Provérbios 30
Silvio Dutra
Set/2016
A474
Alves, Silvio Dutra
Provérbios 30./ Silvio
Dutra Alves. – Rio de Janeiro,
2016.
51p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomão. 3.
Estudo Bíblico.
I. Título.
CDD
230.223
|
Provérbios 30
1 Palavras de Agur,
filho de Jaque, o masaíta, que proferiu este homem a Itiel, a Itiel e a Ucal:
2 Na verdade eu sou
o mais bruto dos homens, nem mesmo tenho o conhecimento de homem.
3 Nem aprendi a
sabedoria, nem tenho o conhecimento do santo.
4 Quem subiu ao céu
e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa
roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? E
qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?
5 Toda a Palavra de
Deus é pura; escudo é para os que confiam nele.
6 Nada acrescentes
às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.
Alguns acham que Agur não é o
nome deste autor, mas uma palavra definidora do seu caráter; pois esta palavra
significa coletor, e sendo um coletor, ele não compôs estes provérbios sozinho,
mas recolheu os ditos sábios e observações de outros, e isto se infere do que
ele diz no verso 3.
Não devemos enterrar nosso
talento, ainda que seja apenas um, mas, como temos recebido o dom, então
ministremos o mesmo, ainda que seja para coletar o que outros escreveram sobre
a Palavra de Deus.
Itiel e Ucal são mencionados como
os nomes de seus alunos, a quem ele instruiu.
Itiel significa Deus comigo. Ucal
significa o Poderoso.
Há três coisas às quais o profeta
visa aqui:
I. Humilhar-se. Antes que fizesse
confissão de sua fé, ele fez confissão de sua insensatez, fraqueza e
deficiência da razão, o que é tão necessário para ser guiado e regido pela fé.
Antes que ele fale a respeito do Salvador ele fala de si mesmo como tendo a
necessidade de um Salvador, e como nada somos sem ele; temos que sair de nós
mesmos antes de entrarmos em Jesus Cristo.
Ele fala de si mesmo como tendo
necessidade de ser justificado.
Quando reflete sobre si mesmo,
ele se classifica como sendo o mais bruto dos homens. Todo homem se embruteceu
(Jeremias 10.14). Mas aquele que conhece seu próprio coração sabe muito mais acerca
do mal que habita em si mesmo do que
qualquer outro.
Agur, quando foi considerado pelos
outros como sendo mais sábio do que a maioria, reconheceu-se o mais tolo. Seja
qual for a opinião elevada que outros possam ter de nós, devemos ter baixos
pensamentos acerca de nós mesmos.
Agur fala de si mesmo como que
lhe faltando uma revelação para guiá-lo nos caminhos da verdade e da sabedoria.
Ele diz que não aprendeu a sabedoria por qualquer poder próprio. Ele não teve o
conhecimento que tiveram os santos, os anjos, nossos primeiros pais na
inocência, nem diretamente das coisas santas de Deus, tendo uma visão delas,
nem fazendo qualquer juízo delas, senão de aprender de outros aquilo que Deus
teve o prazer de torná-las conhecidas.
O homem natural, os poderes
naturais, não podem perceber as coisas do Espírito de Deus.
II. Falar de Jesus Cristo, e da
Sua comunhão com o Pai (verso 4).
“Quem subiu ao céu...”.
Alguns entendem isso como se
referindo a Deus e às suas obras, que são, ambos, incomparáveis e imperscrutáveis.
Ele desafia toda a humanidade a
dar conta dos céus acima, dos ventos, das águas, da terra: "Quem pode dizer
que subiu ao terceiro céu, para ter uma visão das esferas acima, e depois ter
descido, e ter-nos dado uma descrição deles?
Quem pode dizer que teve o
comando dos ventos, como Deus faz, ou ter dirigido as ondas do mar, como Deus
tem feito? Quem estabeleceu os confins da terra, ou pode descrever a força de
seus fundamentos ou a extensão dos seus limites? Diga-me qual é o nome do homem
que pode comprometer-se a competir com Deus ou ser seu conselheiro? "
Nos dias da escrita do provérbio
Cristo não havia ainda se manifestado ao mundo, a sua revelação era velada, mas
hoje podemos exaltar a Cristo pela revelação direta que fizera de si mesmo no
mundo e nas Escrituras.
Por isso Jó disse: Ouvimos a sua
fama com os nossos ouvidos, mas não podemos descrevê-lo (Jó 28.22).
Certamente é Deus quem encerra os
ventos nos seus punhos e governa as águas como uma peça de vestuário; mas o qual
é o seu nome? É, Eu Sou o que Sou (Êxodo 12.14), um nome para ser adorado, e
que não deve ser entendido.
Qual é o nome do Seu filho, por
quem ele faz todas estas coisas? Os santos do Antigo Testamento esperavam que o
Messias fosse o Filho do Deus Bendito, e dele se fala aqui como sendo uma
pessoa distinta do Pai, mas seu nome ainda era um segredo. De fato, o nome de
Jesus somente foi revelado pela primeira vez pelo Arcanjo Gabriel a Maria.
O grande Redentor, nas glórias de
sua providência e graça, não pode ser igualado em sua perfeição.
As glórias do reino de Sua graça
são insondáveis e inigualáveis; porque
quem subiu ao céu ou dele desceu?
Quem além dele está perfeitamente
familiarizado com ambos os mundos, e tem uma correspondência livre com ambos, e
está, portanto, apto a resolver a correspondência entre eles, como Mediador?
Ele estava no céu no seio do Pai
(João 1.); daí, ele desceu para tomar nossa natureza sobre si. Com esta
natureza, além da divina tornou a ascender (Ef 4.9), para receber as glórias
prometidas ao seu estado exaltado.
As glórias do reino de sua
providência também são insondáveis e inigualáveis. O mesmo que concilia o céu e a terra foi
o Criador de ambos e governa e dispõe de tudo e todos. Seu governo
dos três elementos
inferiores: do ar, da água e da terra, é aqui particularizado.
Os movimentos do ar são de sua
direção. Satanás finge ser o príncipe do poder do ar, mas mesmo lá Cristo tem
todo o poder; repreendendo os ventos e eles lhe dão ouvidos.
