Provérbios 29
Silvio Dutra
Mar/2016
A474
Alves, Silvio Dutra
Provérbios 29./ Silvio
Dutra Alves. – Rio de Janeiro,
2016.
30p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomão. 3.
Estudo Bíblico.
I. Título.
CDD
230.223
|
Provérbios 29
1 O
Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído
sem que haja remédio.
Temos descrita aqui a obstinação de muitas
pessoas ímpias em um mau caminho que é para ser muito lamentado.
Eles são muitas
vezes repreendidos por pais e amigos, por magistrados e ministros, pela
providência de Deus e por suas próprias consciências, tendo os seus pecados colocados
diante deles e avisados das suas consequências, mas tudo é em vão; pois
endurecem a sua cerviz, recusando-se a se inclinarem em humildade diante do
Senhor, confessando a sua culpa.
Eles recusam a repreensão (Prov
10.17), desprezam-na (Prov 5.12) e a odeiam (Prov 12.1).
Esta obstinação deve ser muito
temida, pois aqueles que permanecem no pecado, apesar de serem advertidos,
serão destruídos; sem que haja esperança para eles de serem curados.
2
Quando os justos governam, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo
geme.
O significado deste provérbio foi
comentado anteriormente em Provérbios 28.12,28, onde registramos o seguinte:
O conforto do povo de Deus é a honra da
nação em que
vivem.
Há uma grande glória
habitando na terra quando os justos governam, porque isto não somente exalta a
Deus, como faz bem ao povo, por uma administração de justiça e de paz.
Mas, o avanço dos ímpios é o
eclipse da beleza de uma nação; pois quando assumem as posições de liderança,
opõem-se a tudo o que é justo e sagrado, e todas as formas de opressão passam a
ser vistas na terra, fazendo com que os homens se escondam do alcance das más
ações deles.
As pessoas vão realmente se
alegrar ou chorar de acordo com os seus governantes, caso sejam,
respectivamente, justos ou ímpios.
3 O
homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas
desperdiça os bens.
Aquele cujo coração é sábio por
ser instruído e dirigido por Deus evita as más companhias e, especialmente, a companhia
de mulheres lascivas; e nisto alegra seus pais, e tem a satisfação de ser um
conforto para eles, tanto no sentido moral espiritual, quanto ao secular, por
não desperdiçar os seus bens com a luxúria.
Nada vai empobrecer mais cedo os homens
do que os desejos da imundícia.
4 O
rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de subornos a transtorna.
Temos aqui a felicidade de um
povo sob um bom governo.
O cuidado e negócios de um bom
governante são um sustentáculo para a manutenção da boa ordem na terra, por
defender suas leis fundamentais, por garantir a liberdade e propriedades dos
cidadãos, e fazer com que as decisões judiciais sejam dirigidas por sábios
conselhos e pela administração constante da justiça, sem se fazer acepção de pessoas.
5 O
homem que lisonjeia o seu próximo arma uma rede aos seus passos.
A lisonja fácil é na verdade uma
armadilha para ludibriar os incautos, de maneira a se tirar vantagem deles.
Por isso é sábio que se suspeite
daqueles que nos lisonjeiam, uma vez que podem estar abrigando secretamente maus intentos em relação a nós.
Somente o fato de alguém acender
o nosso orgulho, tornando-nos vaidosos, já é um grande prejuízo, uma vez que
nos convém andarmos em constante humildade.
6 Na
transgressão do homem mau há laço, mas o justo jubila e se alegra.
Não há apenas o perigo da punição
sobre uma disposição pecaminosa, porque no fim, há um laço nela.
Um pecado é uma ponte para outro,
e há problemas
que, como um laço, vêm de repente
sobre os homens maus em meio às suas transgressões; ou como consequência
posterior a elas, na forma de sequelas.
A armadilha que se encontra na
transgressão dos maus estraga toda a sua alegria, mas os justos são livrados
dessas armadilhas, e andam em liberdade, caminhando em segurança, e, portanto,
cantando e se alegrando.
