“1 Filho meu, atende à minha sabedoria; inclina teu ouvido à minha
prudência;
2 para que observes a discrição, e os teus lábios guardem o
conhecimento.
3 Porque os lábios da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca
é mais macia do que o azeite;
4 mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de
dois gumes.
5 Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do
Seol.
6 Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos,
e ela o ignora.
7 Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das
palavras da minha boca.
8 Afasta para longe dela o teu caminho, e não te aproximes da
porta da sua casa;
9 para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a
cruéis;
10 para que não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem
os teus trabalhos na casa do estrangeiro,
11 e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
12 e digas: Como detestei a disciplina! e desprezou o meu coração
a repreensão!
13 e não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me
instruíam inclinei o meu ouvido!
14 Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e da
assembleia.
15 Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu
poço.
16 Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas ruas os
ribeiros de águas?
17 Sejam para ti só, e não para os estranhos juntamente contigo.
18 Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua
mocidade.
19 Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus
seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.
20 E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa,
e abraçarias o seio da adúltera?
21 Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o
qual observa todas as suas veredas.
22 Quanto ao ímpio, as suas próprias iniquidades o prenderão, e
pelas cordas do seu pecado será detido.
23 Ele morre pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua
loucura anda errado.”
Ninguém melhor do que Salomão para fazer as recomendações deste
capitulo contra a mulher adúltera, que espreita para apanhar os homens em
laços. Ninguém melhor do que ele para recomendar a fidelidade à própria esposa,
deleitando-se com ela, e a não se deixar atrair pela mulher licenciosa e
adúltera, porque ele experimentou o amargor que daí decorre, em sua própria
vida, por ter desprezado a sabedoria que ele mesmo nos recomendou.
De fato o adultério perverte o coração. A impureza do coração
destrói a vida de Cristo que nele estiver habitando, como vimos no comentário
do capítulo anterior. E o coração de Salomão veio a se perverter por causa
desta falta de vigilância em guardá-lo na pureza e na simplicidade. O amor requer
fidelidade e toda forma de infidelidade o destruirá. E sabemos que Deus é amor
em Sua própria natureza.
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