JEREMIAS
32
“1 A
palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, no ano décimo de Zedequias, rei
de Judá, o qual foi o ano dezoito de Nabucodonosor.
2 Ora,
cercava então o exército do rei de Babilônia a Jerusalém; e Jeremias, o
profeta, se achava encerrado no pátio da guarda que estava na casa do rei de
Judá;
3 pois
Zedequias, rei de Judá, o havia encarcerado, dizendo: Por que profetizas ,
dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que entrego esta cidade na mão do rei de
Babilônia, e ele a tomará;
4 e
Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas certamente será
entregue na mão do rei de Babilônia, e com ele falará boca a boca, e os seus
olhos verão os olhos dele;
5 e ele
levará para Babilônia a Zedequias, que ali estará até que eu o visite, diz o
Senhor, e, ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?
6 Disse
pois Jeremias: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
7 Eis
que Hanamel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo
que está em Anatote, pois tens o direito de resgate; a ti compete comprá-lo.
8 Veio,
pois, a mim Hanamel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pátio da
guarda, e me disse: Compra o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim;
porque teu é o direito de herança e teu é o de resgate; compra-o para ti. Então
entendi que isto era a palavra do Senhor.
9
Comprei, pois, de Hanamel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e
pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos de prata.
10
Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas, e pesei-lhe o dinheiro numa
balança.
11 E
tomei a escritura da compra, que continha os termos e as condições, tanto a que
estava selada, como a cópia que estava aberta,
12 e as
dei a Baruque, filho de Nerias, filho de Maseias, na presença de Hanamel, filho
de meu tio, e na presença das testemunhas que subscreveram a escritura da
compra, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda.
13 E
dei ordem a Banique, na presença deles, dizendo:
14
Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras de
compra, tanto a selada, como a aberta, e mete-as num vaso de barro, para que se
possam conservar muitos dias;
15 pois
assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, e
campos, e vinhas nesta terra.
16 E
depois que dei a escritura da compra a Banique, filho de Nerias, orei ao
Senhor, dizendo:
17 Ah!
Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com
o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
18 Usas
de benignidade para com milhares e tornas a iniquidade dos pais ao seio dos
filhos depois deles; tu és o grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos
exércitos.
19
Grande em conselho, e poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos
os caminhos dos filhos dos homens, para dares a cada um segundo os seus
caminhos e segundo o fruto das suas obras;
20
puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em
Israel, como entre os outros homens; e te fizeste um nome, qual tu tens neste
dia.
21 E
tiraste o teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com maravilhas, e com
mão forte, e com braço estendido, e com grande terror;
22 e
lhes deste esta terra, que juraste a seus pais que lhes havias de dar, terra
que mana leite e mel.
23 E
entraram nela, e a possuíram; mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua
lei; de tudo o que lhes mandaste fazer, eles não fizeram nada; pelo que
ordenaste lhes sucedesse todo este mal.
24 Eis
aqui os valados! já vieram contra a cidade para tomá-la e a cidade está
entregue na mão dos caldeus que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e
pela peste. O que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.
25
Contudo tu me disseste, ó Senhor Deus: Compra-te o campo por dinheiro, e chama
testemunhas, embora a cidade já esteja dada na mão dos caldeus:
26
Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
27 Eis
que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso há alguma coisa demasiado
difícil para mim?
28
Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus,
e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os
caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a
queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a
Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois
os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão
somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito
senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na
verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem
provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de
mim,
32 por
causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram
para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus
sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de
Jerusalém.
33 E
viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com
insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas
puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a
profanarem.
35
Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para
fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes
ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem
pecar a Judá.
36 E
por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da
qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de Babilônia, pela espada, e pela
fome, e pela peste:
37 Eis
que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha
ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este
lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E
lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para
seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e
farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o
meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
41 E
alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra,
com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma.
42 Pois
assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim
eu trarei sobre eles todo o bem que lhes tenho prometido.
43 E
comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: E uma desolação, sem
homens nem animais; está entregue na mão dos caldeus.
44
Comprarão campos por dinheiro, assinarão escrituras e as selarão, e chamarão
testemunhas, na terra de Benjamim, e nos lugares ao redor de Jerusalém, e nas
cidades de Judá e nas cidades da região montanhosa, e nas cidades das planícies
e nas cidades do Sul porque os farei voltar do cativeiro, diz o Senhor.”
Neste e
no próximo capítulo, nós encontramos ainda promessas do Senhor relativas à Nova Aliança, como a
que se encontra registrada nos versos 37 a 40:
“37 Eis
que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha
ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este
lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E
lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para
seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e
farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o
meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.”
