quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Lamentações 5


“1 Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio.
2 A nossa herdade passou a estranhos, e as nossas casas a forasteiros.
3 órfãos somos sem pai, nossas mães são como viúvas.
4 A nossa água por dinheiro a bebemos, por preço vem a nossa lenha.
5 Os nossos perseguidores estão sobre os nossos pescoços; estamos cansados, e não temos descanso.
6 Aos egípcios e aos assírios estendemos as mãos, para nos fartarmos de pão.
7 Nossos pais pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas iniqüidades.
8 Escravos dominam sobre nós; ninguém há que nos arranque da sua mão.
9 Com perigo de nossas vidas obtemos o nosso pão, por causa da espada do deserto.
10 Nossa pele está abraseada como um forno, por causa do ardor da fome.
11 Forçaram as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá.
12 Príncipes foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos anciãos não foram respeitadas.
13 Mancebos levaram a mó; meninos tropeçaram sob fardos de lenha.
14 Os velhos já não se assentam nas portas, os mancebos já não cantam.
15 Cessou a alegria de nosso coração; converteu-se em lamentação a nossa dança.
16 Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós. porque pecamos.
17 Portanto desmaiou o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos.
18 Pelo monte de Sião, que está assolado, andam os chacais.
19 Tu, Senhor, permaneces eternamente; e o teu trono subsiste de geração em geração.
20 Por que te esquecerias de nós para sempre, por que nos desampararias por tanto tempo?
21 Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes;
22 se é que não nos tens de todo rejeitado, se é que não estás sobremaneira irado contra nós.”

O profeta continua neste capítulo lamentando pela miséria a que ficou sujeitada a nação de Judá por causa dos seus pecados.
Então roga pela misericórdia do Senhor em favor deles.
No entanto, não deixa de reconhecer que a coroa de glória havia sido perdida por Israel porque eles haviam pecado (v. 16).
Todavia, não se sentia desencorajado a clamar pelo favor do Senhor porque sabia que Ele é muito misericordioso, e que estava com Ele o poder de tornar a converter o Seu povo a Si, renovando os dias deles como dantes (v. 21).
Israel não poderia jamais ser rejeitado definitivamente como povo do Senhor, por causa da promessa que Ele fizera aos patriarcas de ser o Deus de Israel perpetuamente.
No entanto, apesar de saber disso, tal fora a grandeza da ira de Deus, que os judeus haviam despertado contra si mesmos, que o profeta tinha o sentimento de que eles poderiam ter sido rejeitados tal como o Senhor fizera em relação a Saul e a muitos outros em Israel (v. 22). 
O livro de Lamentações permanece como um marco a nos lembrar que vale a pena andar em verdadeira santidade diante do Senhor, para que não sejamos submetidos à dura disciplina de sermos banidos da Sua presença, ainda que por um determinado tempo.
As ameaças que Ele faz contra a Igreja em Sua Palavra, na demonstração da falta de um verdadeiro arrependimento, são reais, e bem fazem todos os crentes e igrejas que andam fielmente com o Senhor, para que não se vejam debaixo de correções dolorosas, e não desfrutando das bênçãos que lhes viriam da parte do Senhor caso vivessem do modo digno da vocação deles.         
O livro de Lamentações não é um mero livro de poesia, mas um livro que descreve a realidade que sobreveio ao povo de Deus, por causa da sua desobediência.

Está registrado para nossa advertência, para que não andemos nos mesmos caminhos em que eles andaram.

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