Aqueles que fazem de Deus a sua
maior felicidade tê-lo-ão como a sua grande alegria, e nele sempre se regozijarão.
7 O
justo se informa da causa dos pobres, mas o ímpio nem sequer toma conhecimento.
Quem é justo não julga por
aparência ou por condição social, senão segundo a reta justiça divina, e esta
determina que assim se proceda especialmente, em relação aos pobres.
Temos então aqui a descrição do
caráter de um juiz justo que considera a causa dos pobres.
É dever de todo homem considerar
os pobres, mas o julgamento dos pobres deve ser considerado por aqueles que se assentam
em tribunais (Sl 41.1).
Eles devem exercer o máximo de
esforço para assegurar o direito em causa tanto de um homem pobre quanto de um
homem rico.
8 Os
homens escarnecedores alvoroçam a cidade, mas os sábios desviam a ira.
Temos aqui os homens que são perigosos
para o público -
homens escarnecedores. Quando estes são empregados nos negócios do Estado eles
fazem coisas ilegais e injustificáveis, porque
desprezam as leis e a Constituição; eles quebram a boa-fé das pessoas porque desprezam honrar a sua palavra, do mesmo modo
que desprezam o próprio povo.
Assim, eles trazem uma cidade em
um laço pela sua conduta insensata, produzindo ira na população.
Tais homens são as pragas de sua
geração; pois trazem os juízos de Deus sobre a terra.
Mas, aqueles que são sábios no
seu proceder e agem do modo justo conforme é requerido por Deus, desviam a Sua
ira e a das pessoas que governam, por conselhos prudentes, e conciliando partes,
para evitar as consequências perniciosas de divisões.
Homens orgulhosos e insensatas
acendem as chamas que os homens sábios e justos devem extinguir.
9 O
homem sábio que pleiteia com o tolo, quer se zangue, quer se ria, não terá
descanso.
Um sábio não deve
entrar em debate com um tolo porque este jamais será convencido quanto àquilo
que é justo e correto.
Seja qual for o tom com que seja
apresentado o argumento sábio – se sóbrio, enérgico ou brando e simpático, o
efeito será sempre o mesmo, porque o tolo não se emendará, independentemente do
tempo pelo qual se prolongue o arrazoamento do sábio.
10 Os
homens sanguinários odeiam ao sincero, mas os justos procuram o seu bem.
Os homens maus odeiam seus
melhores amigos.
Os sedentos de sangue, que
compõem toda a linhagem da antiga Serpente, que foi um homicida desde o princípio, todos
os que são herdeiros da sua inimizade contra a semente da mulher, odeiam os
justos, porque eles, pelo seu bom procedimento são uma condenação para o mundo perverso
e um testemunham contra ele.
Cristo disse a seus discípulos
que eles seriam odiados de todos.
Os homens sanguinários odeiam
especialmente os magistrados, por restringi-los, e por colocarem as leis em
execução contra eles, e com isso, ainda que eles os rejeitem, estão lhes
fazendo um grande favor, pela oportunidade que ensejam para o seu
arrependimento.
Já os justos não somente amam
seus amigos sinceros, como também seus piores inimigos, pois são capacitados
para isto pela graça de Cristo, e entendem que convém imitá-lo, pois é
longânimo e bom para com todos os pecadores, na expectativa de que melhorem o
seu procedimento.
Os justos, a quem os homens
sanguinários odeiam, procuram pelo bem das suas almas, oram por sua conversão,
e de bom grado fazem qualquer coisa para a salvação deles.
11 O
tolo revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o fim.
É uma demonstração de fraqueza ser
muito aberto. O tolo revela toda a sua mente, diz tudo o que sabe, e tem em sua
boca instantaneamente tudo o que ele tem em seus pensamentos, e não consegue
guardar qualquer segredo; e quando se irrita dirá qualquer coisa que lhe vier à
mente sem refletir, e ao falar de qualquer assunto vai dizer tudo o que pensa,
e nunca aquilo que for o suficiente e
pertinente à questão,
Já o sábio é reservado e não irá
revelar toda a sua mente de uma vez, mas
gastar tempo para um segundo pensamento, ele não irá se entregar a um discurso
contínuo, ou um discurso engomado, mas com pausas, para que ele possa ouvir o
que está sendo contestado para poder responder.