Veja
que aqui não se a diz apenas que Deus lhes faria regressar de Babilônia, mas de
todas as nações para onde haviam sido lançados por causa da ira do Senhor, para
voltarem a habitar na sua própria terra de Israel, e que lhes faria habitar
nela seguramente.
E agora
seriam o povo que o Senhor sempre intentou que eles fossem, ou seja, tendo-Lhe
para sempre como o seu Deus, e para tal propósito lhes daria um só coração, um
só caminho, de modo que fosse temido por eles eternamente, para o próprio bem
deles e de sua descendência; e isto seria possível porque faria uma aliança
eterna, ou seja, a Nova Aliança, pela
qual nunca poderá se desviar de fazer o bem a Seu povo, por causa da
justificação em Cristo, pela qual o temor do Senhor é colocado
sobrenaturalmente no nosso coração, pelo Espírito Santo, de forma que jamais
poderiam ser separados de Deus, porque o vínculo desta Nova Aliança, nos faz
estar ligados a Ele para sempre de modo que se afirma em Rom 8.35-39 o
seguinte:
“35
quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a
perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como
está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos
considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas
em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
38
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados,
nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
39 nem
a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
Por
este motivo, foi ordenado a Jeremias que comprasse em resgate o campo de seu
tio Hanamel, na sua terra de Anatote, e que lavrasse a escritura da compra, em
sinal de que terras voltariam a ser compradas em Judá, depois que os judeus
voltassem do cativeiro.
Isto
era uma garantia de que Deus tornaria a trazê-los de volta da terra para onde
os levara em cativeiro.
E o
Senhor dera tal ordem quando Nabucodonosor estava prestes a tomar Jerusalém, no
décimo ano do reinado de Zedequias, e a cidade foi tomada no quarto mês do
décimo primeiro ano do reinado do citado rei.
Nesta
ocasião Jeremias encontrava-se encarcerado no pátio da guarda da casa real, por
ordem de Zedequias, porque estava profetizando que Deus entregaria a cidade de
Jerusalém na mão do rei de Babilônia, e que o rei Zedequias não escaparia das
mãos dos babilônios, e o próprio Nabucodonosor o conduziria cativo para Babilônia.
Então a
assinatura da escritura da compra do campo de seu tio em Anatote, foi feita no
pátio da prisão onde Jeremias se encontrava, à vista de todos os judeus que
estavam sentados no pátio da guarda.
E as
duas escrituras, uma selada, e outra aberta, por ordem do Senhor, deveriam ser
colocadas num vaso de barro, para que ficassem conservadas por muitos dias,
porque seriam um sinal de que ainda se comprariam casas, campos e vinhas na
terra de Israel, depois de ficar desolada no período do cativeiro.
Isto
não foi feito em relação a Edom, Amom, Moabe, e outras nações que tinham
buscado a destruição de Judá, e no entanto elas é que foram destruídas, porque
Deus tem um propósito eterno com Israel, a nação que Ele próprio formou com a
chamada de Abraão, para ter um povo que guarde os Seus mandamentos e que O ame
e o Sirva para todo o sempre.
Deus
faria isto porque como Ele próprio disse a Jeremias, quando fez a promessa de
que se comprariam casas, campos e vinhas em Judá, depois do cativeiro, que não
há nada demasiado difícil para Ele, porque a perplexidade do profeta era grande
por ser muito grave a iniquidade de Judá. A dificuldade não seria o fato de
voltarem do cativeiro e comprarem terras, mas o fato de Deus perdoar tantas e
graves iniquidades e tornar a fazer o bem ao Seu povo, e com promessas de que
se uniria a eles para sempre.
O
Senhor mais uma vez havia declarado o motivo de estar entregando os judeus nas
mãos dos babilônios, e destacou especialmente o fato de estarem sacrificando
seus próprios filhinhos a Moloque, queimando-os em holocausto nos braços de
Moloque, no vale de Hinom, mas ainda voltaria a fazer o bem a Judá depois de
tê-los purificado destas idolatrias.
Nós
encontramos nos versos 28 a 35 o registro das abominações que os judeus haviam
praticado, e pelas quais estavam sendo castigados por Deus.
“28
Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus,
e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os
caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a
queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a
Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois
os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão
somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito
senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na
verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem
provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de
mim,
32 por
causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram
para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus
sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de
Jerusalém.
33 E
viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com
insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas
puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a
profanarem.
35
Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para
fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes
ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem
pecar a Judá.”
JEREMIAS
34
“1 A
palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, quando Nabucodonosor, rei de
Babilônia, e todo o seu exército, e todos os reinos da terra que estavam sob o
domínio da sua mão, e todos os povos, pelejavam contra Jerusalém, e contra
todas as suas cidades, dizendo:
2 Assim
diz o Senhor, Deus de Israel: Vai, e fala a Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe:
Assim diz o Senhor: Eis que estou prestes a entregar esta cidade na mão do rei
de Babilônia, o qual a queimará a fogo.
