tal como quem acha grandes riquezas escondidas.
“163 Abomino e detesto a mentira; porém amo a tua
lei.”
Quem ama verdadeiramente a Palavra de
Deus, detesta e abomina toda forma de mentira. Tal pessoa sabe que Satanás é o
pai da mentira e que tudo que passa do sim, sim, não, não, procede do diabo, e
não de Deus. Por isso se afirma que os mentirosos não herdarão o reino do
céu.
“164 Sete vezes no dia, eu te louvo pela justiça dos
teus juízos.”
O salmista separava sete momentos específicos
durante cada dia, para louvar a Deus pela justiça dos Seus juízos. Era uma
forma de agradecimento constante por todos os livramentos que recebia de Deus.
Daí haver fortes evidências de que este Salmo seja de autoria de Davi, porque
não se conhece nenhum salmista que tenha sido tão afligido e perseguido, quanto
ele.
“165 Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles
não há tropeço.”
O efeito da prática da justiça é a paz.
É nos que têm sobre si o jugo da obediência de Jesus, que se cumpre a Sua promessa
de acharem paz e descanso para suas almas. Estes não tropeçarão andando em
dúvidas e em mau procedimento porque terão a instrução e o poder do Espírito
Santo, para andarem somente nas veredas aplanadas. O caminho que conduz ao céu
é estreito mas é perfeitamente aplanado, de forma que aqueles que andam por
ele, não tropeçarão em alguma pedra.
“166 Espero, SENHOR, na tua salvação e cumpro os
teus mandamentos.”
Como já comentado fartamente o salmista
sempre esperava no livramento do Senhor, guardando os Seus mandamentos. Ele não
permitia que o abatimento de sua alma, por causa das aflições, o afastasse do
caminho da verdade.
“167 A minha alma tem observado os teus testemunhos;
eu os amo ardentemente.
168 Tenho observado os teus preceitos e os teus
testemunhos, pois na tua presença estão todos os meus caminhos.”
O salmista chama ao próprio Senhor como
testemunha de que andava na Sua presença e nos Seus caminhos, porque tinha a
testificação do próprio Espírito, em aprovação em paz e alegria em sua
consciência e coração, de que tudo ia bem com a sua alma, porque guardava de
fato a vontade e os mandamentos de Deus, o que se comprovava também no seu
grande amor por eles. Quando a alma não é santificada, as ordenanças da
Palavra, especialmente aquelas que consistem em verdadeira crucificação do
nosso ego e vontade, são um fardo, um peso, mas os mandamentos não são nada
penosos para aqueles que andam no Espírito.
“169 Chegue a ti, SENHOR, a minha súplica; dá-me
entendimento, segundo a tua palavra.
170 Chegue a minha petição à tua presença; livra-me
segundo a tua palavra.”
A base de livramento que o salmista
usava era a própria Palavra, os critérios de Deus estabelecidos nela, e não
seus sentimentos, méritos, emoções, obras, etc. Era por isso que tinha firme
convicção de que suas súplicas seriam ouvidas pelo Senhor, porque agia em
conformidade com a Palavra, e por isso também orava pedindo-Lhe um
entendimento cada vez maior desta
Palavra, uma vez que era por ela que era abençoado.
“171 Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas
os teus decretos.”
O salmista louvava ao Senhor quando era
ensinado por Ele quanto aos Seus decretos. De fato é coisa maravilhosa ter
revelações da parte de Deus quanto à Sua vontade, especialmente no caso de
Davi, a quem Deus revelou coisas futuras, especialmente as que se cumpririam no
ministério do Messias. O grande General do céu, confiou os Seus segredos ao seu
general na terra. Quão grande honra havia nisto, e por isto Davi não somente se
alegrava, como também louvava a Deus por tais revelações.
“172 A minha língua celebre a tua lei, pois todos os
teus mandamentos são justiça.”
Não há nenhuma lei na terra, produzida
pelos homens, que seja tão sucinta e ao mesmo tempo tão perfeita como a Lei do
Senhor. Caso a humanidade se aplicasse de fato a amar e a cumprir a Lei de
Deus, teríamos um paraíso na terra, caso os praticantes dos Seus mandamentos se
sujeitassem ao principal deles de crerem em Cristo e mortificarem a natureza
terrena pelo Espírito.
“173 Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os
teus preceitos.
174 Suspiro, SENHOR, por tua salvação; a tua lei é
todo o meu prazer.”
A escolha que o cristão, e qualquer
pessoa deve fazer é a de guardar a Palavra do Senhor, cumprir os Seus
mandamentos, fazer a Sua vontade, e não propriamente buscar a Deus para somente
resolver seus problemas. Com isto se inverte a ordem das coisas, porque Deus
tem determinado que busquemos antes o Seu reino e a Sua justiça, e tudo mais
que nos for necessário será acrescentado por Ele. Devemos lembrar que antes de
tudo, quem deve ser buscado é o próprio Rei deste reino celestial e divino, a
saber, nosso Senhor Jesus Cristo. Quando
o Senhor e a Sua Palavra forem todo o nosso prazer, até mesmo deixaremos de
buscar aquelas coisas que antes ocupavam tanto a nossa mente e coração, porque
veremos o quão insignificantes são quando Jesus estabelece o Seu domínio
completo sobre o nosso coração e vontade.
“175 Viva a minha alma para louvar-te; ajudem-me os
teus juízos.
176 Ando errante como ovelha desgarrada; procura o
teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos.”
Este extenso salmo termina com uma
grande nota de humildade. O salmista reconhece que todos somos como ovelhas
desgarradas que necessitam continuamente estarem sendo procuradas pelo Senhor,
porque, de outro modo, em razão da natureza terrena, fugiremos da Sua santa
presença. É por esta procura contínua do Espírito Santo, que não desiste e não
abre mão da nossa presença por um só dia, que perseveramos e podemos fazer a
vontade de Deus. Se não fosse isto, não poderíamos permanecer firmes diante
dEle, vivendo de modo digno na Sua presença. Fomos criados para o louvor da
glória da graça de Deus, que nos foi concedida abundantemente em Cristo. Isto é
um dever que deve ser realizado voluntariamente e por amor. Para tanto,
necessitamos ser ajudados pelo próprio Senhor, o qual tem prometido, para tal
propósito, estar conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Se não
nos esquecermos da Palavra do Senhor, Ele sempre nos encontrará, e não
andaremos errantes. Por isso nunca devemos deixar de meditar na Palavra e de
nos esforçarmos em plena diligência, para cumprirmos os Seus mandamentos,
porque ainda que fracos, o Senhor nos fortalecerá, porque a Palavra tem este
poder de vivificar os nossos corações. Mas se deixarmos o remédio de lado, o
qual é a Palavra, não podemos contar com a cura. É precisamente isto que o
salmista quis deixar registrado ao fechar este precioso salmo.
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