O capítulo 23 de Êxodo continua e conclui a
regulamentação dos dez mandamentos, conforme os estatutos civis que Deus deu a
Moisés no monte Sinai.
Depois de lhe ter dado estes mandamentos
ordenou que descesse do monte e preparasse o povo para celebrar formalmente a
aliança com Ele, através do juramento solene de que guardariam todos aqueles
mandamentos.
Depois, Moisés voltaria ao monte onde
permaneceria por quarenta dias e noites para receber, principalmente as tábuas
de pedra escritas por Deus com os dez mandamentos e as instruções relativas à
construção do tabernáculo e a regulamentação da forma de culto e serviço que
deveria ser realizado nele pelos sacerdotes.
Isto será encontrado a partir do vigésimo
quarto capitulo, pois, neste 22º, como dissemos antes, encontramos a conclusão
da regulamentação dos dez mandamentos.
Posteriormente, outras leis civis seriam
acrescentadas a estas, conforme se vê nos demais livros do Pentateuco.
No versículo segundo nós vemos que a
justiça deve prevalecer sobre o interesse da maioria.
E a pobreza não é um argumento consistente
para justificar a prática do que é errado (v 3).
No entanto, o pobre não deveria ter o seu
direito negado, em razão da sua pobreza (v.6).
Nos versículos 4 e 5 vemos traços daquele
amor aos inimigos, que nos foi ordenado por Jesus.
O ímpio não deveria ser justificado, assim
como o inocente e o justo não deveriam ser condenados pelo que não fizeram (v.
7).
Os juízes não deveriam aceitar suborno para
não serem influenciados em seus julgamentos, inclinando-se a serem parciais com
aqueles que lhes subornassem (v. 8).
Ninguém deveria ser discriminado em Israel,
pela sua condição de não ser um israelita (v.9).
Nos versículos 10 e 11 há uma norma para
incrementar a produção agrícola, e também para amparar os pobres em suas
necessidades de alimento.
Esta é uma lei, dentre muitas outras, que
tinham em vista, sobretudo, combater o egoísmo que habita naturalmente no
coração dos homens, lhes ensinando a serem sensíveis e generosos para com o seu
próximo, sem nada esperarem em troca.
Temos também neste capítulo, dentre outras
ordenanças, as relativas à celebração das festas fixas anuais: a dos pães
ázimos (páscoa); a festa das primícias (pentecostes), e a festa da colheita no
final do ano (tabernáculos).
Estas festas tinham principalmente em vista
preservar a unidade de Israel em torno da gratidão ao Senhor, pelo
reconhecimento de ser Ele o seu libertador (páscoa/ázimos) e provedor de todas
as coisas (primícias e colheita).
Deus
revelou também a Moisés que o general que iria adiante deles, e que
principalmente os levaria à vitória diante dos povos de Canaã, seria o Anjo da
aliança, que certamente é uma referência à teofania de Jesus, a quem o apóstolo
Paulo se refere como a pedra espiritual que os seguia (I Cor 10.4).
E a profanação da terra da promessa pelos
povos que habitavam Canaã havia chegado a um ponto extremo que até seus
próprios filhos eram sacrificados por eles aos seus deuses, cujos nomes Deus proibiu
aos israelitas até mesmo se referir a eles (v 13); e assim todas as imagens de
escultura daqueles deuses bem como os seus adoradores deveriam ser destruídos
por Israel, de modo que, quando viessem a habitar em Canaã não se contaminassem
com eles, e dessem um testemunho em todo o mundo de serem um povo separado pelo
Senhor, para viverem do modo santo e justo que Ele havia designado.
Além disso, seria testemunhada a impotência
e falsidade daqueles deuses, assim como o Senhor havia revelado a dos deuses
egípcios, de modo que as pessoas abandonassem a sua adoração e o exemplo da
perversão das vidas daqueles que os adoravam.
E Moisés diria estas palavras ao povo de
Israel antes que o Senhor entrasse em aliança com eles, para que entendessem
que o seu compromisso com Deus exigiria todas estas ações.
Mas para encorajá-los, Deus fez também a
promessa de que se o servissem do modo que lhes estava exigindo, Ele os
abençoaria lhes dando prosperidade de alimentos e água, bem como retiraria do
meio deles as enfermidades, e não haveria em Israel mulheres que abortassem ou
fossem estéreis, e teriam vida longeva.
E enviaria o Seu terror diante deles,
confundindo a todo o povo aonde entrassem, e faria com que seus inimigos lhes
voltassem as costas, e expulsaria a todos os seus inimigos da terra prometida,
aos poucos, de modo que eles possuíssem a terra por herança (Ex 23.25-31).
Baseado em Êxodo 23
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