Os limites da água são de sua
nomeação: Ele liga as águas como em uma peça de vestuário; determinando até
onde elas virão, e não mais (Jó 38.9-11).
Os fundamentos da terra são fixados
por Ele. Fundou em um primeiro momento; e os define ainda. Se Cristo não
tivesse interposto a força do seu poder, os fundamentos da terra teriam
afundado sob a carga da maldição sobre o solo, pelo pecado do homem. Quem e o
que é o Poderoso que faz tudo isso? Não podemos ter o poder e a perfeição de
Deus Pai, nem do seu Filho.
Agur nos assegura da verdade da Palavra
de Deus, e a recomenda a nós (verso 5, 6). Seus alunos esperam ser instruídos
por ele nas coisas de Deus. "Ai!" diz ele, "eu não posso
comprometer-me a instruí-los, a não ser indo à Palavra de Deus, e para ver o
que ele revelou de si mesmo e de sua mente e vontade, você precisa ter como
segura e suficiente cada palavra de Deus, porque é pura; e não há a menor mistura
de falsidade e corrupção nela".
As palavras dos homens são para
serem ouvidas e lidas com suspeição, mas não há o menor fundamento para
suspeitar de qualquer deficiência na Palavra de Deus; pois é como prata
purificada sete vezes (Sl 12.6), sem o mínimo de escória. A tua Palavra é muito
pura (Sl 119.140).
Deus, em sua Palavra, é um
escudo, uma proteção segura, para todos aqueles que se colocam sob sua proteção
e que colocam a sua confiança nele.
A palavra de Deus, aplicada pela
fé, nos amparará no meio dos maiores perigos (Sl 46.1,2).
Ela é suficiente e, portanto, nada
devemos lhe adicionar (verso 6). Nada deve ser adicionado à Palavra porque é pura
e perfeita. Esta proíbe a promoção de qualquer coisa, não somente em
contradição contra ela, mas em concorrência com ela; ainda que seja sob o
pretexto plausível de explicá-la, assim, nada deve fingido que é de igual
autoridade com ela, se está adicionando às Suas palavras, o que é não somente
uma vergonha, como abre uma porta para todos os tipos de erros e corrupções;
pois, é um absurdo ser concedido que a
palavra de qualquer homem ou grupo de homens deva ser recebida com a mesma fé e
veneração que são devidas à Palavra de Deus.
Devemos nos contentar com o que
Deus pensou ser suficiente e apto para nos dar conhecimento de sua mente, e não
cobiçarmos ser sábios acima do que está escrito; porque Ele vai ressentir-se
como uma afronta hedionda: "Ele te repreenderá, vai te contar como um
traidor contra Sua coroa e dignidade, e te colocará sob o pesado castigo
daqueles que adicionam às suas palavras, ou que as diminuem.” (Deut 4.2;
12.32).
Além disso, vamos incorrer em
erros intermináveis: "Tu serás
achado mentiroso, um corruptor da palavra da verdade, um criador de heresias, e
culpado das piores falsificações, fingindo ter uma missão divina e inspiração,
quando tudo não passa de uma fraude. Os homens podem ser enganados dessa
maneira, mas de Deus não se zomba. "
7 Duas coisas te
pedi; não mas negues, antes que morra:
8 Afasta de mim a
vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza;
mantém-me do pão da minha porção de costume;
9 Para que,
porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou
que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão.
Depois da confissão e credo de
Agur, temos aqui sua oração, na qual podemos observar no seu prefácio, a
importância de considerarmos o conteúdo
das coisas que vamos apresentar a Deus, antes de começarmos a orar.
É bom considerar o que
precisamos, e quais são as coisas que temos de pedir a Deus:
O que o nosso caso exige? O que
nossos corações desejam? O que seria que Deus deve fazer por nós? Para que não
tenhamos que procurar argumentos para a nossa petição quando estivermos orando.
Agur implorou para que não lhe
fosse negado o desejo que tinha em seu coração antes que morresse.
Ao orar, devemos ter em
perspectiva que a nossa passagem neste mundo é transitória, e que importa vivermos em conformidade com a devida retidão que nos
conduza à aprovação do Senhor, de forma que sejamos achados dignos de estar de
pé em sua presença por ocasião da sua vinda.
Se não formos renovados e
santificados antes de morrer, o trabalho não será feito depois, pois tudo o que
seremos na outra vida é determinado por aquilo que tivermos sido aqui embaixo,
deste outro lado do céu.
O conteúdo da oração de Agur
poderia ser resumido nas seguintes palavras: “Senhor, contanto que eu continue vivendo
na terra, deixe-me permanecer sob a condução da tua graça e providência".
A graça é suficiente para a nossa
alma. Jesus declarou ao apóstolo Paulo: "A minha graça te basta.”
Somente a graça pode afastar de
nós a mentira e a vaidade, conforme a primeira petição de Agur. Ele coloca em
perspectiva a principal coisa que necessitamos - a graça divina pela qual somente podemos triunfar
sobre o pecado e sermos santificados.
É a graça que subjuga o princípio
operante do pecado em nossa natureza terrena, e que nos habilita àquela retidão
que é demandada de nós por Deus.
É pela graça que se obtém o
perdão para o pecado. Quando Deus perdoa o pecado, ele o remove e afasta. Além
disso, ele faz provisão para que possamos vencer a tentação.
Nada há mais pernicioso para nós
do que o pecado e, portanto, não há nada pelo que devemos mais intensamente
orar do que não sermos vencidos pelo mal.
Então, Agur, sabiamente, em sua
oração buscou em primeiro lugar a provisão para o seu espírito imortal, mas
sabendo o quão nossa vida espiritual sadia pode ser impactada pelas coisas
relativas à nossa subsistência material, ele logo recorre a uma segunda petição
pela qual busca a provisão divina para as necessidades do seu corpo, mas de
forma equilibrada de maneira que fosse um bem e não um prejuízo para a sua
alma.
A sabedoria quanto a tudo o que
se relaciona às nossas necessidades naturais está revelada nesta segunda
petição de Agur. Ele quer receber de Deus somente aquilo que tivesse condição
de bem administrar, e que permitisse estar sempre lembrado da sua completa
dependência do favor divino.