12 O
governador que dá atenção às palavras mentirosas, achará todos os seus servos
ímpios.
É um grande pecado em qualquer
pessoa, especialmente nos governantes, dar ouvidos a mentiras; porque, assim,
eles não somente podem fazer um julgamento errado, como encorajar outros a dar
informações erradas.
Mentiras serão ditas para aqueles
que lhes derem ouvido; mas, neste caso, o receptor é tão mau, quanto o ladrão.
Este procedimento por parte de
senhores e governantes contribuirá para que todos os seus servos sejam achados
na prática da impiedade, porque serão muito poucos os que terão coragem de lhes
dizer a verdade, por temor de contrariá-los. Acrescente-se a isto, que esta
prática de dar ouvido à mentira, estimula o exercício da imaginação com
invencionices por parte dos informantes, para que caiam no agrado dos seus
senhores, em demonstração do quanto estão dispostos a serem leais a eles, ainda
que seja com falsidades.
13 O
pobre e o usurário se encontram; o Senhor ilumina os olhos de ambos.
Isto mostra quão sabiamente o
grande Deus serve os desígnios de sua providência por pessoas de diferentes
temperamentos, capacidades e condições no mundo.
Alguns são pobres e forçados a
tomar empréstimos; outros são ricos, e são credores, ou usurários, e o Senhor
ilumina os olhos de ambos; ele faz com que o sol brilhe sobre ambos e dá a
ambos os confortos desta vida.
Para alguns de ambos os tipos ele
dá a Sua graça. Ele ilumina os olhos dos pobres, dando-lhes paciência, e do
enganador, dando-lhes o arrependimento, como a Zaqueu.
Ele usa em Seu serviço a ambos,
tanto o rico quanto o pobre, e declarou expressamente que nos dias da Nova
Aliança derramaria o Espírito Santo sobre toda a carne, e tanto jovens quanto
velhos, tanto servos quanto senhores receberiam dos Seus dons para ministrarem
ao mundo o Evangelho de Cristo (Joel 2.28,29).
14 O
rei que julga os pobres conforme a verdade firmará o seu trono para sempre.
Temos aqui o dever de
magistrados, que é o de julgar com fidelidade entre homem e homem, e determinar todas as causas perante eles, de
acordo com a verdade e a equidade, especialmente em se tratando de pobres (Êxodo
23.3).
O rico pode contar com seus
recursos para promover a sua defesa pagando bons advogados, mas o pobre
necessita da defesa dos governantes (Sl 82.3).
15 A
vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma,
envergonha a sua mãe.
Os pais, na educação dos
filhos, não devem somente dizer a eles o que é o bem e o que é o mal, mas devem
repreendê-los e corrigi-los também, se necessário, quando
negligenciam o que é bom fazendo
o que é mau.
O uso da vara deve ser feito com
sabedoria, longanimidade e amor, e nunca como um motivo para os pais
descarregarem a sua ira. O objetivo é o de que a criança venha a temer o que é
mau e amar o que é bom.
Uma criança que não é restringida
ou reprovada, mas que é entregue a si mesma, seguindo suas próprias
inclinações, pode praticar o bem, mas, será mais observado uma disposição para
praticar o mal, pois é esta a inclinação natural do coração humano corrompido
pelo pecado.
16
Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos
verão a sua queda.
Quanto maior é o número de
pecadores, consequentemente, é também maior o número de pecados; pela má
influência de uns sobre os outros, reciprocamente.
No velho mundo, quando os homens
se multiplicaram, eles começaram a se degenerar e a corromper uns aos outros.
Quando a corrupção é tolerada,
muitos são incentivados à sua prática por causa da impunidade.
Mas, ainda que não venham a cair
neste mundo, eles terão que enfrentar o justo juízo de Deus no julgamento do
Grande Dia.
17 Corrige
o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma.
É uma coisa muito feliz quando os
filhos são um motivo de conforto para os seus pais.