3 E tu
não escaparás da sua mão; mas certamente serás preso e entregue na sua mão; e
teus olhos verão os olhos do rei de Babilônia, e ele te falará boca a boca, e
irás a Babilônia.
4
Todavia ouve a palavra do Senhor, ó Zedequias, rei de Judá; assim diz o Senhor
acerca de ti: Não morrerás à espada;
5 em
paz morrerás, e como queimavam perfumes a teus pais, os reis precedentes, que
foram antes de ti, assim tos queimarão a ti; e te prantearão, dizendo: Ah
Senhor! Pois eu disse a palavra, diz o Senhor.
6 E
anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá, todas estas palavras,
em Jerusalém,
7
quando o exército do rei de Babilônia pelejava contra Jerusalém, e contra todas
as cidades de Judá, que ficaram de resto, contra Laquis e contra Azeca; porque
dentre as cidades de Judá, só estas haviam ficado como cidades fortificadas.
8 A
palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez
um pacto com todo o povo que estava em Jerusalém, para lhe fazer proclamação de
liberdade,
9 para
que cada um libertasse o seu escravo, e cada um a sua escrava, hebreu ou hebreia,
de maneira que ninguém se servisse mais dos judeus, seus irmãos, como escravos.
10 E
obedeceram todos os príncipes e todo o povo que haviam entrado no pacto de libertarem
cada qual o seu escravo, e cada qual a sua escrava, de maneira a não se
servirem mais deles, sim, obedeceram e os libertaram.
11 Mas
depois se arrependeram, e fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam
libertado, e tornaram a escravizá-los.
12
Veio, pois, a palavra do Senhor a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo:
13
Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu fiz um pacto com vossos pais, no dia em
que os tirei da terra do Egito, da casa da servidão, dizendo:
14 Ao
fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu, que te for vendido, e
te houver servido seis anos, e despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não
me ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos.
15 E
vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando
liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na
casa que se chama pelo meu nome;
16
mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um o seu
escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à vontade
deles; e os sujeitastes de novo à servidão.
17
Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a
liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu
vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a
fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra.
18
Entregarei os homens que traspassaram o meu pacto, e não cumpriram as palavras
do pacto que fizeram diante de mim com o bezerro que dividiram em duas partes,
passando pelo meio das duas porções.
19 Os
príncipes de Judá, os príncipes de Jerusalém, os eunucos, os sacerdotes, e todo
o povo da terra, os mesmos que passaram pelo meio das porções do bezerro,
20
entrega-los-ei, digo, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua
morte. Os cadáveres deles servirão de pasto para as aves do céu e para os
animais da terra.
21 E a
Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes entregarei na mão de seus inimigos e
na mão dos que procuram a sua morte, e na mão do exército do rei de Babilônia,
os quais já se retiraram de vós.
22 Eis
que eu darei ordem, diz o Senhor, e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão
contra ela, e a tomarão, e a queimarão a fogo; e das cidades de Judá farei uma
assolação, de sorte que ninguém habite nelas.”
Deus
havia enviado Jeremias ao rei Zedequias com uma palavra boa para ele, de
poupá-lo de ser morto à espada por Nabucodonosor, ainda que Jerusalém viesse a
ser tomada e queimada a fogo.
Ao
ouvir esta palavra Zedequias reuniu os príncipes e fizeram um pacto, assim como
todo o povo que tinha escravos que eram irmãos judeus, e os soltariam em
cumprimento à lei do ano sabático da Lei de Moisés.
E para
confirmarem o pacto ofereceram um bezerro em sacrifício na presença do Senhor,
o qual foi partido ao meio, e eles passaram no meio das duas partes,
significando que estavam oferecendo a sua própria vida, por aquela vítima
vicária, em símbolo de que cumpririam o que haviam feito.
Deus se
agradou tanto do que eles fizeram, que em vez de entrar em Jerusalém,
Nabucodonosor começou a se retirar com o seu exército e todas as tropas
confederadas das nações que ele havia dominado, e que se encontravam com ele
sitiando a cidade de Jerusalém.
Como
eles perceberam que tiveram alívio, voltaram a se endurecer, tal qual faraó no
passado, e tornaram a escravizar seus irmãos judeus aos quais haviam libertado.
Isto
fez com que a ira do Senhor se acendesse contra eles, porque de Deus não se
zomba, e estavam desprezando não somente o mandamento que tinham a obrigação de
cumprir, como quebrando um voto que
haviam feito na presença de Deus, com o oferecimento de um bezerro em
sacrifício.