Há uma tendência natural para nos
esquecermos de Deus quando nos
envolvemos além da medida com as coisas deste mundo, e somos cercados de muita
abundância e conforto. Por isso, em sua misericórdia, o Senhor intervém com
necessidades e tribulações para mantermos em perspectiva aquilo que é de fato
importante, a saber, estar em permanente comunhão com ele, em humilde
reconhecimento de que fomos criados em Cristo, por Cristo, e para vivermos para
ele.
Com isto, alcançamos também a
compreensão pelas tribulações e perdas que temos neste mundo, que tudo aqui é
passageiro e instável, e que há somente algo que é duradouro e eterno, a saber,
o Reino de Deus, que devemos buscar prioritariamente, antes de qualquer outra
coisa.
Também, devemos permanecer
aquietados e gratos a Deus por tudo que nos suceda, sabendo que nada poderá destruir
o nosso espírito eterno, e tudo aquilo que temos obtido por meio de Jesus
Cristo, caso permaneçamos na fé e na dependência do Senhor para tudo.
Por isso Agur orou contra os
extremos de abundância e de necessidade. Ao pedir que Deus não lhe desse nem a pobreza,
nem a riqueza, ele não pretendia prescrever a Deus, nem ter a pretensão de
ensinar-lhe qual era a condição que deveria ser atribuída a ele, e nem mesmo
orar contra a pobreza ou a riqueza
absolutas, como fossem um mal em si mesmas, mas que pela graça do Senhor, o seu
coração fosse guardado de se desviar em razão de tais circunstâncias extremas.
Ele pretendia expressar o valor
que os homens sábios e bons têm em um estado de terem atendidas as necessidades
simples e básicas para a manutenção da vida, permanecendo em submissão à
vontade de Deus.
Seu desejo concordava com o
mandamento divino através do apóstolo Paulo de estarmos sempre gratos e alegres
no Senhor, vivendo contentes em toda e qualquer circunstância (Fil 4.12).
Alguns podem preservar sua
integridade em circunstâncias extremas de pobreza ou riqueza, mas Agur, apesar
de temer a ambas, importava-se apenas com que a vontade do Senhor fosse feita.
Ele sabia que não há vida e
felicidade real quando o coração se aparta de Deus. Ele conhecia bem o que
sucedeu à nação de Israel por ter voltado as costas para o Senhor, e as
advertências quanto ao perigo da apostasia, como se vê por exemplo em
Deuteronômio 8.10-19:
“Quando, pois, tiveres comido, e fores
farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu.
Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu
Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus
estatutos que hoje te ordeno;
Para não suceder que, havendo tu comido e
fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as,
E se tiverem aumentado os teus gados e os
teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto
tens,
Se eleve o teu coração e te esqueças do
Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;
Que te guiou por aquele grande e terrível
deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não
havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira;
Que no deserto te sustentou com maná, que
teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te
fazer bem;
E digas no teu coração: A minha força, e a
fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que
ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança,
que jurou a teus pais, como se vê neste dia.
Será, porém, que, se de qualquer modo te
esqueceres do Senhor teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te
inclinares perante eles, hoje eu testifico contra vós que certamente perecereis.”
Agur sabia que os maiores ganhos
deste mundo não podem compensar a nossa culpa decorrente do pecado e nem mesmo
nos recomendar ao favor divino. Somente o coração confirmado com a graça de
Jesus pode satisfazer a Deus.
10 Não acuses o
servo diante de seu senhor, para que não te amaldiçoe e tu fiques culpado.
Somos instruídos a não abusar dos servos
de outras pessoas diante dos seus senhores, pois é algo desagradável e odioso,
pois não nos cabe exercer autoridade sobre eles diante daqueles a quem cabe tal
ofício.
Veja por exemplo o caso de um
oficial de um determinado batalhão acusar um soldado de outro batalhão na
presença do oficial que é responsável por ele. Cabia apresentar o fato da
acusação, se fosse o caso, ao oficial responsável e não tratar diretamente com
o seu subordinado.
Por isso devemos apresentar
nossas queixas contra nossos irmãos em Cristo àqueles que são os seus líderes e
não acusá-los diretamente na presença dos mesmos, pois isto é um ato desonroso
em relação àqueles aos quais cabe exercer a disciplina na Igreja, conforme a
chamada que tiveram da parte de Deus para tal propósito.
O provérbio afirma que agir de
tal forma imprudente e afrontativa faz com que a ira do Senhor do servo que
acusamos acabará se voltando contra aqueles que procedem de tal forma e não
propriamente contra o seu servo, a quem acusamos em sua presença.
Isto sucede com os demônios e
todos aqueles que intentam acusar os filhos de Deus, aos quais ele justificou
por causa da fé deles no sangue de Jesus Cristo. Infamá-los é o mesmo que
infamar Aquele que os justificou, e Deus não deixará de se irar contra todos os
que procedem de tal modo.
11 Há uma geração
que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.
12 Há uma geração
que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.
13 Há uma geração
cujos olhos são altivos, e as suas pálpebras são sempre levantadas.
14 Há uma geração cujos dentes são espadas, e cujas queixadas são facas, para consumirem da terra os aflitos, e os necessitados dentre os homens.
Há gerações que são mais ímpias do que outras. Isto é um fato que é comprovado pela história. E comparando a geração atual com as que a antecederam podemos facilmente chegar à referida conclusão.
É sabedoria entender que isto
tudo sucede para que possamos discernir o tempo que temos vivido, de forma a
agirmos com a devida prudência que o tempo requer.
Ninguém se apresse em seus
relacionamentos, quando o tempo é ruim, considerando bom, sem o devido exame e
prudência, a quem se nos apresente como amigo e pessoa confiável, pois, é da
seguinte forma que o apóstolo Paulo descreve a geração do tempo do fim:
“1 Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos
penosos;
2 pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios,
3 sem afeição natural, implacáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, inimigos do bem,
4 traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus,
5 tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder.
Afasta- te também desses.
6 Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e
levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências;
7 sempre aprendendo, mas nunca podendo chegar ao pleno
conhecimento da verdade.
8 E assim como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim
também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e
réprobos quanto à fé.
9 Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesta a
sua insensatez, como também o foi a daqueles.” ( II Timóteo 3.1-9)
O apóstolo Paulo cita a condição
apontada no provérbio de filhos desobedientes aos pais, implacáveis e sem afeto
natural.