É um prazer para os pais, que
ninguém conhece, senão aqueles que são abençoados com ele, por ver o fruto
feliz da boa educação que deram a seus filhos, tendo em perspectiva o bem-estar
deles mesmos em ambos os mundos, quer no secular, quer no espiritual.
Para tanto, as crianças devem ser
educadas sob uma disciplina rigorosa, e não ficarem sem repreensão quando agem
de modo errado.
18 Não
havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é
bem-aventurado.
Temos aqui a miséria das
pessoas que são carentes de um ministério estabelecido, pois onde não há nenhum
homem de Deus para expor a Sua Palavra, as pessoas não podem ser conduzidas a
ter um bom conhecimento do Senhor. E onde falta isto, o povo se corrompe
apostatando dos caminhos da verdade.
O profeta é aquele que fala da
parte de Deus aos homens, e Deus tem falado de modo definitivo na Bíblia, para
que esta revelação seja ensinada por aqueles que Ele tem chamado para pregar e
ensinar o Evangelho.
As pessoas ficam como ovelhas que
não têm pastor, por falta de mestres fiéis nas igrejas para convocá-las e
ensinar-lhes a viverem em unidade, na fé, na doutrina, no amor e no Espírito
(Marcos 6.34).
19 O
servo não se emendará com palavras, porque, ainda que entenda, todavia não
atenderá.
Um homem não será transformado
para melhor por somente ouvir palavras.
É preciso que haja o trabalho da
graça de Jesus operando no coração do pecador para que ele seja transformado de
coração de pedra em coração de carne.
O amor de Deus demanda que haja uma
disposição voluntária em nós em servir com alegria e gratidão em nosso coração.
Quando isto falta, nenhuma exortação ou palavra de incentivo poderá produzir
tal efeito.
Há uma natureza má e corrompida
em nós que necessita ser crucificada, para que nos despojemos dela, e assim,
possamos viver como novas criaturas, em novidade de vida, impelidos pela
instrução e poder do Espírito Santo.
20
Tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do
que para ele.
Porque é dito que um tolo está em
vantagem em relação a uma pessoa que seja precipitada no falar?
Possivelmente porque o tolo pode,
apesar de sua tolice, alcançar sabedoria, por ouvir e aprender de outros,
enquanto o precipitado no falar não consegue ouvir senão somente a si mesmo, e
fala sem se importar com a precisão e proveito das coisas que diz.
Há um orgulho e uma presunção,
que geralmente aprisionam o homem precipitado; fazendo com que seja endurecido
à disciplina, à repreensão e à obtenção da sabedoria naqueles que a detêm.
É melhor portanto, ser um tolo
que está consciente de sua insensatez, do que um presunçoso que esteja
endurecido pelo seu orgulho.
21
Quando alguém cria o seu servo com mimos desde a meninice, por fim ele
tornar-se-á seu filho.
É uma coisa imprudente ser muito
afeiçoado a um servo, porque isto fará com que fique muito íntimo e
familiarizado, vindo a ser indulgente e negligente para com os seus deveres.
Caso isto ocorra é melhor optar
por renunciar à relação contratual de serviço, e assumir a adoção filial,
porque na maioria dos casos, a de serviço será perdida.
Todavia, é uma coisa ingrata em
um servo a de se comportar insolentemente porque ele tem sido tratado com
ternura.
22 O
homem iracundo levanta contendas; e o furioso multiplica as transgressões.
De um temperamento iracundo flui
muitos males, especialmente o de levantar contendas na família e na
vizinhança.
Um homem furioso dá causa a
muitas transgressões, porque a ira injustificada e indevida é um pecado que é a causa de muitos outros
pecados. Ela não somente impede os homens de invocarem o nome de Deus, como dá
ocasião para que se amaldiçoe e profane o Seu nome.
23 A
soberba do homem o abaterá, mas obterá honra, o humilde de espírito.
Isto concorda com o que Jesus Cristo
disse mais de uma vez, que aquele que se exaltar será humilhado, e o que for
humilde será exaltado, e ainda que bem-aventurados são os humildes de espírito,
porque são eles os herdeiros do reino dos céus.
