É no capitulo 25 de Êxodo que começam a ser
dadas as instruções por Deus a Moisés, no cume do monte Sinai, para a
construção do tabernáculo, e aqui são particularmente descritos a arca da
aliança (v. 10-22); a mesa dos pães (23-30), e o candelabro (31).
Deus ordena a Moisés que levantasse uma
oferta em materiais junto ao povo de Israel para que fosse construído um
santuário.
A palavra usada para santuário no original hebraico
é mikedash, que significa lugar santo, palácio,
santuário, e nós vemos nesta palavra a raiz kadesh, do verbo santificar.
Este santuário teria então o
propósito de santificar o nome de Deus, revelando a todas as nações o caráter
santo do Deus de Israel, pela estrutura do tabernáculo e pelos serviços que
seriam prestados a Ele no mesmo.
Apesar de ser um santuário
terrestre (Hb 9.1), pois foi construído na terra pelas mãos dos homens, no
entanto ele era uma figura do santuário celestial (Hb 9.24) e por isso foi
ordenado a Moisés que o tabernáculo fosse construído exatamente em conformidade
com o modelo que lhe foi mostrado por Deus no monte Sinai (Êx 25.9; Hb 8.1-5).
Todos aqueles utensílios
sagrados que estavam no tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios que nele
eram apresentados, eram figuras de tudo aquilo que está em Cristo, que
tabernaculou, isto é, habitou entre nós.
O verbo se fez carne e habitou
entre nós cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).
Por isso lemos em Hb 9.11,12:
“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados,
mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer,
não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu
próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido
eterna redenção.”.
Enquanto Deus passava
instruções a Moisés no monte Sinai durante os quarenta dias e noites que lá
permaneceu, e ordenando que tudo fosse construído com ofertas apresentadas
voluntariamente pelos israelitas, estes, em razão da demora de Moisés,
apresentaram ofertas para esculpir o bezerro de ouro, e isto demonstra o quão
importante era que fosse regulada a forma de adoração e designado um santuário,
para que isto fosse feito de acordo com as instruções de Deus, e não segundo a
imaginação dos homens.
Os metais usados na construção do
tabernáculo deveriam ser todos em ouro, prata e bronze, que são metais que não
se oxidam como o ferro e não se deterioram com o tempo, havendo pois nisto, uma
mensagem em figura da eternidade das coisas de Deus, e da sua incorruptibilidade,
isto é, elas não estão sujeitas à adulteração produzida pelo pecado.
E o primeiro utensílio sagrado a ser
descrito é a arca da aliança, e isto não sem razão, porque ela era o símbolo
especial da presença de Deus, que ocupara o lugar mais interior do tabernáculo,
chamado de Santo dos Santos, e sendo no formato de um cofre, ela guardaria no
seu interior as duas tábuas da lei escritas com o dedo de Deus. E nisto haveria
uma instrução especial de que a Palavra de Deus está associada indissoluvelmente
à Sua própria pessoa, e que a presença do Senhor é expressada principalmente
pela Sua vontade, que está revelada na Sua Palavra.
Por isso a arca é chamada de a arca do
testemunho (Êx 33.6), porque dava testemunho da pessoa de Deus.
Ninguém poderia ter acesso à arca e ao
ambiente onde ela se encontrava (Santo dos Santos) a não ser o sumo sacerdote,
e apenas uma vez por ano, no dia da expiação nacional.
Havia querubins esculpidos sobre o
propiciatória que ficava sobe a arca, e desenhados no espesso véu, que separava
o Santo dos Santos do Lugar Santo, indicando que a santidade de Deus é guardada
pelos querubins, de modo que o pecador que não for remido pelo sangue de Jesus
não pode ter acesso à Sua presença.
E o Senhor disse que falaria com Moisés
sobre tudo que lhe ordenasse para os filhos de Israel, do meio dos dois
querubins que estavam no propiciatório, que era a tampa da arca (Êx 25.22).
O tabernáculo propriamente dito tinha cerca
de dez metros de comprimento, por cinco de largura, e cinco de altura. Assim,
tanto o Lugar Santo, quanto o Santo dos Santos, eram, respectivamente, um cubo
perfeito de 5 metros de lado.
Além dos dois outros objetos sagrados
citados neste capítulo (a mesa e o candelabro), que ficavam no Lugar Santo,
havia também nele o altar do incenso, que não é citado neste capítulo, mas é
descrito no trigésimo.
Todos estes objetos, inclusive a arca, eram
feitos de madeira de acácia e revestidos de ouro. Apenas o candelabro era feito
todo em ouro, sem partes de madeira.
Tudo no tabernáculo fala em figura de
muitas realidades espirituais, que estão em Cristo, tanto quanto estão e devem
estar nos cristãos.
Baseado em Êxodo 25
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