As pessoas sentem-se justificadas
pelas coisas que fazem pois não respeitam os valores que lhes foram legados
pelas gerações passadas.
Quão difícil se torna então
encontrar pessoas que estejam habilitadas para agir em conformidade com o
compromisso de fidelidade, amor e justiça exigido pelo casamento.
Moças e rapazes tendem a se
entregar a vários relacionamentos que ofendem a honra que Deus atribui ao
matrimônio, e transgridem todos os princípios que ele estabeleceu para o mesmo.
As relações de trabalho não são
norteadas pelo princípio de honestidade e respeito entre empregados e patrões,
e isto se estende a outras esferas de relacionamentos.
E ainda assim as pessoas se acham
puras, sem que nunca tenham sido lavadas de sua iniquidade. Consideram correto
e aprovado tudo o que fazem, ainda que sejam as coisas mais abomináveis aos
olhos de Deus.
Este posicionamento conduz ao
orgulho exacerbado, e Deus e os seus mandamentos são removidos inteiramente de
diante dos olhos, das mentes e dos corações de tais pessoas.
Jamais admitirão a sua
necessidade de Cristo para serem purificadas e receberem um novo coração
sensível, amoroso, generoso, justo e verdadeiro.
O egoísmo é a lei da hora e
somente importa aquilo que satisfaça o próprio interesse, ainda que à custa de
se infringir o direito de outros.
Assim, outro ponto relevante
destacado no provérbio, ao qual são conduzidos pelos citados anteriormente é o
da violência extrema,
Isto explica porque há tanta
violência no mundo, e ficando cada vez mais especializada em requintes de
crueldade, como um mal que ninguém pode conter.
Os noticiários mostram isto de
modo muito claro e direto, cotidianamente, e muitos sequer ficam sensibilizados
e preocupados com tal estado de coisas, porque passa a ser considerado como algo
comum e banal.
O crime é banalizado e com isto,
a corrupção, apesar de ser condenada, é praticada abertamente por grande parte
da sociedade.
15 A sanguessuga tem
duas filhas: Dá e Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e com a quarta, nunca
dizem: Basta!
16 A sepultura; a madre estéril; a terra que não se farta de água; e o fogo; nunca dizem: Basta!
17 Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mãe, corvos do ribeiro os arrancarão e os filhotes da águia os comerão.
A sanguessuga que tem duas filhas: Dá e Dá, é uma referência
a um tipo de sanguessuga que ataca os cavalos e
que tem dois apêndices com os quais suga-lhes o sangue. Isto é especialmente
uma referência a um tipo de filho rebelde que sempre quer mais e suga todos os
recursos de seus pais. E há ainda no verso 15 uma referência a três coisas que
nunca serão satisfeitas, e quatro que nunca dirão que é o bastante. O inferno e
o útero estéril. O inferno nunca tem o bastante, e está sempre arrastando
pessoas para lá, o útero estéril nunca
está satisfeito, porque a vocação seria a concepção, e este desejo instintivo
só pode ser apagado pelo poder sobrenatural de Deus, assim como o desejo sexual
nos que Ele tem chamado para serem eunucos.
Temos a terra que sempre absorve a água que é derramada sobre
ela, e o fogo que continua se alastrando se não for apagado. E você pode somar
a isso as sanguessugas que representam em figura os filhos que não se importam
com o que você lhes dá, não importa o que você lhes faça, eles nunca acharão
que é o bastante. E essa palavra é boa, porque os pais que têm tais filhos
rebeldes e pensam que eles podem comprar a lealdade deles, ou comprar a
obediência deles ou comprar o respeito deles, deveriam saber que não poderão
nunca fazê-lo porque nunca estão satisfeitos. Eles estão como a sepultura, ou
como o útero estéril, são como a terra que nunca tem bastante água para
absorver, eles são como o fogo que nunca diz: vou parar porque já tenho
bastante, estou satisfeito.
E no verso 17 se diz que os olhos de quem zomba do pai ou de
quem despreza a obediência à sua mãe, os corvos no ribeiro os arrancarão e
pelos pintãos da águia serão comidos. Este provérbio é perfeito porque o filho
rebelde é cegado pelos corvos e pelos filhotes da águia que são aves de rapina
e comem principalmente os olhos dos cadáveres.
Um filho rebelde está retratado dessa forma horrível por
Deus, porque espiritualmente será cegado pela sua desobediência e desrespeito
aos seus pais. Ele não conhecerá a graça e o temor do Senhor. Ele não verá o
Reino de Deus, ele não verá a bênção do Senhor sobre a sua vida, por causa da
sua rebeldia que o cega e o impede de ver e viver o amor do Senhor.
E é triste para os pais que têm filhos que são assim
rebeldes, e que não aceitam a instrução e a disciplina, serem finalmente sendo
submetidos ao julgamento de Deus. E como isto é triste. Muito triste. Quantos
pais? Quantos de vocês têm um filho que caiu debaixo do julgamento divino?
Alguns até mesmo pereceram. Isto é realmente de quebrar o coração. Que coisa
séria e urgente é então ensinar os filhos a cumprirem o mandamento de Deus,
ensinando-lhes a obedecerem a seus pais. Isto é um bem que está sendo feito a
eles, e não a imposição de um tipo de fardo.
Agora como você faz este processo?
Como você traz uma criança à obediência e ao respeito? Voltemos para Provérbios
3.11,12: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua
repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a
quem quer bem.”. E a propósito, isso é citado em Hb 12.5-11 onde fala sobre
disciplina. A categoria aqui é um ato de disciplina. De um pai que realmente
ama o seu filho, você diz que você ama seu filho, então você disciplinará seu
filho. Todo filho que você amar será açoitado por você. Isso é o que a carta
aos Hebreus diz. Se Deus amar alguém, Ele o açoita, Ele o castiga. E é doloroso
no momento, mas tem o efeito do fruto pacífico de justiça.
Assim, em primeiro lugar, nós aprendemos aqui que o processo
de ensinar obediência e respeito é um processo de disciplina. A disciplina pode
ser definida simplesmente desta forma, a disciplina é aquela função pela qual
os pais recompensam a obediência e castigam a desobediência.... isso é
disciplina. A não conformidade com os padrões divinos traz consequências
negativas. A conformidade com aqueles padrões traz consequências positivas. É exatamente assim
como Deus nos disciplina.