Então,
o Senhor faria com que os babilônios dessem meia volta e tomassem e queimassem
a cidade, e Deus disse pelo profeta, que entregaria Zedequias na mão de
Nabucodonosr, e que todos aqueles príncipes e o povo da terra que haviam
quebrado o voto que fizeram de libertarem seus irmãos, seriam também entregues
na sua mão para serem mortos, e os seus cadáveres serviriam de pasto às aves do
céu e aos animais da terra.
JEREMIAS
35
“1 A
palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, nos dias de Jeoaquim, filho de
Josias, rei de Judá, dizendo:
2 Vai à
casa dos recabitas, e fala com eles, introduzindo-os na casa do Senhor, em uma
das câmaras, e lhes oferece vinho a beber.
3 Então
tomei a Jaazanias, filho de Jeremias, filho de Habazínias, e a seus irmãos, e a
todos os seus filhos, e a toda a casa dos recabitas,
4 e os
introduzi na casa do Senhor, na câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias,
homem de Deus, a qual estava junto à câmara dos príncipes que ficava sobre a
câmara de Maaseias, filho de Salum, guarda do vestíbulo;
5 e pus
diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho, e copos, e
disse-lhes: Bebei vinho.
6 Eles,
porém, disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso
pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos
filhos;
7 não
edificareis casa, nem semeareis semente, nem plantareis vinha, nem a
possuireis; mas habitareis em tendas todos os vossos dias; para que vivais
muitos dias na terra em que andais peregrinando.
8
Obedecemos pois à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto
nos ordenou, de não bebermos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas
mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas;
9 nem
de edificarmos casas para nossa habitação; nem de possuirmos vinha, nem campo,
nem semente;
10 mas
habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos
ordenou Jonadabe, nosso pai.
11
Sucedeu, porém, que, quando subia Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra esta
terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos
caldeus, e por causa do exército dos sírios; e assim habitamos em Jerusalém.
12
Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
13
Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Vai, e dize aos homens de
Judá e aos moradores de Jerusalém: Acaso não aceitareis instrução, para
ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor.
14 As
palavras de Jonadabe, filho de Recabe, pelas quais ordenou a seus filhos que
não bebessem vinho, foram guardadas; pois não o têm bebido até o dia de hoje,
porque obedecem o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado a
vós, com insistência, vós não me ouvistes.
15
Também vos tenho enviado, insistentemente, todos os meus servos, os profetas,
dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e emendai as vossas
ações, e não vades após outros deuses para os servir, e assim habitareis na
terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes o vosso ouvido,
nem me obedecestes a mim.
16 Os
filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai que ele
lhes ordenou, mas este povo não me obedeceu;
17 por
isso assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei
sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que pronunciei
contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles, e não
responderam.
18 E à
casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de
Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, guardando
todos os seus mandamentos e fazendo conforme tudo quanto vos ordenou;
19
portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Nunca jamais faltará
varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista diante de mim.”
A
narrativa deste capítulo pertence a um período anterior à dos capítulos
anteriores referentes ao tempo do rei Zedequias, porque os fatos aqui narradas
ocorreram antes dele, nos dias do rei Jeoaquim.
Por
ordem do Senhor, Jeremias trouxe a uma das câmaras do templo os filhos de
Jonadabe, filho de Recabe, que havia dado ordem aos seus filhos que não
tomassem vinho, e nem sequer plantassem vinhas, mas que vivessem em tendas,
para prolongarem seus dias na terra.
Com
isto, ele estava se prevenindo de que houvesse problemas de alcoolismo em sua
família, e deu um passo além da própria lei de Deus quanto ao uso do vinho que
era proibido somente aos que fizessem voto de nazireado, bem como todo produto
da vide.
Todavia,
o que Deus queria comparar era o fato dos filhos de Jonadabe terem obedecido
totalmente à ordem do seu pai, enquanto os judeus se recusavam a obedecer ao
Deus deles.
Porque
Jeremias colocou taças cheias de vinho na presença deles, seguindo as
instruções que lhes haviam sido dadas pelo Senhor, e lhes ordenou que bebessem,
mas eles se recusaram terminantemente a fazê-lo porque não queriam quebrar
a promessa de obediência que haviam
feito a Jonadabe, filho de Recabe.
Por
isso, o Senhor fez acerca deles, a promessa de nunca deixar faltar varões na
descendência deles, porque haviam honrado a seu pai, conforme era ordenado pela
Lei.
Mas,
dos judeus rebeldes que se recusavam a obedecê-lO, disse que lhes traria todo o
mal que havia profetizado contra eles.
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