Aqueles que pensam estar ganhando
respeito, elevando-se acima de sua posição, olhando do alto, falando alto, e se
vangloriando, se expõem ao desprezo, perdem a sua reputação, e provocam a Deus,
por rejeitarem suas providências para trazê-los para baixo e colocá-los na
posição que convém a todos, a saber, a de humildade.
24 O
que tem parte com o ladrão odeia a sua própria alma; ouve maldições, e não o
denuncia.
Veja aqui o pecado e ruína dos
que são atraídos pela sedução dos pecadores.
Aqueles que pensam estar em boa
condição quando apesar de não praticarem pecados que são uma abominação para
Deus, e que, no entanto, os aprovam em outros, e não denunciam esses pecados,
se acham a Seus olhos debaixo da mesma condenação destinada àqueles que os
praticam.
É dito que odeiam a própria alma
com tal atitude, porque agem contra o bem-estar presente e eterno de suas
almas, por ficarem privados da aprovação de Deus, e sujeitos à Sua condenação.
25 O receio
do homem armará laços, mas o que confia no Senhor será posto em alto retiro.
Somos avisados pelas Escrituras para não temer o
poder do homem, nem o poder de um governante, nem o poder da multidão; porque
isto nos coloca num laço, ou seja, nos expõe a muitas tentações.
Abraão, por medo do homem, negou
que Sara era sua esposa, e Pedro seu Mestre, e muitos o seu Deus.
Não devemos negligenciar o nosso
dever, nem cometer pecados, para evitar a ira do homem, nem mesmo quando o
vemos se aproximando de nós para nos atemorizar (Daniel 3.16; Sl 118.6).
Somos encorajados a depender do
poder de Deus, que nos livra de todo o tipo de medo do homem, que traga
embutido nele tormento ou tentação.
Quem coloca sua confiança no
Senhor, para ser protegido no caminho do dever, é colocado no alto, acima do
poder do homem e do medo que ele possa produzir.
Se Deus é a minha
salvação, hei de
confiar e não ter medo.
26
Muitos buscam o favor do poderoso, mas o juízo de cada um vem do Senhor.
Os que buscam a sua paz,
provisão, justiça e segurança exclusivamente nos poderosos deste mundo se
esquecem que eles também estão sujeitos à Providência e ao Juízo de Deus.
Toda a segurança e conforto que
podemos obter deste mundo, sejamos pobres ou poderosos, são muito passageiros e
se dissolverão para sempre quando tivermos que comparecer perante o trono de
juízo divino.
Homens sábios buscam o favor do
Senhor e deixam em Suas mãos o uso de meios e instrumentos poderosos, caso
necessários, para cuidarem dos seus interesses.
Buscar o favor do Senhor é
demonstrado de modo prático na busca dos interesses do Seu Reino e Justiça.
Deus é a primeira causa, da qual
todas as causas secundárias dependem; se Ele não ajudar, elas também não podem
(II Reis 6. 27;Jó 34.29).
27
Abominação é, para os justos, o homem ímpio; mas abominação é, para o ímpio, o que
é reto no seu caminho.
Luz e treva não são concordantes,
antes se opõem uma à outra.
O que vive na impiedade foge da
luz para que suas obras não sejam manifestas, mas o que pratica e ama a justiça
vem para a luz para que suas obras glorifiquem a Deus quando forem observadas
pelos homens.
Todos os que são santificados têm
uma antipatia enraizada em relação à impiedade dos ímpios. Eles têm uma boa vontade para com as almas de
todos (Deus não tem prazer na morte do ímpio); mas odeiam os caminhos e as
práticas daqueles que são ímpios para com Deus e prejudiciais aos homens;
detestam a companhia dos ímpios e injustos.
De igual modo, todos os que estão
santificados têm uma antipatia enraizada por parte dos ímpios em relação a
eles, porque a consciência do que ele diz e faz, é uma abominação para o ímpio,
a sua maldade é contida, talvez, ou, pelo menos, faz com que fique envergonhado
e se sinta condenado, pela retidão dos justos.
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