Em Pv 6.20-23 lemos: “Filho meu, guarda o mandamento de teu
pai, e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração,
pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando acordares,
falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as
repreensões da disciplina são o caminho da vida.”.
O que você faz é inundá-los com a Palavra de Deus de forma
que isto informa a consciência deles e fala com eles. Agora você se lembra que
a consciência não tem nenhuma moralidade? A consciência é somente um sistema de
advertência, é uma cigarra, é uma luz vermelha, é um sino, é um apito. Isso é
tudo. A consciência reage ao sistema moral na mente. Reage a seu padrão moral
mais alto. Agora, para uma criança nascida no mundo a lei de Deus está escrita
onde? No coração, Romanos 2, a lei de Deus é escrita no coração, está lá. Eles
entendem o que é injustiça, eles porém amam a injustiça. E eles devem ser
disciplinados para corrigirem isto.
Agora aquela lei de Deus escrita no coração deles pode ser
afetada negativamente pelas mensagens que vêm da cultura. A cultura quer
reconstruir aquele código de moral. Quer entrar com mentiras. Quer reformar o
sistema moral inteiro deles, o sistema ético moral inteiro deles. E se tem
sucesso fazendo isso, então a consciência que é o dispositivo de advertência
fica mal informada e não lhe adverte quando você viola os mandamentos de Deus,
porque você alimentou a sua mente com coisas que são contrárias à verdade
revelada na Palavra. Se você tiver uma teologia distorcida, ou um sistema ético moral distorcido, então sua
consciência reagirá de acordo com esse sistema deformado. Assim quando você
entra no mundo, o que acontece? Aquela pequena criança é exposta a televisão,
rádio, filmes, música, educação, o processo inteiro da cultura e reforma a
grande verdade que foi colocada de nascença naquele pequeno coração por Deus e
sobre o que é certo e o que é errado. Romanos 2.14,15 fala da norma da lei
gravada por Deus nos corações de todas as pessoas, e Rm 1.19-21 diz que todos
têm conhecimento da existência de Deus e de seus atributos invisíveis, e do seu
eterno poder através da criação. E então as explosões da sociedade que,
dinamitam isso com a teoria da evolução de forma que eles criem convicções de
forma que cheguem a uma posição em que eles já não acreditam que Deus criou
tudo, e onde também são dinamitados com a imoralidade do sistema, até o ponto
em que eles já não sabem o que é certo e o que é errado, e o relativismo assume
o comando, não havendo mais para eles qualquer absoluto, e com isso a
consciência é desamparada. Toda a consciência reagirá ao sistema ético de Deus,
e estando sendo formada por um sistema ético distorcido ela ficará mal
informada e já não mais incomodará a pessoa quando estiver trilhando pelos
caminhos da rebeldia, porque a sua mente não está alimentada com os padrões de
conduta da Palavra de Deus.
Assim o que está sendo usado em nossa
cultura hoje em dia? Um esforço muito grande
para vender às crianças e aos jovens um sistema ético não cristão.
Liberte-se de Deus, não há nenhum criador, não há nenhum Deus, não há nenhuma
lei moral. Tudo o que você deseja é para você, tudo é puramente uma escolha de
estilo de vida. Os ídolos e cantores da MTV quando são entrevistados e
perguntados sobre o seu pensamento acerca do pecado, eles simplesmente negam
que exista algo chamado pecado. A luxúria não é um pecado, é apenas a
satisfação de desejos com pessoas do sexo oposto, sem cobranças de ambas as
partes, sem compromissos, e para eles aí está a grande vantagem porque seguem
livres para novas aventuras. Para eles a ganância é o que os torna ricos,
portanto não é um pecado. A falta de orgulho é para eles exatamente a causa dos
problemas com a sociedade por que lhes falta bastante orgulho para se imporem.
Assim o que a sociedade quer fazer é criar um sistema de
incredulidade, de valores satânicos, de forma que o que está sendo dito no
coração está errado. A segunda coisa que quer fazer é cauterizar a consciência.
Como faz isso? Falando-lhe que você não deveria escutar a consciência. Com
efeito diz que você não deveria se sentir culpado por nada que faça e que os
outros considerem errado, você não deveria sentir vergonha, você não
praticou nenhuma injustiça, o que
realmente aconteceu é que você foi abusado, sua mãe fez algo a você, seu pai
fez algo a você, você é uma vítima, não é sua falta, você não deveria se sentir
culpado, você não deveria se sentir responsável... e assim a sociedade
desobriga a pessoa de qualquer necessidade para escutar a voz da consciência.
Assim você mata a função da consciência, você reescreve o manuscrito para
valores morais e você tem um desastre potencial. E é esse o tipo de jovens que
nós temos em nossa geração.
Agora
você tem a ordenança de Pv 6.20-23: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai,
e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração,
pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando acordares,
falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as
repreensões da disciplina são o caminho da vida.”. Você tem que lhes ensinar os
mandamentos da Palavra de Deus, você tem que atá-los continuamente aos seus
pequenos corações, e amarrá-los ao redor dos seus pescoços... de modo que nunca
venham a ficar longe de tais mandamentos... e de forma que quando eles
estiverem caminhando eles estarão operando em suas pequenas mentes, quando eles
estiverem dormindo, essas verdades penetrarão os sonhos deles, porque estarão
tão profundamente inundados dos mandamentos de Deus que quando ao acordarem
eles serão o seu primeiro pensamento em suas consciências. Aquela pequena
criança deveria entrar na cozinha e o primeiro pensamento consciente da manhã é
que aquilo que a mãe pedir eles imediatamente responderão. Qualquer pai diz,
imediatamente eles respondem porque está no tecido da vida deles.
Em
Pv 10.13 lemos: “Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para
as costas do falto de senso.”. A vara da correção é para as costas daquele que
não tem compreensão. Agora, como você consegue que este menino ou menina lhe
obedeçam? Você lhes bateu com algo, que é chamado aqui de vara. Você diz
"Olhe, aqui está a vara, você quer fazer o favor de obedecer?”. Se a vara
nunca foi aplicada, eu não penso que eles entendam o quadro. Você é chamado
para usar o castigo corpóreo basicamente. Isso é o que diz. Uma vara é para a
parte de trás dele e não na frente ou no topo. Devem receber o castigo na parte
de trás onde eles foram projetados para apanhar, sem sofrer danos físicos. O
traseiro age como um acolchoando para o processo de disciplina.
Pv 13:24 diz: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o
que o ama, cedo o disciplina.”. Se você
ama seu filho você deve dar no seu traseiro com uma vara. E se você não o
fizer, quando ele o fizer por merecer, você odeia seu filho. Por que? Porque
você está contente em deixar aquela criança crescer em padrões de vida
pecaminosos. É que o que você quer para sua criança?
Dois policiais atendendo ao pedido de vizinhos abordaram uma
mãe que estava disciplinando o seu filho batendo no seu traseiro, a queixa era
que ela o estava espancando. Ela disse aos policiais: eu o estou corrigindo
agora para que amanhã ele não venha a apanhar de vocês. E com isso os policiais
foram embora sem dar palavra. Mas a sociedade está reagindo realmente a isto.
Eles querem mudar os padrões de Deus. Por inspiração do Inimigo eles pretendem
deixar as crianças sem disciplina para que sejam destruídas pelo seu pecado.
Certamente deve haver um equilíbrio nesta correção. O pai e a
mãe que estiverem em comunhão com Deus, andando na Sua presença, cheios da Sua
graça e amor, certamente não se excederão na correção de seus filhos. Não farão
isto para magoá-lo, machucá-lo, mas para que sinta e saiba que o pecado não
traz boas consequências. Por isso se lê em Pv 19.18: “Castiga a teu filho,
enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.”. A correção não
é um ato de violência que poderia deixar sequelas ou mesmo conduzir à morte. Literalmente,
não deseje a morte para ele. Se você não disciplinar seu filho, você realmente
está soletrando potencialmente a autorização da sua morte porque o
comportamento antissocial, indisciplinado pode conduzir rapidamente à morte.
Nós vemos isso em nossa sociedade, não é verdade? Morte por embriaguez, morte
por drogas, morte por comportamento criminoso, morte por doença venérea, por
todo lado. Crianças morrendo agonizantes, juvenis, adolescentes morrendo.
Alguém não soube a verdade de Deus, alguém não os disciplinou bastante enquanto
havia ainda esperança e eles desejaram com isso ainda que indiretamente e por
ignorância, a morte de seus filhos, porque isso é o que ocorre com pessoas
irresponsáveis, que vivem pecando, dominadas pelo mal e que nunca aprendem o
autocontrole.
Pv 22.15 diz: “A estultícia está ligada ao coração da
criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.”. A tolice está ligada ao
coração da criança. O que diz aqui é bem direto. Você tem uma criança depravada
e tola, se você quiser que ele não seja tão tolo, corrija-o com a vara da
disciplina. Isso é isto.
Levou muito tempo para eu aprender a mensagem do castigo. Mas
eu adquiri a mensagem finalmente que a dor não era particularmente agradável.
Minha mãe diz a mim que ela se sente culpada porque ela me deu muitas surras
quando era menino, e que isto era muito duro para ela. Escute, eu só posso
agradecer minha mãe por isso. Se ela não tivesse me corrigido daquela forma,
quem sabe que tipo de pessoa criminosa ou rebelde eu poderia ter sido?
Você diz: "Mas você pode ferir sua criança. Você pode
afetar sua criança de alguma maneira, ou você poderia deixar algumas cicatrizes
emocionais em seu filho.". Olhe, a Bíblia diz que você tem uma criança
tola, que a maldade está ligada ao seu coração, não é maravilhoso que você não
tem que fazer nenhum treinamento psicológico com a criança durante quatorze
anos senão que o você tem que fazer é simplesmente corrigi-lo com a vara? O que
eu quero dizer, é que você não tem que ir para a faculdade para fazer
isso.
Você diz, "Oh, mas isto não poderia feri-lo?”. Veja Pv
23.13: “Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara,
não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”. É
exatamente o contrário. Se você quer poupar seu filho disto por temer feri-lo
física ou emocionalmente, você estará contribuindo para que ele nunca associe
qualquer dor às suas rebeliões, e poderá ter um futuro em que poderá não apenas
ser um candidato à morte prematura por conta de não ter aprendido a disciplina
quando criança, por se envolver com coisas deste mundo em que corre sério risco
de vida, como também é um sério candidato ao inferno, porque não terá aprendido
o temor de Deus. A vara não vai matá-lo. Ele sobreviverá. Essa é a resposta
típica dos que justificam a retenção da vara e a falta de disciplina: "Oh,
eu não quero feri-lo... eu tenho medo que se eu o ferisse que ele não gostará
mais de mim.". Você ouve isso todo o tempo, e olhe o tipo de geração de
jovens que temos tido. A culpa maior é dos pais que não os disciplinaram. Por
terem se guiado por seus sentimentos e emoções e não por obedecerem a Palavra
de Deus. Eles se esquecem que seus filhos serão gratos a eles no futuro. Que
aprenderão a respeitar as pessoas. Que serão homens e mulheres de Deus num
mundo pervertido. Seu filho lhe amará por lhe ter mostrado o caminho da
retidão.
Você diria que isto é a coisa principal? Eu penso que é a
coisa principal. Eu penso que é por isso que isto está em toda a parte da
Bíblia quando fala de disciplina.
O que nós estamos dizendo aqui? Nós estamos dizendo que as
crianças têm que ser obrigadas a obedecer porque a depravação deles resiste a
isto.
Ele tinha falado antes daqueles
que devorou os pobres, e
tinha falado deles passado, como a pior de todas as quatro gerações não
mencionados (v. 14); Agora, aqui ele fala de sua insatisfação em fazer isto. O
temperamento que os coloca em cima dela é composta de crueldade e cobiça.
Agora, essas são duas filhas da sanguessuga que ataca os cavalos, a sua verdadeira
prole, que ainda clama: "Dá, dá, dá mais sangue, dá mais dinheiro"; porque
os sangrentos ainda estão sedentos de sangue; estão embriagados com sangue,
eles acrescentam sede à sua embriaguez, e vão procurá-la mais uma vez. Aqueles
também que amam a prata, o seu amor por ela nunca se fartará. Assim, enquanto a
partir destes dois princípios que estão devorando os pobres, eles são
continuamente desconfortáveis para si.
Agora, para uma maior ilustração
disso: Ele especifica quatro outras coisas que são insaciáveis, com as quais
esses devoradores são comparados.
18 Estas três coisas
me maravilham; e quatro há que não conheço:
19 O caminho da
águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e
o caminho do homem com uma virgem.
20 O caminho da mulher adúltera é assim: ela come, depois limpa a sua boca e diz: Não fiz nada de mal!
21 Por três coisas se alvoroça a terra; e por quatro que não pode suportar:
22 Pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando vive na fartura;
23 Pela mulher odiosa, quando é casada; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora.
Aqui são citadas quatro coisas que são insondáveis, maravilhosas demais para serem totalmente conhecidas.
As três primeiras coisas são naturais,
e são citadas somente para efeito de comparação com a ilustração da última.
Não podemos traçar o caminho que
uma águia fez no ar, pois não pode ser rastreado pelos processos comuns que nos
levam a identificar o caminho que é feito pelos animais que andam sobre a terra
(pegadas, cheiro etc).
De igual modo, o caminho da cobra
que rasteja sobre a rocha não pode ser identificado como o das que se deslocam
sobre a areia, pelos rastros que deixam sobre a mesma.
Um navio no meio do mar, também
não deixa rastros após si nas águas sobre as quais navegou.
Estes exemplos então são dados
para explicar que não se pode identificar o sentimento e intenções perversas
que existem no coração de um homem que se junta à uma moça virgem.
Isto pode pertencer às
profundezas de Satanás, que enganam e trabalham na maldade desesperada do
coração humano que ninguém pode conhecer (Jeremias 17.9).
Não se pode medir as artes
amaldiçoadas que um adúltero vil tem para corromper uma moça, e persuadi-la a
ceder ao seu desejo perverso e abominável.
Com pretensões e declarações de
amor, e todos os seus encantos poderosos, promessas de casamento, garantias de
sigilo e recompensa, muitas virgens incautas são levadas a vender sua virtude,
honra, e paz de alma, e tudo o que um traidor pode lhe furtar.
Quanto mais artisticamente a
tentação é gerida, mais vigilante e
resoluto deveria cada coração puro resistir contra ela.
Depois de falar das coisas
ocultas que podem ser abrigadas no coração de um homem em relação a uma virgem,
o sábio se refere no verso 20 ao caminho da mulher adúltera, que também usa de
vileza para esconder sua maldade, especialmente de seu marido, de quem ela se
aparta aleivosamente; por seguir as suas inclinações lascivas, que tão astuciosamente
ela disfarça, que é quase impossível de se descobrir como o caminho da águia que se desloca no ar.
Ela come o fruto proibido, à semelhança da transgressão de Adão, e limpando sua
boca, para que não seja descoberta, diz com ousado descaramento que não
praticou qualquer iniquidade.
Ela se apresentará como devota a
Deus e como quem busca a santificação, enquanto vive de modo lascivo
ocultamente., pois encontra prazer em viver de tal forma enganosa.
Para o mundo, ela nega o fato, e
está pronta para jurar que é tão casta e modesta como qualquer mulher, e que
ela nunca praticou a maldade da qual é suspeita. Essas são as obras das trevas,
que são impedidas de virem à luz, como nosso Senhor se referiu a elas no
terceiro capítulo do evangelho de João.
Sua própria consciência (se ela
tiver alguma) está cauterizada, e não vê qualquer dano nesse tipo de maldade,
senão apenas um entretenimento inocente. (Oseias 12.7, 8)
Assim, multidões arruínam suas
almas, chamando o mal de bem e se baseiam em suas convicções com uma forma de autojustificação,
pois não têm diante de si o temor de Deus e não têm seus valores firmados nos
preceitos da Sua Palavra.
Os versos 21 a 24 citam quatro
coisas que são intoleráveis, ou seja, quatro tipos de pessoas que são muito
problemáticas para os lugares onde vivem e as relações em que se encontram; e a
terra fica inquieta por causa delas, e geme sob elas como um fardo que não pode
suportar, e todas elas são muito parecidas:
1. O servo que é colocado em
posição de autoridade, torna-se insolente e autoritário.
2. Um tolo que fica rico irá
perturbar todo o tipo de companhia com seu discurso extravagante e com as
afrontas que ele vai fazer àqueles que
estiverem debaixo do seu poder.
3. A mulher odiosa que se esconde
debaixo da autoridade do seu marido para fazer o mal a outros. Já a mulher que é sábia e discreta é submissa
e mansa conforme é da vontade de Deus.
4. Uma serva antiga que tem
prevalecido com sua senhora, por ser indulgente para com ela, invertendo assim,
a posição natural da autoridade, pois se perverterá achando que lhe cabe
deliberar e decidir sobre todas as coisas que estão sob o seu cuidado.
24
Estas quatro coisas são das menores da terra, porém bem providas de sabedoria:
25 As
formigas não são um povo forte; todavia no verão preparam a sua comida;
26 Os
coelhos são um povo débil; e contudo, põem a sua casa na rocha;
27 Os
gafanhotos não têm rei; e contudo todos saem, e em bandos se repartem;
28 A
aranha se pendura com as mãos, e está nos palácios dos reis.
Agur, tendo especificado antes quatro
tipos de pessoas que parecem grandes e que, no entanto, são realmente
desprezíveis, especifica agora quatro coisas que são pequenas, mas muito
admiráveis e excelentes, através das quais podemos aprender várias e boas
lições, como por exemplo:
1. Não considerarmos atributos
físicos, beleza, ou força, como coisas essenciais às pessoas de valor, mas
julgar os homens por sua sabedoria e conduta, por sua aplicação em seus deveres,
que são os caracteres que merecem respeito.
2. Admirarmos a sabedoria e o
poder do Criador nos animais menores e mais desprezíveis, em uma formiga, tanto
quanto em um elefante.
3. Culparmos a nós mesmos por não
agirmos tanto quanto deveríamos para o nosso próprio verdadeiro interesse como
as criaturas mais inferiores fazem por elas.
4. Não desprezarmos as coisas
fracas do mundo; pois sendo de pequena conta, ainda são extremamente sábias
pelo instinto especial da natureza, fazendo regularmente tudo o que Deus
planejou para elas.
II. Aqueles que ele especifica são:
1. As formigas, que sendo animais
diminutos e muito fracos, ainda assim são muito diligentes em juntar alimento
adequado, e com uma sagacidade maravilhosa de fazê-lo no tempo adequado, a
saber, no verão, para que possam ter mantimento no inverno.
Leões que são fortes e
devoradores podem passar fome, mas as formigas laboriosas têm abundância, e não
conhecem falta.
2. Os coelhos, ou, como alguns assim
o compreendem, os ratos árabes, que são ratos do campo, criaturas fracas, e
muito tímidos, mas eles têm sabedoria suficiente para fazer a sua casa nas
rochas, onde eles ficam bem protegidos.
O senso da nossa própria
indigência e fraqueza deveria nos levar a edificar a nossa casa numa Rocha
maior, a saber, em nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a prática da Sua
Palavra.
3. Os gafanhotos; que são também
pequenos, e que não têm rei, como as abelhas, que possuem uma rainha, mas eles
saem todos como um exército em batalha; e, observando tal boa ordem entre si, que
isto não é qualquer inconveniente para eles não possuírem um rei. Eles são
chamados de grande exército de Deus (Joel 2.25.); porque, quando quiser, ele
pode usá-los para afligir os homens por suas impiedades, assim como havia feito
contra o Egito.
4. A aranha, um inseto, que são muito
industriosas em nossas casas como as formigas no campo. As aranhas são muito
engenhosas em tecerem suas teias com finura e exatidão, como nenhuma arte pode ser
capaz de imitar.
Elas habitam nos palácios dos
reis, apesar de todo o cuidado que é usado para destruí-las.
A Providência divina mantém de forma maravilhosa esses tipos de criaturas,
das quais os homens são contrários e procuram destruir. O Deus que é poderoso para preservá-las, é o
mesmo que pode preservar os homens que se consideram pobres de espírito e
dependentes dele, comprovando isto por meio da fé em Jesus Cristo.
29
Estes três têm um bom andar, e quatro passeiam airosamente;
30 O
leão, o mais forte entre os animais, que não foge de nada;
31 O
galgo; o bode também; e o rei a quem não se pode resistir.
32 Se
procedeste loucamente, exaltando-te, e se planejaste o mal, leva a mão à boca;
33
Porque o mexer do leite produz manteiga, o espremer do nariz produz sangue;
assim o forçar da ira produz contenda.
Aqui são enumeradas quatro coisas
que são majestosas e imponentes quando andam:
1. O leão, o rei dos animais,
porque é o mais forte entre os animais;
pois entre eles é a força que dá a
preeminência, mas é uma pena que isto seja feito entre os homens, cuja
sabedoria é a sua honra, não a sua força e vigor.
O leão não se afasta nem altera o
seu ritmo, por medo de quaisquer perseguidores, uma vez que sabe que não são
páreo para ele.
Por isso os justos são comparados
aos leões, pois não fogem de seu dever por medo de qualquer dificuldade que
encontrem em seu caminho.
2. O galgo que é cingido nos
lombos e apto para correr; ou um cavalo, que não deveria ser omitido entre as
criaturas que se movem airosamente.
3. O bode, com a beleza com que
vai adiante conduzindo o rebanho.
De igual modo é belo quando um
cristão conduz uma obra para levar outros para o bom e reto caminho.
4. Um rei, que, quando aparece em
sua majestade, é encarado com reverência e temor, e todos concordam que não se
deve levantar contra ele; pois ninguém pode competir e contender com ele, e
quem o faz, é em sua própria conta e risco. E, se não se deve levantar contra
um príncipe terreno, ai daquele então que contende com o seu Criador.
Pretende-se assim que devemos
aprender a ter a coragem e força em todas as ações virtuosas do leão e não
fugir de qualquer dificuldade que se apresente. Do galgo podemos aprender a rapidez
e prontidão para o serviço, e do bode o cuidado de nossa família e daqueles sob
o nosso comando, e de um rei para ter nossos filhos em sujeição, com toda a seriedade.
II. Nos versos 32 e 33 é
recomendado o cuidado que devemos ter em manter a calma em todos os momentos e
em todas as provocações, e tomar cuidado de não levar nossos ressentimentos
longe demais em qualquer ocasião, especialmente quando há uma autoridade no
caso, à qual devemos ser submissos pela vontade de Deus.
1. Temos de frear e suprimir a
nossa própria paixão iracunda, e ter vergonha de nós mesmos, sempre que formos
justamente acusados de uma falha, e não insistir em nossa própria inocência.
Se temos nos levantado com um
conceito orgulhoso de nós mesmos ou com uma oposição preconceituosa em relação aos demais,
temos agido tolamente.
Aqueles que se engrandecem sobre
os outros ou contra outros, que são arrogantes e insolentes, trazem somente
vergonha para si e traem a sua própria fraqueza.
Mas, se estamos conscientes de
nós mesmos e que temos abrigado um projeto mau em nossas mentes, ou que tenha
sido sugerido para nós, devemos colocar nossa mão na nossa boca, isto é,
devemos nos humilhar pelo que temos feito de errado, e até mesmo colocar a boca
no pó diante de Deus, em tristeza, assim como Jó, quando ele se arrependeu do
que tinha dito tolamente (cap. 40.4),
É ruim pensar mal, mas é muito
pior falar o mal que pensamos, pois isso implica um consentimento para o mau
pensamento e vontade de contagiar outras pessoas com ele.
Não se deve irritar as paixões
dos outros. Alguns são tão irritantes em suas palavras e conduta que até forçam
outros à ira.
Agora, este espremer da ira
produz contenda, e nesta há confusão e toda obra má; pois assim como o agitar
do leite produz a manteiga e o espremer o nariz vai fazer com que sangre, de
igual modo, agitar os resíduos de ira furta do homem todo o bem que estiver
nele, e produzirá contendas.
O espírito é aquecido por graus
com fortes paixões; uma palavra com raiva gera outra, e isto chega ao ponto de
gerar situações irreconciliáveis. Que nada, portanto, seja dito ou feito com a
violência, mas cada coisa com suavidade e calma.
amém, belo estudo <3
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